quarta-feira, 30 de julho de 2025

NÃO VOS CURVEIS AOS VERDADEIROS DITADORES...




Nísia Floresta Brasileira Augusta sempre teve lado. Não foi de muros, tampouco de silêncio. Ela atravessou o século XIX com uma visão pioneira e transparente sobre educação, direitos das mulheres, IGUALDADE SOCIAL e JUSTIÇA. Como sabemos, ela enxergava além de seu tempo. Dotada de uma percepção aguçada, sabia interpretar a sociedade em suas camadas mais profundas. Seu olhar sociológico buscava compreender as estruturas que oprimiam, seu olhar jornalístico narrava os fatos com precisão e coragem, e sua sensibilidade filosófica refletia sobre a dignidade humana e a necessidade de se construir um país justo e soberano. Por esse pioneirismo plural Nísia tem-me sido muito providencial nesse momento delicado que vivemos.

Se estivesse entre nós hoje, Nísia certamente se indignaria com as feridas abertas no Brasil nos últimos anos, promovidas por homens e mulheres que se proclamam patriotas mas, contraditoriamente, elogiam e reivindicam a deplorável Ditadura Militar. No bojo desses infelizes há até o neto de um ex-presidente brasileiro, ditador, e um ex-presidente admirador da ditadura militar (Figueiredo e Bolsonaro). Eles tiveram a insanidade de ir aos EUA trabalhar contra o Brasil. Ambos têm postura de ditadores, elogiam a ditadura, proclamam nos EUA que o Brasil vive uma ditadura, mas, débil e contraditoriamente, estão ali reivindicando democracia para o brasil. Loucos ou simplesmente maus? Ou não se conformam em terem perdido uma eleição?

Pois bem, com toda certeza, Nísia assistiria, com perplexidade, essa tentativa do desmonte de políticas públicas, o desserviço de tentar destruir a diplomacia  que sempre existiu entre o Brasil e os EUA, a intenção de fragilizar as instituições e polarizar o pensamento brasileiro. Esses seres equivocados são resquícios de um desgoverno que ameaçou a democracia e segue sem dar paz ao país. São autores da tentativa de golpe de 8 de janeiro, incitação ao ódio e os constantes ataques ao Governo Federal, portanto teriam em Nísia uma firme defensora da ordem constitucional e do respeito às leis.

Com seu faro jornalístico, Nísia denunciaria com veemência o desserviço promovido por figuras públicas que, como Eduardo Bolsonaro, espalham desinformação e inflamam a sociedade contra suas próprias instituições, tentando minar a confiança nas bases democráticas - pasmem! - em nome do que chamam e proclamam com veemência de "patriotismo". Ela não toleraria discursos que atentam contra a harmonia social, pois sempre acreditou que a educação e a verdade são os maiores antídotos contra a tirania e a manipulação. Num recorte rápido - quando ela escreveu o livro intitulado O BRASIL - teve como objetivo desmanchar as ideias erradas escritas e divulgadas principalmente na Europa sobre o Brasil (feitas por alguns viajantes que escreviam e publicavam seus diários). Ela não se conformou com os ataques que faziam à sua pátria e disse "alto lá!".

Nísia - hoje - não se deixaria levar pela desesperança. Ela reafirmaria sua fé na Constituição brasileira, nas leis que regem a República e no senso de justiça que pulsa no povo. Lembraria que a história é feita de lutas e superações, e que mesmo nos momentos mais sombrios a democracia brasileira já demonstrou sua força.

Nísia Floresta diria, com a lucidez que lhe era peculiar, que o futuro depende do fortalecimento da cidadania e da educação. Nísia usaria todas as redes sociais para desmascarar os algozes que, inconformados por terem perdido uma eleição legítima, agem como ditadores, tendo o desplante de reivindicar a ditadura militar e ao mesmo tempo cobrar democracia num devaneio que só cabe na cabeça desses seres.

Nísia estaria na rua, sem papas na língua - assumidamente - sem covardia e sem estar em cima de muros - ela convocaria a sociedade a se unir pelo bem comum, a defender as instituições, a valorizar o conhecimento e a promover o diálogo que reconstrói pontes. Seu olhar filosófico nos lembraria que o bem é mais resistente do que parece, que as leis existem para proteger a liberdade e que cabe a cada um de nós mantê-las vivas.

O bem vencerá o mal. Esta seria a sua mensagem. Não por um idealismo ingênuo, mas por acreditar na força de um povo que, ao compreender seu papel, não se curva diante de projetos autoritários. Nísia Floresta, se estivesse entre nós, seria um farol de resistência e esperança, lembrando que uma nação só se fortalece quando não abre mão de seus princípios democráticos, de sua humanidade e de sua fé no futuro.


sábado, 26 de julho de 2025

UM SÁBADO REGADO À BOLINHO DE BACALHAU...


Há certos pratos que são deliciosos sempre. Como se você o comesse pela primeira vez e amasse, e dissesse "jamais me afastarei de você". Desde criança sou apaixonado por bacalhau e não penso duas vezes quando vem aquela vontade como trem descarrilado. Dizem que há pessoas que deixam de comer por causa do preço. Algumas até brincam comigo quando digo que fez bolinho de bacalhau, dizem que é "coisa de rico". E rico lá como bolinho de bacalhau! Rico come fantasia! Quando falo comer bolinho de bacalhau significa fazê-lo passo a passo... Isso rico não faz. Rico compra no restaurante, inclusive alguns vêm com casca de barata...



Há dois dias fui ao Nordestão e escolhi uma peça inteira. Igualzinho a minha mãe fazia, rasguei-o e deitei-o na água à noite. Bastante água numa panelona. No outro dia é só peneirar e lavar. Não precisa de lavar muito, pois a delícia do bacalhau é sentir aquele salzinho lá nos submundos da língua. Obviamente que sem exagero.



Eu e Alysgardênia gostamos muito de bacalhau. Normalmente fazemos com massa de macaxeira cozida, e misturamos o bacalhau na massa; ele fica meio carrapicho. O cheiro toma conta do quarteirão.



Hoje resolvemos fazê-lo com recheio, tipo coxinha, mas no formato tipo a "linguiça gaúcha do Bola". Ficou delicioso. Deu  uns 25 bolinhos. Como ficou muito, congelamos uma parte.



Estava eu e Alysgardência ali, preparando, ouvindo um chamamé, quando o telefone toca lá de Moscou. Era F. nosso filho. Ele disse, "Ah, meus Deus, que saudade! Que delícia! Como eu queria estar aí!". 


F. adora bolinho de Bacalhau. Quando ele esteve em casa - há justo 1 ano - fizemos para ele e K. Ela também adorou. Disse que preparamos de um jeito bem diferente do modo russo. Lá eles gostam na sopa, tipo creme. Qualquer dia vou tentar, afinal sopa de peixe é uma maravilha...


Pois, bem, hoje o prato foi bacalhau e arroz com legumes. Acompanhou-me uma Stela Artois. Alysgardênia não bebe bebida alcoolica alguma. Eventualmente toma uma água tônica, pois não mistura líquido nas refeições. Só uma vez em dez anos. 

Mas... como estava dizendo no prefácio, tem gente que deixa de comer o que gosta por ter formatado no cérebro a ideia idiota: "é caro". Lógico que não é como comprar um kg de carne, mas "quem quer o barato, caro lhe sai". Digo isso porque conheço gente que deixa de comer algo que muito aprecia para comer esses alimentos-lixo, tipo fast food, esses lanches americanos que prestam tanto quanto Trump.



Há idiotas que amam bacalhau, mas são sovinas. Guardam dinheiro para os parentes e aderentes mais novos herdarem e jogarem tudo no ralo. Morrem e não levam nem o prazer de terem se alimentado com o melhor que existe. Há também os equivocados, que deixam de desfrutar as delícias de uma comida boa e saudável - feita em casa - para viver comendo comidas muito mais caras nos shoppings, sem saber que muitas cozinhas desses locais mais parecem chiqueiros de porcos. 

Agora, dando uma fofocada: dia desses um colega de trabalho contou-me sobre uma figura que deixa de comer para pagar o carro. Anda como não andam as filhas de Elon Musk. Impecáveis: cabelo na seda, trajes das mais caras marcas, bolsas que a princesa Kate usa, relógio do gosto da esposa de Trump, perfumes de três salários mínimos, iphone de última geração... mas em casa é todo dia cuscuz com salsicha... Se essa figura souber o que tem dentro das salsichas... só não é pior do que a mesma tem dentro do cérebro...

Pois bem, eis que estou aqui contando uma receita e aparece tempo para falar da vida alheia...