quinta-feira, 6 de outubro de 2016

CRIANÇAS E JOVENS NO CENÁRIO DE UMA ELEIÇÃO



















O leitor já percebeu que eu sempre arrasto qualquer assunto para a alçada da EDUCAÇÃO.
E não pode ser diferente. 
Quero, agora, abordar um detalhe que pautou os comícios de Nísia Floresta, nas pessoas dos candidatos ao cargo de prefeito, com as devidas exceções obviamente. Refiro-me às colocações ofensivas, desrespeitosas e até mesmo calúnias lançadas de um candidato contra o outro. Como se não bastasse a campanha ter sido tão violenta.
É nesse ponto que entra o aspecto da educação.
Muitos menosprezam a inteligência das crianças. Acham que elas não percebem ou não pensam sobre o que veem. É certo que elas não processam os fatos como nós, adultos, mas entendem ao modo delas.
Para uma criança e um pré-adolescente (e até mesmo para um adulto mal educado) xingar, difamar, humilhar, menosprezar pessoas que são oposição a outra é normal.
Sou adepto da filosofia de que um candidato a cargo político deve mostrar o seu PLANO DE GOVERNO em primeiro lugar. Depois deve convencer o eleitor a entender porquê ele é melhor que o seu oponente. Aí, sim, nesse caso, ele deve elencar porquê o seu opositor não é melhor que ele.
E quando esse oponente for, de fato, persona non grata, vale, sim, informar a sociedade sobre isso, citando os fatos e mostrando as fontes. Por exemplo, você votaria em quem:
1) já desviou verbas públicas;
2) já mandou matar gente;
3) não é da sua região e não conhece os problemas locais com propriedade;
4) é violento, é incompetente;
5) é apoiado por pessoas duvidosas;
6) não tem moral;
7) não respeita filha e esposa de ninguém etc etc etc?
Se sua resposta for sim. você também é tão imprestável quanto. E culpado por todo o descaso de seu município. 
Mas quando o seu oponente não tem defeitos que coloquem em cheque a administração, você deve fazer a diferença com o seu PLANO DE GOVERNO, discurso e sua equipe. A partir daí é dizer que você é o melhor (e que isso seja real - não me refiro à mera estratégia politiqueira).
Falando sobre isso eu trago a baila o episódio da última eleição, quando o candidato George Ferreira (que carrega uma pilha de processos contra si, e um currículo que todos conhecem bem) fez ataques verbais de extrema baixeza aos adversários. Do mesmo modo sua esposa - Rosângela Ferreira - então candidata, que fazia comentários no mesmo molde do marido.
Você já imaginou se os seus opositores políticos fossem desenrolar o novelo de práticas arbitrárias dessa família nos comícios? Não sobraria tempo para os demais candidatos falarem. 
Não precisamos de Filosofia para observar que várias práticas ocorridas durante as eleições entram na alçada do caráter.
Mas, o que eu quero dizer com isso?
Quero dizer que as crianças e os jovens que assistiram aos comícios de Rosângela Ferreira passarão a pensar que seus opositores políticos são aquilo que ela e o seu marido disseram nos palanques e nas casas.
É aí que entra o aspecto da formação educacional da sociedade (em especial das crianças). Ela passa a entender que comício é local de caluniar, mentir, difamar, humilhar opositores. Quando alguém falar a palavra POLÍTICA ela achará que é toda essa patuscada.
Para um adolescente ingênuo, basta o fato de uma mulher loira, branca ter dito ofensas contra seus opositores que elas se tornam leis.
E quando essa mulher loira e branca é esposa de um ex-prefeito que transmite para o adolescente ingênuo a imagem de que ele "é o máximo", piora tudo, ou seja, os cidadãos da oposição se tornam personas non gratas. Há uma inversão de atores. "Ser o máximo" é carregar um magote de processos nas costas e desrespeitar oponentes com calúnias e ofensas.
Entendeu porque é fundamental aos EDUCADORES trazer tais assuntos para a sala de aula? OBS. Detalhes sobre isso estão na postagem ESCOLA SEM PARTIDO, SIM, SEM DISCUSSÕES POLÍTICAS, JAMAIS. http://nisiaflorestaporluiscarlosfreire.blogspot.com.br/2016/10/eleicao-tao-violenta-em-quase-todo-o.html
É isso, caro leitor; na condição de educador, sou um inconformado. Mas inconformado naquela concepção de Guimarães Rosa, quando escreveu "O animal satisfeito dorme".

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