sexta-feira, 9 de junho de 2017

A colheita da goivira



  • Todos os anos
  • Entre novembro a janeiro
  • Participávamos da colheita da goivira.
  • Na verdade as goiviras nos colhiam
  • Adocicando as matas pantaneiras
  • Atraindo gente como abelha;
  • Era tradição o empreendimento.
  • Afastados da área urbana
  • Os guavirais (no dizer dos mais velhos) emolduravam a estrada para Xavantina,
  • Terra dos afaiés-xavantes
  • Espraiando-se por quilômetros afins.
  • Abundantes, faziam lama no chão.

Imagens meramente demonstrativas

  • Íamos no velho caminhão "Stúdio Back" do meu pai.
  • Minha mãe pegava a manivela na boleia e metia no focinho do veículo,
  • Rodopiava até o motor roncar.
  • Após algumas aceleradas pinotávamos na carroceria com baldes, latas, bacias e vizinhos.
  • Para trás ficavam tufos de poeira vermelha tingindo a mata.
  • Ao chegarmos ao paraíso de crianças e passarinhos, nos empanturrávamos,
  • Depois, abastecíamos os vasilhames até a boca.
  • "Tomem cuidado com cobra!"
  • Era a voz paterna.
  • Abastecidos, fazíamos a viagem de volta.
  • Uma vez precisou-se parar para que alguém despejasse esterco na mata.
  • Tenho muitas lembranças desses episódios silvestres.
  • Catar goiviras era uma delícia.
  • Objeto de desejo dos nativos.


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