segunda-feira, 7 de agosto de 2017

CURURU - HISTÓRIA DE UM MALASSOMBRO

Imagem meramente decorativa
Encontrei a história - ou estória - abaixo no Diário de Natal do dia 11 de janeiro de 1948, então há 69 anos). Como se verá, a pessoa que a registrou diz tê-la ouvido em 1925, ou seja, há 92 anos. No frigir dos ovos, se formos cavoucá-la bem, é para mais de século) Segue o registro ipsis literis:

"Fica no município de Papari, marginando a lagoa do mesmo nome, a mata do Piloto. Corta-a, em direção a Campo de Santana, também chamado Cururu, uma estrada que tem o seu ponto inicial na cidade.
Certa noite (em 1925, segundo uma informação) vinha por esta estrada para Cururu o agricultor José dos Anjos. Só, montava o seu cavalo, a passo. Era escura a noite, e dentro da mata, as trevas se avolumavam. Ouviam-se os caramujos, os pios sinistros das aves noturnas, corujas e bacuraus voavam tragicamente. Todas as estranhas vozes da selva soavam estranhamente na noite negra.
À certa altura encontra José dos Anjos, em direção contrária, um grupo de homens conduzindo um cadáver numa rede. Forma tradicional, nos nossos meios rurais, para o sepultamento de pessoas pobres. Espantado com o aparecimento do cortejo fúnebre, àquela hora avançada, pergunta José dos Anjos ao grupo quem havia morrido no seu povoado.
E veio a resposta terrível: quem morreu foi José dos Anjos.
O terror acercou-se do pobre homem. Estugou o animal e pouco chegava à sua casa. Entrando, olhos esbugalhados, respiração opressa, referiu-se à esposa a estranha revelação.
No dia seguinte, um grupo de homens conduzia numa rede para o cemitério o cadáver de José dos Anjos".
Capela de Cururu (hoje demolida), vendo-se defronte o belo cruzeiro ainda existente.
Cemitério de Cururu - Nísia Floresta










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