sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Abuso sexual contras as mulheres dentro de veículo é centenário no Brasil

O músico Eduardo das Neves (*1874 + 1919)

Embora o abuso sexual contra as mulheres dentro de veículos é mais antigo do que pensamos – e não encontra amparo em pessoas de bem – as músicas da época já o denunciavam. Veja essa canção, escrita por Eduardo das Neves, há quase cem anos – referindo-se a tais abusos. Encontrei-a no livro de Càtulo da Paixão Cearense, 1930, pgs. 63/64, editora Quaresma, Rio. 
Achei interessante fazer um pequeno texto para servir de mote para debates, até porque é material curioso.
Naquele tempo davam a essa prática desrespeitosa o nome de “bolinar”. Atualmente usam o vocábulo “encoxar”.

Anda a gente pelos bonde
Sem poder nem se virar,
Porque logo grita um anjo
Este homem quer bolinar
II
Pois então, ó filha minha
Muda já de direção
- Ai, não posso, que na esquerda
Me bolina o bilontrão.
III
Aos amantes das bolinas
Aqui eu venho saudar!
E que sejam venturosas
No constante bolinar

https://www.google.com.br/search?q=homem+ejaculou+em+mulher&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiU7PCK88XXAhVBkpAKHTxgCw4Q_AUICygC&biw=1280&bih=827#imgrc=N7bDs-9qQKpaxM:
Infelizmente o espaço absurdamente apertado nos ônibus, trens e metrôs facilita esse tipo de abuso contra as mulheres. Embora existam estados que criaram espaços exclusivos para mulheres em metrôs e trens, entendo que isso não é exatamente um avanço. É uma luz em meio a um povo não civilizado.
O correto é o respeito. Mas enquanto existem pessoas com problemas psiquiátricos e, entre elas os aproveitadores, a medida é uma válvula de escape.
Na realidade as leis não ajudam muito, pois dependem da interpretação dos juízes. E isso é muito esquisito, pois cada mente entende a mesma coisa de modos diferentes. Eu defendo que as leis deveriam ser mais claras e não dar brechas para decisões absurdas.
O juiz que trabalhou os autos daquele rapaz que ejaculou numa mulher, que foi solto e reincidiu, é exemplo claro. Ele entendeu que o tarado deveria ser solto porque não houve estupro.
Quer dizer que para que o indivíduo fique trancafiado, ele deveria ter se despido, despido a mulher e a estuprado para haver o entendimento de atentado violento ao pudor?
Que lei louca!
O fato de o elemento ter retirado o pênis diante da mulher, ter encontrado - inexplicavelmente - excitação suficiente para - dentro do corredor do ônibus – ejacular sobre ela já é algo anormalmente afrontoso.
Na realidade isso não é um estupro, mas não deixa de ser atentado violento ao pudor e à dignidade da vítima. 
O autor desse crime deveria ter sido preso naquele mesmo dia e ficado trancafiado por um bom tempo.
Tenho certeza absoluta que assim que ele for solto o Brasil ainda ouvirá falar dele como autor de outros casos.
Se isso é um desvio, que o Estado o trate, mas dentro da cadeia. E isso com certeza servirá de exemplo para pessoas sem tais patologias, e que se aproveitam dos bondes da vida.
Seja como for, esse assunto é para ser tratado com seriedade nas mídias, nos programas que formam opinião, bem como em escolas e ambientes afins.

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