sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Nota de falecimento em memória de Papari



Nota de falecimento em memória de Papari

Ontem partiu a Irmã Irani, uma das famosas "Irmãs Vigárias" que chegaram à Papari em 1962 para proporcionar ao povo daquela pacata localidade, uma das mais belas experiências já ocorridas no Brasil. Elas foram pioneiras, vergônteas da Campanha da fraternidade. Na sombra dessa mangueira germinou um projeto que vive até hoje, tal qual a própria árvore. E vive forte, sério, verdadeiro, pés no chão.

Foi no acanhado e bucólico povoado de Timbó onde o primeiro gesto concreto da campanha da Fraternidade aconteceu. Não há nisiaflorestense que não fale dessa experiência com amor e saudade. Elas fizeram a diferença porque tinham comprometimento com os pobres. Não eram religiosas preocupadas com carros de luxo, perfumes franceses, comidas requintadas, roupas de grife, smartphone 10 (nem existia) etc.

Comiam voador com macaxeira, batata-doce com arenque, camarão com fruta-pão (o crustáceo existia em abundância à época), enfim se integravam aos pobres, com os oprimidos e com todos os que encontraram na velha Floresta. Eram as 'Missionárias de Jesus Crucificado', ordem religiosa criada em Campinas, em 1929, por D. Carlos Barreto, inclusive sua morte deu-se nesse município paulista, ontem de manhã. À ocasião da vinda dessas freiras, receberam do Vaticano autorização para executar as mesmas tarefas atribuídas aos sacerdotes. Algumas pessoas, mais antigas, fiaram perplexas (vejam só o empoderamento feminino! Já contam 56 anos).

Fica para todos nós essa história, cuja essência deve ser resgatada em muitos que seguem essa missão. E de igual modo, nós. Elas foram exemplos de mulheres fortes, que se comprometeram a viver plenamente o amor ao ser humano. Que pena! Que falta fazem religiosos tão ‘pés no chão’. 

OBS. Não tive tempo de revirar meus acervos para procurar outras imagens com a Ir. Irany.

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