segunda-feira, 25 de março de 2019

Dia da água: e Daí!




Na sexta-feira passada, dia 22 de março, o Brasil comemorou o dia da água. Não sei o que exatamente as autoridades nisiaflorestenses vem fazendo em termos de projetos sobre a preservação de suas águas. Refiro-me de sua costa marítima, seus rios, fontes e lagoas. Com certeza as escolas lembraram dessa importante data, mas o assunto é tão sério que precisamos construir com a sociedade, em especial com as comunidades escolares, ações concretas sobre os problemas que afetam as nossas águas. 
São vários problemas, mas a poluição tem sido o maior deles. É o caso da galeria de esgoto que escorre de São José de Mipibu, deságua no rio Mipibu e finaliza na lagoa Papari. O problema é sério, pois essa lagoa é fonte de sustento de muitos nativos de Nísia Floresta. A lógica é que esse despejar constante irá afetar gradualmente a saúde dos pescadores e de quem se serve dela para outras finalidades, como lazer.
A lagoa Papari já sofre muito com o assoreamento. A poluição despejada por São José de Mipibu agrava a situação. As crianças precisam ser educadas a entender que se o povo não preservar seus mananciais, como fontes, pequenos rio, riachos, lagoas e o mar que costeia Nísia Floresta, ficará sem água no próximo século. 
É essa a herança que será deixada para os filhos e netos? Não seria muito egoísmo e falta de educação?
Algumas pessoas, completamente equivocadas, inclusive determinadas autoridades, alegam que isso é bobagem, que é invenção, que é coisa de gente de esquerda etc. Mas não! Os fatos são graves. Pergunte aos seus pais como era a temperatura de Nísia Floresta há dez anos. Peça para ele comparar a como está hoje.
Não tem nada de brincadeira. É sério. Há menos de dez anos, quando você caminhava na estrada que liga Nísia Floresta a São José de Mipibu, sentia uma brisa fria. Durante a noite a temperatura era tão amena que pelas seis horas da manhã via-se a intensidade do sereno.
Algum bobão poderá dizer: "ah! essa temperatura alta acomete o planeta inteiro". Mas tenha certeza que isso é uma soma. Se Nísia Floresta fizer a sua parte terá uma temperatura melhor, pois árvores preservam águas e juntos ÁGUA/MATA ajudam a diminuir grandemente a temperatura.
Até pouco tempo a relva era deliciosa para quem descia de São José de Mipibu a adentrava a caminho de Nísia Floresta. A vegetação parecia ter recebido uma borrifação, pois eram pingos minúsculos de água ao longo dos arbustos pela manhã. Durante a tarde era possível sentir no rosto a friagem diferenciada. Isso acabou. Sabe por quê? Por que em Nísia Floresta também estão acabando com as matas. Você não vê reflorestamento e arborização. E a mata ciliar, aquela que deve emoldurar os rios, lagoas e fontes.
Você já olhou a fonte que fornece água para a “Bica”? Dê uma olha com urgência. E faça alguma coisa. Não basta olhar. A relação ÁGUA/MATA é fundamental para a pureza dos mananciais e sua vivacidade. Sem eles a temperatura se eleva e as águas desaparecem lentamente.
Os mais velhos contam que o rio que corta a comunidade do Porto era mais caudaloso. Dali se pescava camarão e caranguejo à vontade. Veja como está! Você concorda?
Uma coisa é certa: as autoridades têm muita culpa nesse processo degradante. Mas e o povo? Será que o povo não está direcionando o seu esgoto para esse rio e outros? Tenham certeza que muito mais importante que pensar em culpados é acordar para o problema e reconhecer que ele é ocasionado por nós, e somente nós podemos mudar essa realidade. E com urgência!
Quem está causando a poluição? O que deve ser feito para reverter o quadro? Compete a quem? Há uma parte que é das autoridades: o que se refere às leis, projetos e políticas públicas. Outra é do povo: não jogar nada nos rios, nas lagoas e no mar, cobrar das autoridades e até mesmo criar ONGS e associações pertinentes. Na realidade é papel de todos, pois denota civilidade e cidadania
Dê uma olhadinha nas águas e nas matas de Nísia Floresta. Quais são os problemas? Saiba que é muito egoísmo constatar um problema e se calar. Não é coisa de um cidadão civilizado.
Que tal agir?
Vamos cuidar das nossas águas, pois a nossa vida depende delas.

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