terça-feira, 8 de março de 2022

POEMA: PALAVRA É UM ATO DE ALMA...

Admiram-me as palavras!

Verbalizá-las é incorporá-las de alma.

 Letras solitárias são garatujas desalmadas,

Não falam,

Não dizem,

E não dizendo, são abortadas de espírito,

Sons de seres perdidos, indefinidos.

 Há nobreza em dar alma às palavras,

É admirável acomodar o dizer nas letras inertes,

É como pescá-las numa caixinha,

E botar-lhes vida.

Tal qual os ‘tipos’ dos velhos jornalistas...

Juntando... juntando...

Dizendo... dizendo...

Almando…

 Apalavrar letras é um ato de poder...

E nas mãos de um poeta, um ato divino.

Um grande artífice das letras deixou registrado que:

“palavras precisam dizer”.

E “dizer” se apalavra sob cumplicidade das letras.

 Letra solitária é um risco de som adoecido,

Sonidos blesos...

Barulho de taquaral...

O que diria um Z?

O que diria um H?

 Letra solitária não escande, geme.

Unidas, apalavram o espírito,

Apalavram vida...

Tornam-se poderosas.

Transmutar o pensamento em palavras é espiritualizar,

Dotar-se em capacidade de linguajar,

Escrever como quem sonha voando…

 Dar empoderamento à linguagem

É vestir roupas de pensar na comunicação,

Divinizar o dizer…

 Desimporta linguagem apalavrada na zona rural,

Desimporta linguagem apalavrada na universidade,

Comunicar é ato mágico,

É responsabilizar de alma as letras,

Ato de amor…


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