Hoje minha tia Maria Freire completaria 104 anos de idade. Ela faleceu três meses antes de completar 103. Ter sobrevivido durante duas Pandemias fez-me entender a sua vida como um prodígio. Ela sobreviveu à pandemia de 1918, que perdurou até 1921, quando nasceu, e conta que cresceu ouvindo sua mãe Regina Freire narrar o sofrimento do povo num tempo que não existia nem ideia de vacina, cujos remédios eram precários em todo o Brasil.
Tia Maria escreveu desde criança. Possuía incontáveis cadernos escritos a lápis grafite, guardiões de seus poemas. Apesar de sua longevidade trazia a mente intacta. Ela narrava fatos passados com datas precisas. Foi um cérebro privilegiado. Eu canto o nome da minha tia porque uma longevidade com a mente intacta é digno de uma proclamação. A natureza é perfeita! A morte da minha tia Maria significou a morte de um pedaço da felicidade no Mundo. Se ela pudesse ter dois nomes, ou outro seria Felicidade e Alegria. A morte da minha tua me deixou um vazio impreenchível...
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