quarta-feira, 31 de maio de 2023

Quando "Nísia Floresta" foi parar no ferro velho...


Essa efígie foi afixada num monumento de alvenaria inaugurado em 1911 na Praça Augusto Severo, em Natal, Rio Grande do Norte. À ocasião diversas autoridades se fizeram presentes, como o governador Alberto Maranhão, Dr. Antonio de Souza, membros do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, dentre instituições de ensino, inclusive a Escola Doméstica em peso (ficava defronte). 

 

 



Algum tempo vândalos derrubaram a peça e roubaram a efígie. Naquele tempo não tínhamos esse problema de usuários de crack roubando bronze pra trocar por 2 reais, portanto suponho (SUPONHO!) que esse ato excede o campo do vandalismo. Entendo isso como uma ação deliberada por alguns natalenses - incluindo intelectuais -, inconformados de não terem o esplendor de Nísia Floresta, somado às calúnias contidas numa carta escrita 28 anos antes, por Isabel Gondim, as quais estão dispostas para a eternidade neste mesmo blogue, portanto viram na destruição do monumento uma maneira de ofuscá-la.  

No tempo em que essa efígie foi instalada, ainda era muito forte o preconceito contra Nísia Floresta, fruto de mentalidades conservadoras e cheias de tabus, que não aceitavam suas ideias visionárias. Mas a peça, em bronze, feita na França, por Corbiniano Vilaça, foi identificada por um intelectual num sucateiro que não fez questão e o deixou levá-la.



Então ela foi disposta no Instituto Histórico e Geográfico do RN, onde se encontra até hoje, aguardando da parte do estado, uma alma boa que a reinstale com a devida decência e segurança num espaço público conveniente, ou privado com ampla visibilidade (sugiro que seja dentro do Midway), onde poderia ser feita uma belo monumento de mármore para abrigar a efígie. Essa peça é de Natal e foi feita para Natal. 

É importante ressalvar que o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte não é autor da iniciativa de construção do referido monumento nem da efígie, apenas foi convidado para participar da instalação e mandou um sócio representar a instituição. Esse detalhe está escrito em umas das revistas do IHGRN.

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