quarta-feira, 7 de junho de 2023

Salvador...


Salvador...

Dali derretia relógios ao calor emocional de seus pincéis.

Vivia coisentortando e fantasticando telas...

O mundo surrealizava-se com o seu despintar.

Ele desintegrava a concretude,

Traduzia sonhos na linguagem dos pigmentos,

Tintava fantasias, 

Interpretava irrealidades, matizando-as reais...

Suas cores oníricas interpretavam emoção às obras de arte.

Dali inspirou que é possível derreter palavras…

Amolecer gramáticas…

Pintalgá-las ao feitio surreal,

Escorrê-las escorreitas a lápis,

Garatujar semânticas…

Divagar devagar... 

Dali criava neologismos na versão tinta...

Colorizava os sentimentos.

As obras enlouquecidas de Dali estão para as telas como as sintaxes tortas estão para a poesia,

Mesmo se descompreendendo, confundem...

Causam pânico mental,

Divagam emoções de sonhos.

Os relógios desmanchados de Dali

São as sintaxes oblíquas Daqui.

Desintegram verbos para desvocabulizar,

Confabular imaginações...

Dali teve o prodígio de espremer o arco-íris,

Espirrando sonhos lexicais 

Sobre quiméricas pranchetas...

Dali ensinou a pintar despintando,

Portanto, escrevo desescrevendo…

Botando insanidade nas palavras...

Salvador dali, daqui, dacolá

Salvemos o mundo poesiando... surrealizando... 

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