Seu trabalho vai muito além do magistério. Ao conduzir seus alunos a novos horizontes, ela os ensina a olhar o mundo de maneira ampla, despertando a capacidade de pensar com profundidade e sensibilidade, inserindo-os em campos diversos que saltam os muros da escola e percorrem os mais significativos espaços, ora em Parnamirim, ora em Natal.
Como artista plástica, abre caminhos para que cada estudante descubra possibilidades no universo criativo, incentivando talentos e formando olhares atentos à beleza. Essa nova pegada no campo das aquarelas de café, em que ela se exercita há mais de um ano, é surpreendente, pois tanto ela como os alunos avançaram anos luz quando olhamos os primeiros trabalhos e os últimos. Há um avanço de técnica, de criatividade, de filosofia, de viagem que só mesmo o arista é capaz. Estudei aquarela e sei que é uma técnica que sangra.
Ana Catarina vem tornando férteis as terras de Parnamirim ao "produzir" artistas. Sua prática é dinâmica, sempre inovadora com a característica nobre do voluntariado. Há nessa mulher a intenção admirável de oportunizar aos jovens sair do lugar comum e ver o mundo de cima, como águia. Com esse trabalho tão bonito, Ana Catarina se projeta no seio da sociedade por excelência, e isso se torna grandioso porque ela o faz de mãos dadas com os jovens.
Na área da Língua Portuguesa, sua contribuição também é notável. Autora de dois livros que merecem ocupar as prateleiras de escolas e bibliotecas, Ana Catarina oferece obras que dialogam com crianças, jovens, pais e educadores. Ler seus textos é mergulhar em uma escrita clara, amorosa, formadora e sensível, que tem valor duradouro para a formação de leitores e cidadãos.
Um traço marcante de sua personalidade é a humildade de reconhecer no outro uma fonte de inspiração. Ela está sempre buscando aprender com os mestres milenares, com os mestres dos livros e com os mestres do mundo real daqui e dali. Ao afirmar a colegas de profissão: “você me inspira, aprendi muito com você”, revela um espírito raro. Essa capacidade de aprender com o próximo lembra o pensamento de Sócrates, que dizia: “Só sei que nada sei”. A grandeza está em admitir a incompletude e, a partir dela, seguir aprendendo. Poucos têm essa disposição, mas Ana Catarina demonstra diariamente que a gratidão e o reconhecimento fazem parte de uma alma superior.
Em suas aulas, conduz os alunos como quem mergulha em águas profundas, oferecendo-lhes conhecimentos que os preparam para passos futuros. Assim como Paulo Freire defendia que ensinar exige coragem e generosidade, Ana Catarina assume essa missão com inteireza, mostrando que educar é, antes de tudo, acreditar no potencial humano.
Por tudo isso, afirmo que Ana Catarina da Silva Fernandes é uma das grandes sustentadoras da educação, da arte e da literatura dessa terra de Manoel Machado, de Salizete Freire, de Francisca Henrique e de tantas figuras especiais. Ao lado de outros profissionais que marcam história em suas áreas, ela se destaca como exemplo de professora, escritora e artista, inspirando não apenas seus alunos, mas todos aqueles que acompanham sua caminhada.
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