Se estivesse entre nós hoje, Nísia certamente se indignaria com as feridas abertas no Brasil nos últimos anos, promovidas por homens e mulheres que se proclamam patriotas mas, contraditoriamente, elogiam e reivindicam a deplorável Ditadura Militar. No bojo desses infelizes há até o neto de um ex-presidente brasileiro, ditador, e um ex-presidente admirador da ditadura militar (Figueiredo e Bolsonaro). Eles tiveram a insanidade de ir aos EUA trabalhar contra o Brasil. Ambos têm postura de ditadores, elogiam a ditadura, proclamam nos EUA que o Brasil vive uma ditadura, mas, débil e contraditoriamente, estão ali reivindicando democracia para o brasil. Loucos ou simplesmente maus? Ou não se conformam em terem perdido uma eleição?
Pois bem, com toda certeza, Nísia assistiria, com perplexidade, essa tentativa do desmonte de políticas públicas, o desserviço de tentar destruir a diplomacia que sempre existiu entre o Brasil e os EUA, a intenção de fragilizar as instituições e polarizar o pensamento brasileiro. Esses seres equivocados são resquícios de um desgoverno que ameaçou a democracia e segue sem dar paz ao país. São autores da tentativa de golpe de 8 de janeiro, incitação ao ódio e os constantes ataques ao Governo Federal, portanto teriam em Nísia uma firme defensora da ordem constitucional e do respeito às leis.
Com seu faro jornalístico, Nísia denunciaria com veemência o desserviço promovido por figuras públicas que, como Eduardo Bolsonaro, espalham desinformação e inflamam a sociedade contra suas próprias instituições, tentando minar a confiança nas bases democráticas - pasmem! - em nome do que chamam e proclamam com veemência de "patriotismo". Ela não toleraria discursos que atentam contra a harmonia social, pois sempre acreditou que a educação e a verdade são os maiores antídotos contra a tirania e a manipulação. Num recorte rápido - quando ela escreveu o livro intitulado O BRASIL - teve como objetivo desmanchar as ideias erradas escritas e divulgadas principalmente na Europa sobre o Brasil (feitas por alguns viajantes que escreviam e publicavam seus diários). Ela não se conformou com os ataques que faziam à sua pátria e disse "alto lá!".
Nísia - hoje - não se deixaria levar pela desesperança. Ela reafirmaria sua fé na Constituição brasileira, nas leis que regem a República e no senso de justiça que pulsa no povo. Lembraria que a história é feita de lutas e superações, e que mesmo nos momentos mais sombrios a democracia brasileira já demonstrou sua força.
Nísia Floresta diria, com a lucidez que lhe era peculiar, que o futuro depende do fortalecimento da cidadania e da educação. Nísia usaria todas as redes sociais para desmascarar os algozes que, inconformados por terem perdido uma eleição legítima, agem como ditadores, tendo o desplante de reivindicar a ditadura militar e ao mesmo tempo cobrar democracia num devaneio que só cabe na cabeça desses seres.
Nísia estaria na rua, sem papas na língua - assumidamente - sem covardia e sem estar em cima de muros - ela convocaria a sociedade a se unir pelo bem comum, a defender as instituições, a valorizar o conhecimento e a promover o diálogo que reconstrói pontes. Seu olhar filosófico nos lembraria que o bem é mais resistente do que parece, que as leis existem para proteger a liberdade e que cabe a cada um de nós mantê-las vivas.
O bem vencerá o mal. Esta seria a sua mensagem. Não por um idealismo ingênuo, mas por acreditar na força de um povo que, ao compreender seu papel, não se curva diante de projetos autoritários. Nísia Floresta, se estivesse entre nós, seria um farol de resistência e esperança, lembrando que uma nação só se fortalece quando não abre mão de seus princípios democráticos, de sua humanidade e de sua fé no futuro.
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