Engenho Descanso em 1992 - HÁ 27 ANOS...
Em 1992, atiçado pelos inúmeros comentários sobre o Engenho Descanso, visitei o assobradado casarão da família Paiva, acompanhado por minhas irmãs, Regina e Suely, que me visitavam em Nísia Floresta. Achei providencial convidá-las tendo em vista que ambas também gostam desses ambientes velhos...
Pois bem...
Dia desses, revendo as fotografias, dei-me conta de que elas se tornaram documentos curiosos, pois retratam o Engenho Descanso ainda vivo. Pelo terreiro se tem boa noção disso. Tudo muito limpo, lenha amontoada próxima da cozinha, inclusive o fogão a lenha trepitava. À ocasião dessa visita, fomos recebidos pelo proprietário, Sr. Humberto Paiva. Ele estava no curral, mexendo com alguns animais. Era um homem atencioso e nos acompanhou durante mais de uma hora. Conversamos muito. Perguntamos sobre tudo, e esquadrinhamos cada detalhe daquela arquitetura impressionante. Internamente a casa era muito bem cuidada. Muito limpa, a mobília no lugar, quadros grandes nas paredes, uns com fotografias de pessoas da família, outros com paisagens, inclusive o Papa Pio XII abençoando a família a convite do Monsenhor Paiva. Funcionários trabalhando lá e cá, os filhos dos empregados brincando, enfim. O engenho em si era de fogo morto, mas a vida rural dos habitantes dali era pura vivacidade. Quando vi pela primeira vez essa imponente construção, lembrei-me de um capítulo do livro Menino de Engenho, de José Lins do Rego. O personagem major Ursulino mandou construir uma casa de purgar bem no cume do morro, pois assim ficava fácil ver os escravos subindo e descendo a ladeira com as caixas de mel quente na cabeça. Com certeza a filosofia era a mesma: encerrado o almoço, o patrão se sentava ao alpendre para cochilar à sombra de bom vento. Dali mesmo, entre os pestanejares da sesta, ele passava horas apreciando a propriedade e os empregados em trânsito. Era sua forma de ver os empregados de fato trabalhando. "O olho do dono é que engorda o gado". Mais ou menos isso...
Pois então... após a aula, agradecemos a generosidade do Sr. Humberto e partimos.
Lembranças inesquecíveis que ficaram guardadas nessas imagens...
Neste mesmo blog o leitor encontrará outras postagens sobre o Engenho Descanso, inclusive o seu atual estado de ruínas.
Oi Luiz, sou bisneta dos primeiros moradores do casarão do Engenho Descanso. Vi esta materia da visita ao meu falecido tio Humberto e gostaria de saber se vc tem fotos atuais da casa. Abraço
ResponderExcluirOlá, desculpe, mas você não se identificou, portanto não posso mencionar o seu nome. Pois bem, tenho muitas fotografias do processo de ruínas do Engenho Descanso, mas no momento estão guardadas em local que depreende tempo para escaneá-las. Preciso de um tempo. Qual o seu nome completo? Você é bisneta de quem?
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