Havia um menino todo abotoado em sonhos naquela cidade.
Garantia que o mundo se consertava com ferramentas do bem.
Um dia saltaram que ele exercia a cabeça de vento,
Isso porque o menino ventava histórias que emanavam fantasias.
Mas os seus sonhos de fato ganhavam mundo.
Ele praticava realidade no que pensavam ser o absurdo,
Proclamava que a verdade dos sonhos é diferente.
De tão responsável a esses oníricos, ele os envivava.
Tinha tantos modos de sonhar que divagou um pássaro de água.
Era uma ave escura como o rio Paraguai.
Quando planava, suas asas respingavam, formando rios.
E os bichos bebiam dele,
Houve até um aumento de floresta.
O menino anunciava que não estava no mundo, mas o mundo estava nos seus sonhos,
Para ele, o sentido de ser feliz só se praticava no sonhar.
Havia nele um forte comprometimento com viagens.
A realidade precisava ser marchetada nesses devaneios...
E exercitando esse engenho tão convincente, ele apurava a felicidade.
Reforçaram à mãe do menino que ele desregulava o mundo,
A mãe, muito mais competente à imaginação, não concebia tais sentenças.
Desligou, foi o que fez.
A poesia estava tão praticada nela, que não desaparecia os sonhos do filho.
O menino estava viajado nessa herança materna.
Ambos exerciam fantasias para se enriquecerem de felicidade,
Era genético que jamais ela praticaria o mundo sentenciado normal.
Era tão visível essa consonância dos dois, que aquilo restava na lata.
Só não via quem desvia.
Então o menino desapareceu a fazer sonhos por onde andasse.
Dizem que os seus sonhos estão a tal ponto espalhados em poesia que até hoje são encontrados.
Quem os acha, arranja-se em felicidade...
Esses sonhos só se realizam em quem tem mães que dão aos filhos asas de águas...
Que os deixam livres, construindo os rios que quiserem…
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