A fotografia foi feita em 1927, há 94 anos, mas a escola - denominada “Grupo Escholar”, foi criada doze anos antes, em 1910, pelo então governador Alberto Maranhão, que sucedeu o nisiaflorestense Dr. Antonio de Souza. O Clic registra um dos prédios onde funcionou a primeira escola oficial de Papary. Não há registro informando o local exato onde tal instituição passou a funcionar no ato de sua criação. Suponho (suponho!) que pode até ter sido exatamente nesse prédio, mas não existe nada precisando a minha hipótese. Tendo em vista que a criação dessa primeira escola é de 1910, ou seja, 17 anos depois do "click" desta fotografia, é provável que tenha sido esse o seu primeiro prédio. Isso não quer dizer que Papary passou a ter escolas nesta data.
Na realidade, há registros de professores e professoras em Papary desde a década de 30 do século XIX. As escolas funcionavam em residências particulares, cujos professores eram remunerados pelo Estado e pela Intendência (Prefeitura). As remunerações eram verdadeiras esmolas. A coisa era tão feia que até mesmo a Delegacia funcionava numa casa alugada, pelo governo da Província. Detentos? Uma vez perdida!
Em 1992, a Srª Estelita, bisneta do coronel Alexandre de Oliveira, contou-me que o antigo prédio da Prefeitura abrigou as primeiras atividades escolares de Nísia Floresta. Com certeza, depois que elas deixaram de acontecer nas casas dos velhos mestres. Mas, retomando os comentários sobre o prédio desta fotografia. Veja as letras em alto relevo na parede (contra provas não há argumentos). De fato ali funcionou a primeira escola estadual do município. Esse prédio é o atual Centro Pastoral pertencente à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó. Seu dono original foi o polêmico Coronel José de Araújo, aliás, ele era dono do quarteirão inteiro. Com certeza é uma das primeiras famílias da região. Suponho que os antepassados do coronel José de Araújo eram portugueses. Depois a família Gondim o adquiriu, doando-o para a Igreja o dito prédio juntamente com a área onde está situada a "Casa das Freiras".
Essa propriedade era a residência do citado coronel, o qual assistia as missas de sua janela, como diziam os antigos de seu tempo. Consistia numa casa de esquina, pois a toponímia era diferente. O muro de sua casa seguia até o muro da “Casa das Freiras” em linha reta, de maneira a valorizar o largo da Igreja Matriz. Mas no final da década de 80 - pasmem! - um engenheiro, que se tornou prefeito (George Ney Ferreira) construiu uma infinidade de casinholas defronte ao casarão, descaracterizando totalmente a formatação portuguesa das raízes de Papary, encolhendo o gigantesco átrio da igreja Matriz.
OBSERVAÇÃO: A letra manuscrita sob a fotografia não é minha.
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Grupo Escolar Nísia Floresta - Memórias de Papary
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