HISTÓRIA DO TÚMULO DE NÍSIA FLORESTA NO BRASIL
O documento abaixo,
intitulado “O TÚMULO DE NÍSIA FLORESTA” foi transcrito, portanto seu teor foi
preservado conforme o original. Por esse motivo o leitor poderá observar
algumas palavras escritas/ou acentuadas diferente da atualidade. O mesmo
raciocínio de aplica ao fato de o autor ter usado duas formas para se referir
ao município onde Nísia Floresta foi sepultada: “Ruão” ou Rouen. O correto é a
segunda.
O
TÚMULO DE NÍSIA FLORESTA
Comunicação
ao INSTITUTO HISTÓRICO e GEOGRÁFICO do Rio Grande do Norte, pelo sócio ADAUTO
MIRANDA RAPOSOS da CAMARA, em 31 de maio de 1950.
O
jornalista Orlando Ribeiro Dantas, diretor do <>,
do Rio, excursionando pela Europa, viajou até Ruão, especialmente para
localizar a sepultura de Nísia Floresta Brasileira Augusta, a insigne
norte-riograndense, que, nascida em Papari, se impôs ao respeito e à
consideração de um escol intelectual europeu, na centúria passada.
Quando
partiu pra o Velho Mundo, em Fevereiro último, o ilustre conterrâneo, que
estremece a nossa Província e a conduz no coração para toda a parte, me confiou
que ia visitar Nísia em seu eterno abrigo, que vagamente se sabia existir
naquela cidade francesa. Henrique Castriciano, certa vez, me declarou possuir
uma fotografia do túmulo, mas nunca tive a oportunidade de ver, alegando ele
que se extraviara.
Por intermédio
da Federação das Academias de Letras do Brasil, procurei, em 1938, obter uma
certidão ou atestado do enterramento de Nisia Floresta, interessando-se, nesse
sentido, o Itamarati, a que se forneceram minuciosos elementos para diligências
junto às autoridades francesas. A resposta, solícita e gentil, foi, no entanto,
desalentadora: o Consulado Geral do Brasil no Havre, apesar de sua boa vontade,
nada logrou de satisfatório, pois que a Prefeitura de Ruão informara haver
mandado proceder as buscas nos registros do Estado Civil, <>.
Foi
preciso que um rio-grandense do Norte, do Ceará-Mirim, se trasladasse até lá,
em 20 de abril de 1950, sessenta e cinco anos após a morte de Nisia, disposto a
reencontrar o túmulo esquecido. Em circunstanciada carta que me dirigiu, da
qual, em seguida, transcrevo em longo trecho, teve a gentileza de comunicar o
feliz êxito de seus beneméritos esforços a este seu coestaduano e velho amigo,
autor de uma biografia de Nisia Floresta.
"Regressei
ontem de EU, depois da visita que fiz a Rouen, ao Havre e a Dieppe. Cheguei a
Rouen a 20 de e me hospedei no “Hotel de La Poste”. Logo depois, rumei ao
cemitério. Tomei o bonde nr. 19, para apreciar melhor o panorama da cidade. Lá
do alto, onde fica Bonsecours, pude ver, em conjunto, quase toda Rouen. Ao
chegar ao portão do cemitério, dirigi-me a uma senhora velha, que ali vende postais
e todas essas pequenas coisas que agradam aos turistas. Disse-lhe que ia
visitar o túmulo de Nisia Floresta Brasileira Augusta, ao que ela me declarou
que não havia ali esse túmulo. Estranhei a segurança com que dava sua
informação, ao que explicou: - Moro aqui há 40 anos, conheço todo o cemitério e
nunca vi essa sepultura”. Como eu insistisse, mandou a velha que uma rapariga
que a ajudava, me acompanhasse à casa do sr. Menard, que tinha, ao que disse,
todos os assentamentos relativos ao cemitério, pelos quais iria verificar que
ela estava certa. O velho Menard, muito atencioso, procurou, eu a seu lado, os
apontamentos, notas, e registros que possuía. Não encontrou o nome de Nisia
Floresta. Falou, a seguir, da Mairie de Bonsecours, para a qual, depois das 14
horas, poderia eu apelar. Advertiu-me, entretanto, que os seus apontamentos
eram sempre mais completos que os da Mairie.
Ma Mère
Nisia Floresta Brasileira
Augusta
Née le 12 octobre 1810
Décédée
Le 24 Avril 1885
--
Livia Augusta
Gade
Le 26 Avril 1912
À l’âge de 82 Ans.
CONCESSION PERPETUALLE
O
túmulo, embora nunca visitado por ninguém, está em ordem e relativamente limpo.
Dei à velha e à menina 400 francos e fiz as minhas recomendações a elas e ao
secretário. Enviei, nestes poucos dias, cópias das fotografias tiradas. Como
disse, em cartão-postal enviado de Rouen, deixei, à beira da sepultura de
Nisia, duas lagrimas, uma sua e outra minha, ambas, sem dúvida, por nós e por
todos os nossos conterrâneos. Madame Gade, depois Veuve Gade, née De Faria,
morou em Rouen, na Route Paris, 121.
Do Gesto de Orlando Ribeiro Dantas resultou sabermos
agora:
a) que
Nisia Floresta está realmente sepultada em Ruão;
b) que
sua tumba não está abandonada;
c) que
a inhumaram cristãmente. Nisia sucumbiu a uma pneumonia aos 24 de abril de
1885, recebeu o conforto da Religião Católica. (V. minha História de Nisia
Floresta, Rio 1941, Pongetti Edits, 211 pgs.
d) Que
ela nasceu a 12 de outubro de 1810, e não em 1809, conforme supunham quase
todos os que estudaram a sua vida. Devo dizer que, naquele citado livro,
aceitei a versão generalizada, por falta de documentos em contrário, mas sempre
fiz minhas ressalvas, sempre manifestei minhas desconfianças, conforme se
encontra em uma conferência que fiz em março de 1938, no Rio, e publicada no 2º
Vol. De Conferências da Federação das Academias. Disse eu, então (pg. 105 –
“Vários autores se equivocaram quanto à data do falecimento, dando-o como tendo
ocorrido a 20 de Maio de 1885 (Vieira Fazenda, Blake, etc). Lendo-se O PAIZ, de
27 de Maio e o convite para missa feito
por José da Silva Arouca, dissipar-se-ão todas as dúvidas. A controvérsia pode
girar em torno do ano exato em que nasceu, que há motivos para afirmar ter sido em 1810.
A
lápide funerária, cuja inscrição conhecemos, graças a Orlando Ribeiro Dantas, é
uma fonte de história. A filha devotíssima é que ditou os dados referentes a
Nísia, gravados no granito, e certamente ninguém saberia melhor, naquela época,
o genetlíaco da excelsa potiguar.
Daqui
se conclui que as comemorações de 1909, no Rio Grande do Norte, promovidas pelo
Congresso Literário, foram
antecipadas de um ano... mas por culpa da mesma filha, que, aos 79 anos, com a
memória enfraquecida, prestou “esclarecimentos” à comissão do centenário de
Nísia.
Na
laje foi insólitamente estampada a idade de Lívia, 82 anos, ao falecer em
Cannes, aos 26 de abril de 1912. Ela nasceu em Recife, em 12 de Janeiro de
1830, pelas nove e meia da noite, a
mesma hora em que Nísia nasceu, conforme se lê nos Conselhos à Minha Filha
(Rio, 1842). Aproveito a oportunidade para retificar um lapso tipográfico constante
de minha História de Nísia Floresta,
pelo qual a data natalícia de Nísia teria sido 12/1/1832. Aliás, Augusto Comte,
a quem Nísia há de ter transmitido a indicação, a deu como nascida em 1835 (o
pai se finara em Porto Alegre, em 1833...), pois que lhe atribuiu a idade de 22
anos, em 1857, como se lê na carta de 29 de março de do mesmo ano a G.
Audiffrent.
Orlando
Ribeiro Dantas prestou mais um meritório serviço aos que investigam sobre a grande
vida da maior mulher de letras do Brasil, de quem o Rio Grande do Norte se
orgulha de ter sido o berço.
Êle
é talvez o primeiro norte-riograndense que foi homenagear sua memória, nas
terras da França, - representante legítimo dos sentimentos de seus
comprovincianos, - depois de uma paciente peregrinação pelas repartições
públicas de Ruão e pelas avenidas silenciosas do Campo Santo de Bonsecours.
Rio
de Janeiro, 31 de Maio de 1950.
Adauto
Miranda Raposo da Câmara
Colégio Metropolitano – R. Dias da Cruz,
241. Meyer.
P.S.
Remeto cópia das fotografias com que Orlando Ribeiro Dantas me obsequiou.
Mandei fazer ampliação da que representa a laje sepulcral. Com o auxílio de uma
lente, a inscrição poderá ser claramente lida".
Adauto da
Câmara
RELATÓRIO DO PRESIDENTE DA ACADEMIA
NORTE-RIOGRANDENSE DE LETRAS SOBRE A CONSTRUÇÃO DO MAUSOLÉU DE NÍSIA FLORESTA.
“Não havia
transcorrido dois meses da nossa posse quando surge na imprensa desta capital
uma campanha contra as autoridades do município de Nísia Floresta, com
tentativa de envolver, mais tarde, a Academia de Letras, pelo fato daquelas
autoridades não terem providenciado a construção do mausoléu da escritora Nísia
Floresta Brasileira Augusta, cujos despojos há quase dois meses haviam sido depositados
na igreja daquela cidade, onde permaneciam, ainda, insepultos, por falta de uma
providência naquele sentido.
Em
face da campanha da imprensa e da impassibilidade da Prefeitura Municipal de
Nísia Floresta, resolveu a Academia, por unanimidade dos seus membros, assumir
a responsabilidade da construção do Mausoléu, promovendo os meios de torna-lo
realidade. Tomada essa deliberação seguimos na mesma semana para aquela cidade
onde, em companhia do contador Jovino dos Anjos, do professor Gonzaga Galvão,
do construtor Alvaro José de Melo e do pedreiro José Cirino dos Santos,
entramos em contato com o Prefeito local, Sr. José Ramires, e o Presidente da
Câmara Municipal, Coronel João Marinho de Carvalho pondo-os ao corrente da
situação e comunicando-lhes a resolução da Academia. Aquelas autoridades se
solidarizaram de pronto com a iniciativa, e, embora não fizessem de prático
para remover a situação criada, em parte por elas, não se opuseram, porém, à
ação da nossa entidade. Nada mais exigia também a Academia para Nísia Floresta,
senão que lhe dessem liberdade de ação e meios para realizar aquele objetivo. E
foi o bastante. Voltamos no mesmo dia a Natal e no dia seguinte publicamos a
primeira notícia no Diário de Natal, anunciando o começo do trabalho. Desta
data em diante nunca mais deixamos de trabalhar pelo Mausoléu da escritora.
Havia ali no sítio onde nasceu a escritora um monumento construído em cimento
armado e alvenaria, cercado por um muro em péssimas condições. O Monumento era
baixo, medindo, se muito, dois metros e meio de altura. Demos ordem para o
construtor para elevar o monumento à altura compatível com a sua estética,
revestindo-o ainda de marmorito harmonizando-o com a vestimenta do Mausoléu que
é idêntica à do monumento. O muro velho foi igualmente derrubado,
construindo-se um outro mais amplo e espaçoso, de acordo com as necessidades do
conjunto. A natureza do trabalho, em grande parte do marmorito, exigia operários
especializados, contratados em Natal, encarecendo, portanto, a mão de obra. Ao
lado dessa circunstância devemos lembrar a inconveniência de um serviço feito
na ausência do seu principal responsável. Além da falta de transporte,
lutávamos ainda com a exiguidade de verbas para esse fim, só podendo visitar o
serviço de oito em oito dias, ora em automóvel de aluguel, ora em carros de
amigos particulares. Logo após os primeiros preparativos para a construção do
Mausoléu, verificamos a necessidade de mandar confeccionar uma planta, tendo o
construtor Alvaro José de Mélo, autorizado por nós, convidado o engenheiro
Sousa Lelis para apresentar o projeto, sendo esse feito pelo referido
profissional, nada custando à Academia. O mesmo, diga-se de passagem, aconteceu
com o construtor Alvaro José de Mélo que, tomando a direção técnica do serviço a
nosso pedido nada exigiu da nossa entidade prestando-lhe os mais relevantes
serviços durante a construção do Mausoléu e a reforma do Monumento. Conforme
prometemos, pessoalmente, e em notícias veiculadas em jornais da cidade, aqui
deixamos a demonstração dos auxílios recebidos para a construção do Mausoléu e
a sua respectiva aplicação, firmadas nos documentos da despesa. Os auxílios
recebidos durante toda a campanha foram os seguintes:
Governo do estado...................................................5.000,00
Prefeitura de Natal...................................................1.000,00
Luís Velga................................................................1.000,00
Dr. Aldo Fernandes..................................................1.000,00
Aguinaldo Vasconcelos............................................1.000,00
Santos & Cia Ltda............................................1.000,00
Imp. Severino Alves Bila
S/A....................................1.000,00
Imp. Dinarte Mariz
S/A.............................................1.000,00
Miguel Carrilho........................................................1.000,00
Dr. Roberto Bezerra
Freire.......................................1.000,00
Luís de
Barros.........................................................1.000,00
Sebastião Correia de Melo..........................................500,00
Pedro Augusto Silva...................................................500,00
Wandick Lopes...........................................................300,00
Sebastião Ferreira de
Lima.........................................300,00
Oton Osório de
Barros................................................200,00
Walter Pereira.............................................................200,00
Araújo Freire & Cia.
............................................200,00
Cunha &Maia......................................................200,00
Álvaro d’Araújo
Lima...................................................100,00
Enico Monteiro............................................................100,00
Gurgel Amaral & Cia.
.........................................100,00
Henrique Santana.......................................................100,00
João Rod....................................................................100,00
Sergio Severo.............................................................100,00
Euclides Vidal de Lira... .............................................100,00
Severino Souza
Ribeiro.................................................50,00
Bruno Batista................................................................50,00
Lindolfo Gomes Vidal....................................................50,00
TOTAL:..............................................................C$18.250,00
Esses
auxílios foram angariados por uma comissão composta do Presidente da Academia,
do Acadêmico Hélio Galvão, do industrial Luis Veiga e do contador Jovino dos
Anjos: o terceiro, amigo devotado das letras, cujo interesse pelas coisas do espírito
e da inteligência não será preciso ressaltar porque é de todos conhecido; o
quarto, natural da cidade de Nísia Floresta, colocou desde os primeiros
momentos a serviço da causa comum, cooperando por todos os meios para a sua
realização.
As
despesas que se elevaram ao total de Cr26.710,00, conforme documentos
arquivados, tiveram por objetivo os seguintes serviços: - destruição do muro
velho e construção de um muro em alvenaria rebocado, caiado e pintado; elevação
do antigo monumento, de dois metros e meio (2’2) para cinco (5) metros de
altura todo revestido de marmorito; iluminação elétrica de todo o conjunto, com
material novo e de primeira qualidade; construção do piso interno e da calçada
ambos a mosaico.
Confrontando-se
a Despesa e a Receita do Mausoléu e do Monumento, ver-se-á que houve um déficit
de Cr$8.460,00, coberto pelas rendas ordinárias da Academia.
Os
documentos assinados pelas casas fornecedoras do material e pelo mestre da
obra, José Cirino dos Santos, dirão melhor, na mudez dos seus algarismos, do
que a linguagem dos relatórios com todas as suas minúcias.
Devemos
lembrar que nessas despesas não foram incluídos os trabalhos técnicos e de
administração do engenheiro Souza Lelis e do construtor Álvaro José de Melo,
cujos serviços foram gratuitos e porisso mesmo merecedores da nossa gratidão e
do nosso reconhecimento. Não foram igualmente computados aqui os tijolos e a
areia fornecidos gratuitamente pelo Capitão João Marinho de Carvalho,
Presidente da Câmara Municipal de Nísia Floresta.
Não
foram incluídos mais os seguintes materiais e obséquios, doados e prestados por
várias pessoas, cuja menção manda a justiça que se faça: -
1.Pedro
Paulino de Carvalho, terreno para ampliação da área do muro;
2.Carlos
Gondim, um portão e uma grade de ferro;
3.João
Suassuna, seis alqueires de cal;
4.Galvão
Mesquita, Ferragens S/A, quarenta quilos de ferro e dois quilos de arame fino;
5.Casa
Lux Ltda. Quatro tubos de ferro de ¾ para eletricidade, fora o que foi comprado
posteriormente;
6.Antonio
Justino & Cia. Dezessete latas de mármore, fora o que foi comprado
posteriormente.
7.José
Silva, dois sacos de cimento “Zebú”, fora o que foi comprado posteriormente;
8.José
Martins, seis alqueires de cal para traço e uma lata da cal virgem;
9.Um
anônimo, viagem de carro para Nísia Floresta;
10.Wandick Lopes, viagem
de Jeep a Nísia Floresta;
11.Um anônimo, viagem de
Jeep a Nísia Floresta;
12.Dr. Raimundo França,
viagem de Jeep a Nísia Floresta;
13.Prefeitura de Natal,
viagem de um caminhão a Nísia Floresta;
14.Carlos Gondim, trouxe
e levou várias vezes, material de construção para o Mausoléu de Nísia Floresta;
15.Base Aérea de Natal,
viatura posta à disposição da Academia para condução dos convidados no dia da
inauguração do Mausoléu e do Monumento;
16.Pedro Augusto Silva,
Carlos Gondim e Tenente Barros e Senhora, lanche preparado e servido em Nísia
Floresta no dia da inauguração do Monumento;
17.Osório Dantas, viagem
de Jeep a Nísia Floresta, com a colaboração do jovem estudante Walter Lopes que
serviu de motorista;
18.Instalação da luz do
Monumento e do Mausoléu, a cargo do eletricista Manuel Silva e do seu
respectivo auxiliar;
19.Prefeitura Municipal
de Nísia Floresta, placa em alto relevo, confeccionada por importante firma de
Belo Horizonte, Minas Gerais, cuja doação muito recomenda o bom gosto e a
compreensão do Prefeito José Ramires, e do Presidente da Câmara Municipal,
Coronel João Marinho de Carvalho. É de justiça salientar o interesse do
contador Otacílio Ximenes Jales, representante da referida firma, nesta
capital, que tudo fez para que a confecção da placa de Nísia Floresta se
realizasse na presente gestão da Academia de Letras.
Não foram incluídas,
enfim, muitas despesas miúdas que pela sua natureza escapam ao registro de quem
dirige. Concluído o trabalho do Mausoléu e do Monumento reuniu-se a Academia,
marcando a sua inauguração para o dia 3 de abril de 1955. Efetivamente, naquela
data, daqui partiu a Academia em viatura gentilmente cedida pelo Comando da
Base Naval de Natal, ali chegando às 9 horas e fazendo logo depois o
trasladamento dos restos mortais da escritora da Igreja local para o Mausoléu a
ser inaugurado. O acontecimento está registrado no livro de Atas da Academia
que por sua vez recolhe as assinaturas das pessoas presentes.”
PLACA DE NÍSIA FLORESTA
“Neste
final de relatório cabe-nos uma referência especial à Prefeitura Municipal de
Nísia Floresta que, por intermédio do seu prefeito, Sr. José Ramires, e do seu
Sub-Prefeito, Capitão João Marinho de Carvalho, deu uma demonstração que poucas
vezes se tem visto neste pedaço do território brasileiro que é o Rio Grande do
Norte. Queremos nos referir ao gesto nobre e elegante que teve aquela edilidade
fazendo doação à Academia Norte-Riograndense de Letras de uma belíssima placa
em alto relevo para ser afixada no Mausoléu da insigne escritora e educadora e
patrícia. A placa será colocada brevemente e não é sem emoção e sem um profundo
reconhecimento de gratidão que agradecemos àquelas autoridades, em confiança e
solidariedade que deram à nossa instituição, como que premiando-a pelos grandes
esforços que dispendera na realização de tão árdua e difícil missão. Não deve
ser esquecido aqui o nome do Sr. Otacílio Ximenes Jales, representante da firma
de Belo Horizonte, que tanto se interessou pela confecção e pelo aprimoramento
da placa em questão”.
Natal, 26 de janeiro
de 1956
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