ACTA NOTURNA - Memória de Paraña-Mirim - 1942 - Antonio Barroso Pontes - Histórias que não estã na História...
Há passagens históricas, simples, mas importantes de serem recontadas, pois estão levemente apagadas pela poeira do tempo. Trago aqui a lembrança de ANTÔNIO BARROSO PONTES, delegado de polícia, depois CHEFE DE SEGURANÇA DA BASE AÉREA, cuja história é permeada de episódios curiosíssimos, mas esquecida. Era sobrinho de AMÉLIA MACHADO, a "VIÚVA MACHADO", "COMEDEIRA DE FIGO DE CRIANÇA" (criança não teria fígado?). Pois bem era a "PAPA FIGO" (outrora conto a história dela - quem tiver pressa, se adiante lá no meu blog que tem farto material sobre ela). Mas voltando a BARROSO PONTES, morava no ENGENHO PITIMBU, casarão assobradado às margens do Rio Pitimbu.
Dom Eugênio Sales conversando com Antonio Pontes |
Foi a primeira casa de PARANÁ-MIRIM a possuir geladeira, uma "Frigidaire" que funcionava à gás e à eletricidade. O casarão recebia visita da americanada que se espalhava na Base. Muitos militares importantes também passaram pelo imponente solar, como por exemplo, Brigadeiro Eduardo Gomes, almirante Ary Parreiras, Pery Constant Bevilaqua, capitão Cordeiro Neto, capitão Ulisses Cavalaria, os militares norte-americanos: capitao Jonsen Colins, Major Poot, tenente Rossin. Muitos atravessavam sábado e domingo na bela fazenda sombreada por abundante mata nativa e toda sorte de fruta. Americanos adoravam manga. Por incrível que pareça a água de banho e do preparo de alimentos vinha do rio Pitimbu, límpido, transparente e piscoso. BARROSO PONTES, na verdade chegou à fazenda em 1938 (quatro anos depois de o tio Manuel Machado, então falecido, ter doado extensa faixa de terra para os primeiros franceses que ali aterrissavam seus "pássaros de ferro" da "Air France".
Na realidade os aviadores franceses haviam escolhido uma área considerada mais adequada segundo os conformes da aviação daquele tempo. Ficava em Macaíba, mas os proprietários, desconfiados com a estrangeirada, os colocaram para correr, pedindo dez vezes mais o valor real da propriedade. Manuel Machado, esperto, doou. Mas pediu que terraplenagem e logística tivessem contrato certo com suas empresas (válido!). Época que ninguém imaginava um dia tudo aquilo pertencer a Paraná-Mirim. Veio a convite da "viúva Machado, para cuidar da propriedade valiosa e próspera. Eis o resumo rápido das páginas que desempoeirei sobre essa figura notável, nascida no Ceará, que sempre soube acolher todo tipo de amizades no casarão da Pitimbu. OBS. Dom Eugênio e Virgílio Távora).
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