HOJE É O “DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”, E QUERO FALAR SOBRE O PATRIOTISMO QUE APRENDI COM MEUS PAIS E COM OS LIVROS...
Hoje é o aniversário da Independência do Brasil. Desde pequenos aprendemos a cultuar os valores cívicos como bandeiras, hinos e suas derivações, além de regras que devem ser respeitadas quando se lida com esse patrimônio. Nos últimos tempos, reproduções da Bandeira Brasileira têm servido de roupa, lenços, toalhas de banho, calcinhas, cuecas, e até pano de chão. O Hino Nacional parece ter adquirido proprietários. Proprietários hostis, que usam armas de fogo. Eles acusam que o civismo morreu, que as escolas não ensinam mais os valores decorrentes. Culpam os professores e as escolas. Alguns até os demonizam. Mas engana-se quem diz ou pensa dessa forma. É óbvio que a prática do Civismo não é igual à do passado. Algo se diluiu. Houve mudanças, mas é estúpido alegar que escolas e professores são responsáveis por tal diluição.
A lei federal pertinente à Bandeira do Brasil e ao Hino Nacional é muito ampla e rigorosa. Ela é cheia de “pode” e “não pode”. É regra sobre regra. Alguém se lembra, dia desses, de uns soldados dançando "funk" dentro de um pelotão do Exército, ao som do Hino Nacional nesse estilo? Se fosse antes de 1985, eles teriam sido presos e punidos com seriedade, portanto me assusto quando vejo muitos bolsonaristas fazendo armas com os dedos, usando a bandeira como um manto e cantando o Hino Nacional de calcinha e sutiã no capô de um carro. E o próprio Presidente da República, que - contraditoriamente - defende o “resgate” do que no passado os professores ensinavam na disciplina denominada “Educação Moral e Cívica”, destrói tudo isso.
O Presidente da República, apesar de ser um Capitão do Exército (aposentado), esqueceu de que reza a lei que a própria Bandeira do Brasil nunca se abate em continência. E muito menos a bandeira de um país alheio, como ele fez diante da bandeira dos Estados Unidos da América. Em outras palavras, ele ensina o Civismo ao contrário. Temos na presidência da república os piores exemplos. Um homem sem qualificação alguma e que instiga a violência que parece comandar o Brasil.
As leis federais referentes ao Hino Nacional e a Bandeira do Brasil exigem os locais corretos para se entoar o Hino Nacional. Eu aprendi assim e sempre respeitei isso. Mas hoje ele é tocado nos botecos, nas praias, ruas, cabarés, e serve até para revidar com hostilidade pessoas que não concordam com o governo, como se, colocando o Hino Nacional para tocar traz dignidade à violência e à ignorância que eles vomitam a todo instante. Pior: julgam que quem discorda do governo não é patriota e não respeita o Hino Nacional. Vejam a barbaridade e a contradição. Os que se proclamam “patriotas” descumprem as regras de “patriotismo” em nome do “patriotismo”. É como essa atual moda de falar o nome de Deus a torto e a direito, e fazer gestos de armas dentro de igrejas. “Patriotismo” louco. “Civismo” demente e equivocado.
Você já viu o símbolo das Armas Nacionais exposto em lugar central da prefeitura e da Câmara Municipal de sua cidade? Não? Então não culpe os professores. Culpe os responsáveis por tais instituições, pois a lei obriga isso. Se alguma escola de sua cidade não exibe a Arma Nacional, ela não cumpre a lei, que, por sinal, é muito antiga.
Quanto ao respeito ao Hino Nacional e a Bandeira Nacional, a lei federal diz que as cerimônias de hasteamento ou arreamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude de respeito, de pé e em silêncio, os civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações. Ou seja, não se deve usar o Hino Nacional em meio a galhofa, bebendo cachaça, arrastando a bandeira no corpo, sujando-a de terra e coco de cachorro no chão, nem seminu etc, como assistimos quase que diariamente nessas movimentações bolsonaristas. O simples fato de ouvi-lo em execução exige-se a retirada do chapéu ou boné, e a posição de sentido. Inclusive há um “parágrafo único”, curto e grosso, dizendo que é vedada qualquer outra forma de saudação ao Hino Nacional e a Bandeira Nacional. Ou seja, a lei recrimina essa patuscada feita à Bandeira Nacional durante movimentações públicas, mesmo que sejam cópias, pois é proibido cópias dela.
Quando você ouvir alguém dizendo que pessoas de esquerda querem tingir a bandeira do Brasil com a cor vermelha, pois não as levam durante protestos públicos, diga assim: “eles levam as bandeiras de seus partidos políticos, de instituições ou de seus segmentos de natureza ideológica, pois a bandeira do Brasil não deve ser execrada nas ruas, como vemos. Diga que a bandeira deles está onde deve ficar, principalmente dentro de seus corações, peça a essas pessoas que procurem ler, se informar, estudar e depois voltar para conversar”. Jamais o questionador voltará para te hostilizar, pois não terá argumentos. Você se pautou na Constituição Brasileira. Quem vai aos protestos públicos arrastando a Bandeira Brasileira como se fosse um molambo, roupa ou copo de cerveja, deveria levar as bandeiras de seus partidos, ou dos segmentos que pertencem, ou nenhuma bandeira, acaso não pertença a um partido político, pois a Bandeira Brasileira é sagrada.
E não acaba aqui. A Lei Federal proíbe hasteá-la em mau estado de conservação, modificar as tonalidades das cores, o tamanho e o dístico, vesti-la em tribunas, cobrir placas, painéis e monumentos para inaugurar alguma obra, reproduzi-la em rótulos ou invólucros expostos à venda, enfim as proibições são claras. Você já viu algum vereador, prefeito, deputado, senador, presidente, policial militar, soldado do Exército entregar bandeiras velhas de suas instituições em Unidade Militar, para que sejam incineradas? Não? Então eles não são patriotas e nem praticam o civismo. E a lei ainda diz que essas bandeiras velhas, recebidas pelas unidades militares, devem ser incineradas (queimadas) de acordo com um ritual militar no Dia da Bandeira Nacional. Vejam o nível do aparato ritualístico.
Quando você ouvir algum soldado do Exército Brasileiro - ou qualquer pessoa – dançando “funk” e fazendo gachimonhas com o Hino Nacional, oriente-o que a lei proíbe tal bizarrice, e proíbe executar qualquer arranjo vocal do Hino Nacional, pois só sãos permitidos os arranjos de Alberto Nepomuceno (ou seja, é inimaginável um Hino Nacional em ritmo de “Funk” ou qualquer outro). E diga aos soldados militares que é proibido, conforme Lei Federal, a execução de arranjos artísticos instrumentais do Hino Nacional, e que se porventura, mediante necessidade especial, se postule qualquer prática destoante, deve ser autorizada pelo Presidente da República, depois de o mesmo consultar o Ministério da Educação e Cultura e toda uma equipe especializada em Heráldica. Ou seja, é imutável, pois jamais alguém abriria precedentes para isso. Mas o atual presidente da república, por ser um homem ignorante em sem qualificação, faz ao contrário, pois nem ele tem conhecimento, tendo passado pelas Forças Armadas de forma medíocre, inclusive tendo feito até atentado terrorista. Que patriota!
Lembremos que a “culpa” (se assim devemos dizer) pela prática tosca e deturpada do civismo e patriotismo brasileiros têm muitos responsáveis. Não culpe os professores. Vejamos mais essa: os comerciantes que vendem a Bandeira Brasileira e a Bandeira das Armas Nacionais em seus comércios, só devem fazê-lo se trouxerem na tralha do primeiro e no reverso do segundo a data de fabricação, a marca e o endereço do fabricante ou editor. O que dizer das milhares de bandeiras brasileiras que vêm da China? E os lençóis de Bandeira Brasileira, e as Bandeiras em formato de bandeirolas usadas durante a Copa do Mundo? São os professores que ensinam isso?
Ainda não terminei! A Lei Federal tem penalidades para infratores de tudo aquilo que ela reza como proibido. Talvez alguns nem acreditem, mas a palavra oficial é CONTRAVENÇÃO. Portanto, o CONTRAVENTOR pagará multa de uma a quatro vezes o maior valor de referência vigente no País, elevada ao dobro nos casos de reincidência. Se se considerar como patriotas esses papangus que vimos por aí atualmente, metidos em movimentações e protestos eufóricos, enrolados na bandeira nacional - e muitas vezes cheios de hostilidades, agressões verbais e físicas - tenha certeza que eles modificaram o sentido de patriotismo, associando-o à violência e ignorância. E quando se tem um Presidente da República que ignora a essência do Patriotismo e Civismo, mas os defende ferrenhamente, por entender que as Forças Armadas são donas do Patriotismo e Civismo, está-se diante de um dos piores exemplos para falar do assunto.
Embora não sou professor, mas estive professor há muito tempo, e por isso sempre tomo as dores dos educadores, reconheço que a Lei Federal reza que é obrigatório o ensino do desenho e do significado da Bandeira Nacional, bem como a obrigatoriedade do canto e da interpretação da letra do Hino Nacional em todos os estabelecimentos de ensino, públicos ou particulares, do primeiro e segundo graus. Talvez isso seja um dos poucos pecados de professores e escolas, salvas raras exceções, pois não ensinam a desenhar a Bandeira Nacional, mas todas as escolas que conheço, inclusive no presente, executam o Hino Nacional na presença dos alunos e professores, o qual é cantado por todos. E como a lei não diz que esse “ensinar” é na forma oficial, com toda aquela matemática e no aspecto diametral, o “pecado” cai por terra, pois em todas as escolas que você vai é possível ver as paredes floridas com a bela Bandeira do Brasil, saídas das mãos de crianças e jovens. E com o seguinte detalhe: isso ocorre não apenas na Semana da Pátria, pois com a multidisciplinaridade, diversos professores trabalham a confecção da referida bandeira, e em contextos diversos, levando o aluno ao pensar.
Na realidade, a legislação sobre a Bandeira do Brasil e Hino Nacional, (elementos integrantes das comemorações da Independência do Brasil) é muito rigorosa e abrangente, e trata diversos procedimentos que não ocorrem na prática. Patriotismo e Civismo são importantes na prática, e não em discursos eufóricos e aquecidos, pautados pela ignorância. Parte do povo brasileiro precisa saber o que é o patriotismo e o civismo para não incorrer na imbecilidade de pensar que está vivendo um novo tempo de mudanças positivas (sendo o contrário). Na realidade, está-se dentro de uma tragédia maquiada pela ignorância. Patriotismo e Civismo como discurso não salvam a pátria. Não inibem corrupção, desigualdades sociais, milícias, truculências, falta de diplomacia, justiça bandoleira, descriminação às minorias, e outras chagas que nos assustam. Patriotismo é Justiça e dignidade para todo o povo brasileiro!
Se fosse para escolher, eu preferia que ninguém fosse desses patriotas "rola bostas" que pululam incontinenti em todas as instâncias, principalmente política. Queria que fossem pessoas que fizessem a diferença, que transformassem do nada o tudo... Preferia que todos fossem apenas pessoas civilizadas, que quisessem para os outros o que querem para si. Aí, sim, seríamos a PÁTRIA AMADA, BRASIL! AÍ, SIM, EXISTIRIAM PATRIOTAS VERDADEIROS. L.C.F. 2019
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