Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó (1735-1755): descaracterizada - Túmulo de Nísia Floresta: abandonado e sufocado... Se não forem tombados pelo IPHAN serão totalmente descaracterizados lentamente..
Hoje, algumas pessoas não entenderão o meu gesto, pois muitos ainda vivem à sombra do ranço do mandonismo dos velhos coronéis e senhores de engenho, que os impediam de pensar, portanto estão cegos, ou o fingem. Mas importa-me a certeza de estar no caminho certo, e fazendo o papel que pertence a milhares de omissos do próprio município de Nísia Floresta/RN. Sou profundamente contra os atos imperdoáveis que precisam ser interditados a bem da História e da Memória do Brasil, e refletidos nas escolas e em todos os ambientes de Cultura. Sou contra a ignorância promovida por ditando hábitos e passando por cima da verdade e da História. O meu ato de ser contra se pauta na importância de se preservar a História e a Memória do Brasil para as novas gerações. Nada mais. Estamos diante de crimes contra patrimônios históricos de valores incalculáveis, dilapidados em nome de uma modernidade inadmissível, assistida em silêncio porque equivocados, de fato, acham bonito o gesso, o vidro, a laje cheirando a cimento, o porcelanato etc.
Se
precisasse de substituição da madeira, que fosse substituído por
madeira. Lembro-me que tudo é madeira nobre. Madeira de lei. Não estavam
estragadas. Mas suponhamos que suas pontas estivessem avariadas, que
fosse cortada e se anexasse pedaços novos, da mesma madeira. Mas
colocaram laje. Onde estão essas madeiras. Estão bem guardadas. Elas são peças de valor museológico sem preço.
É patrimônio do município de Nísia Floresta. O mesmo foi feito à
sacristia. Isso é descaracterização pura e simples. Fica meu registro
público de que jamais aceitei isso e
sempre protestei. É o que posso fazer. É o que todos deviam fazer. E
você, o que tem feito?
Há quem não entenda a minha denúncia e se vale de colocações ingênuas
ou equivocadas. Mas como um cidadão barsileiro que estudou História da Arte, que estuda Restauração de Edificações Históricas, e
tem um testemunho de 27 anos de luta em prol da defesa da história e da
memória do patrimônio material e imaterial de Nísia Floresta e região -
não me importo e seguirei o meu dever.
APROXIME-SE E VEJA COM MAIS PERFEIÇÃO COMO ERA O ORIGINAL... Veja, abaixo, imagens que falam por si: Como se desce de um telhado uma linha gigantesca de madeira, de quase trezentos anos, quase em perfeito estado de conservação, sem proteger o ladrilho-hidráulico? Como se destelha uma igreja de quase 300 anos, sem tirar de dentro delas imagens originais de mais de 200 anos? ó espero que essas linhas estejam muito bem guardadas, pois são peças museológicas de valor incalculável. Observe que é uma árvore inteira. Imagine seu tamanho e quantos anos ela trazia quando foi arrancada das imediações de Papari.
Conforme falei, em 2009
denunciei à Fundação José Augusto e Arquidiocese a construção de um
altar e nicho na nave direita. Coisa tosca e inadmissível. Repeti a
denúncia,
2014: veja o link
http://nisiaflorestaporluiscarlosfreire.blogspot.com/2014/11/igreja-matriz-de-nisia-floresta-sofre.html Mas no caso acima foi sobre a retirada do telhado e madeiramento com AS IMAGENS EXPOSTAS DENTRO DA IGREJA, como se comprova no link acima. São imagens de madeira, folheadas a ouro, datadas do século XVIII. Após a denúncia, mandaram retirar as imagens dois dias depois, e um nisiaflorestense disse que meu texto era mentiroso, apresentando fotos com os nichos vazios. A sorte foi eu ter fotografado antes, pois eu não seria louco de manipular as imagens que falam por si (confira).
http://nisiaflorestaporluiscarlosfreire.blogspot.com/2014/11/igreja-matriz-de-nisia-floresta-sofre.html Mas no caso acima foi sobre a retirada do telhado e madeiramento com AS IMAGENS EXPOSTAS DENTRO DA IGREJA, como se comprova no link acima. São imagens de madeira, folheadas a ouro, datadas do século XVIII. Após a denúncia, mandaram retirar as imagens dois dias depois, e um nisiaflorestense disse que meu texto era mentiroso, apresentando fotos com os nichos vazios. A sorte foi eu ter fotografado antes, pois eu não seria louco de manipular as imagens que falam por si (confira).
Há poucos meses, fiz novas denúncias após ter ido a um enterro em
Nísia Floresta, quando fiquei sem acreditar no que vi na Matriz de Nossa
Senhora do Ó. Foi tudo ao contrário do que um engenheiro me alegou em
2014, quando fiz a denúncia, e o mesmo, cujo nome não me recordo, me
ligou dizendo que estavam refazendo todos os projetos, cujas obras se
dariam na perspectiva de restauração com total respeito às
características originais da Matriz. Restou-me acreditar na palavra daquele cidadão que, infelizmente, mentia. Eu
pensava que as obras se seguiram com respeito ao Patrimônio Histórico, acreditando na palavra desse cidadão que faltou com a verdade.
Só fui perceber durante o enterro, neste ano de 2019. Dessa última vez também fiz a
denúncia junto ao Instituto Histórico e
Geográfico do Rio Grande do Norte, Conselho Estadual de Cultura,
Arquidiocese
de Natal, Conselho Regional de Arquitetura, Centro de Documentação Eloy
de
Sousa, Ministério Público e IPHAN, INCLUSIVE PEDI NESSE DOCUMENTO O
TOMBAMENTO DA IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO Ó, PARA QUE NÃO
CONTINUEM ASSASSINANDO A HISTÓRIA. DESSE QUE POSSIVELMENTE SEJA O TEMPLO MAIS ORIGINAL E COM O MAIOR ACERVO SACRO DO ESTADO.
A
que ponto o município de Nísia Floresta está chegando. A gente espera
pessoas que façam a diferença e respeitem verdadeiramente a História.
Mas isso não vem ocorrendo como se deve. Em Nísia
Floresta se assiste a tais barbaridades em silêncio. Muitos acham bonito a inserção de coisas modernas - que de fato são bonitas, MAS NÃO DENTRO DE UM TEMPLO DO SÉCULO XVIII, pois está-se tirando as características
originais do prédio. Outro exemplo inacreditável: onde já se viu colocar
madeira preta sobre o altar-mor de
uma igreja de quase 300 anos, retirando a alvenaria branca em perfeita
harmonia
com toda a arquitetura sacra? Dá-se a impressão que copiaram o teto da Igreja Matriz de Ceará- Mirim. Analisando racionalmente, está-se gastando
altas somas para se destruir e não para restaurar. Construções desse porte
devem ser restauradas, e não descaracterizadas. Não há mais nada a se
acrescentar nessa Igreja Matriz, desde 1910, quando fizeram uma das
naves. Tudo daí em diante deveria ter sido apenas manter seu modelo
original, conservando-o, restaurando-o. É muito simples as pessoas
entenderem isso. Não há segredo.
É
inacreditável olhar o teto do altar-mor da Igreja Matriz de Nossa
Senhora do Ó, em Nísia Floresta e enxergar um crime contra a arquitetura
barroca original. Nos meus estudos sobre o assunto, desde os tempos
universitários, e posteriormente o contato com especialistas de Ouro
Preto e Rio de Janeiro, aprendi que a intenção arquitetônico/sacra da
Matriz de Papari foi revestir todo o altar-mor de alvura, de plenitude
da cor branca, pois é ali que se encontra o Sacrário. Há intenção de se
dar uma conotação celestial, de "céu", de santidade, a partir da própria
arquitetura. Mas, INACREDITAVELMENTE, destruíram o estuque original, e
com ele foram-se os desenhos em alto e baixo relevos, em perfeita
harmonia com todos os demais elementos da Igreja Matriz. Mataram o
Barroco. Mataram a História. Não desaprovo a necessidade de refazer a cúpula/estuque/forro do altar-mor. MAS QUE REFIZESSEM DA MESMA FORMA, IGUAL ERA, COM OS ADORNOS QUE TINHAM, SEM DESCARACTERIZAR. reforma e restauração diferem
e, desde que em prédio histórico, devem caminhar juntas. Vejam a beleza e perfeição do forro do altar-mor antes da destruição. Se o leitor não acredita, vá à igreja conferir a barbaridade feita. É
um choque. A madeira preta matou a beleza arquitetônica do templo e da
própria intenção de transmitir a plenitude celestial ao altar-mor. Muitos fiéis choram de tristeza. Veja,
abaixo:
Em
2008 o reboco desse estuque/forro desabou. Foi um estrondo na Matriz. Eu
tinha fotografias originais de como era antes. Então desenhei os adornos em tamanho natural todos os altos e baixos
relevos, os quais foram moldados novamente em cimento pelo filho da Dona
Moça (do Monte Hermínio). Mas vejam, abaixo, a tragédia e o absurdo feito nesse forro:
OBSERVE
O CHOQUE DO BRANCO COM O PRETO, OU SEJA, A INTENÇÃO ORIGINAL DE SE
CRIAR UM CÉU BRANCO DEU LUGAR A UM CÉU PRETO, SEM CONTAR OS ELEMENTOS
ORIGINAIS QUE FORAM DESTRUÍDOS.
Confesso que não
tenho palavras para externar minha repulsa às barbaridades que tenho
visto
acontecer nessa Igreja Matriz e ao Túmulo e Monumento à Nísia Floresta. O
assunto é
patrimônio histórico. Não estamos falando de uma casinha de palha lá no
sítio do seu Pedro. É uma igreja de quase 300 anos, cujas pedras foram
trazidas sob carros de boi, de Morrinhos, cuja argamassa era cal, barro e
óleo de baleia. Arrancaram todo o assoalho das duas naves. Arrancaram o assoalho dos fundos da Matriz, na parte superior, onde dormia o Padre João Maria. Aquilo era
intocável. É arquitetura de época. Há uma história sem precedentes nasqueles espaços.
OBSERVE MAIS DE PERTO O ABSURDO
OBSERVE COMO ERA, VEJAM A PERFEIÇÃO HARMONIOSA, CUJOS ELEMENTOS EM ALTO E BAIXO RELEVOS SE COMBINAM EM TODO O CONTEXTO...
Espero
que todo esse madeiramento, tão valioso quando os demais tesouros
internos da Matriz, estejam muito bem guardados para que, no futuro, quando o município contar com autoridades que tenham o poder de entender o que isso representa, possam criar o
Museu da cidade e alojar esses materiais, pois pertencem ao povo e são
históricos. Outro
detalhe é o uso da imagem original de Nossa Senhora do Ó em procissões.
Isso é inadmissível. Estamos falando de uma peça de mais de duzentos
anos. Hoje
a imagem não tem uma assessoria especializada para movimentá-la,
retirando-a e recolocando-a em seu lugar de origem em situações
extraordinárias, servindo-se de cuidados extremados.
Tenham certeza que
em breve se ouvirá dizer que a imagem original de Nossa Senhora do Ó
caiu do andor ou esbarrou em algum fio, faixa ou outra coisa
pelas ruas de Nísia Floresta. É inquestionável que essa imagem seja
intocável, que jamais deixe o seu nicho original para tais atividade.
Para que existe réplica? Para quê existe a "Nossa Senhora do Ó Pequena"? Quando ela cair no chão e ficar em cacos, se lembrarão de mim. Não é melhor pensar agora? Finalizo,
lembrando que a igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, enquanto elemento
arquitetônico e religioso, o túmulo de Nísia Floresta e o monumento em sua homenagem, e outros
elementos históricos dali, pertencem ao povo. As autoridades estão de
passagem mas o povo fica, portanto o povo não pode tolerar tamanho crime
contra a história.
SOBRE O TÚMULO E MONUMENTO À NÍSIA FLORESTA - A julgar pelo abandono em que se encontra, e um prédio construído ao lado do túmulo e monumento à Nísia
Floresta, brevemente é possível o vermos emoldurado por outras construções que impedirão totalmente sua
visibilidade. Seria essa a intenção? Ontem também apresentei denúncia escrita e verbal, sobre a situação do túmulo, conforme os registros neste post, junto
ao Conselho Estadual de Cultura (conforme fotografias aqui postadas) e também a encaminhei ao Dr. Diógenes da Cunha
Lima, Presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Em Natal, as autoridades estão estarrecidas com esses fatos intoleráveis.
Chega
a impressionar um terreno tão
gigantesco como esse ao lado do túmulo de Nísia Floresta, atinarem de
construir um sobrado a poucos centímetros do mesmo. Está-se diante de um
dos
maiores monumentos da História do Brasil. Vêm turistas do mundo inteiro
visitá-lo. Mas hoje mal dá para se fazer uma fotografia, pois as
construções ao lado, que
antes já o poluíam, hoje o sufocam.Não é correto se deixar o túmulo e o
monumento chegar a tal ponto. Está quase abandonado. Não se pode permitir o
estado atual de sufocamento desse importante conjunto histórico. O que mais será construído ali?
A sociedade,
salvas raras exceções (pelo menos apenas uma professora e uma escritora
entraram em contato comigo sobre isso) assiste a tudo silenciosamente. Depredar o Patrimônio Histórico não é apenas riscá-lo ou pichá-lo. Antes fosse somente isso. Depredar é descaracterizar, desmanchar o antigo e substituir pelo moderno, substituindo um material por outro sem relação alguma com as características originais. Depredar também é abandonar, é deixar que o povo faça o que bem entender, como a sufocação que se encontra o túmulo de Nísia Floresta. Quem
percebe e se preocupa com os crimes e dilapidações feitas aos monumentos
antigos e ao patrimônio histórico, denuncia sem medo. Vejam, abaixo, A SITUAÇÃO DO TÚMULO DE NÍSIA FLORESTA:
Cabe
às autoridades o perpétuo zelo a tais elementos, cuidando para que não sofram
danos ou sejam destruídos. Diante dos altos custos o correto é que os responsáveis diretos por prédios e monumentos antigos façam planejamentos com muita antecedência. Não é correto cuidar quando está caindo ou quando está sendo sufocado (como é o caso do túmulo). Cabe às autoridade buscar apoios e parcerias em nível estadual, federal e com a iniciativa privada, mas antes, e não quando os patrimônios estiverem descaracterizados ou destruídos.
As autoridades devem buscar parcerias de
todas as formas, urgentemente, para adquirir a área vizinha ao túmulo e
monumento, numa perspectiva que atenda a estacionamento e estrutura logística
em termos turísticos. Em últimos casos pratica-se a desapropriação e indenização aos
proprietários, os quais, com certeza, não se oporão à primeira proposta.
Normalmente, quando faço denúncias, o faço por
minha formação educacional e exercício de minha cidadania. Não o faço por
heroísmo ou como forma de “peitar” pessoas, como alguns assim o proclamam,
ignorantemente. E quando essas denúncias vêm a público logo aparecem
oportunistas cheios de iniciativas “anteriormente feitas” (verdadeiros fake
news criados de última hora para não assumir a omissão). Mas quais
autoridades locais denunciaram? Onde estão os documentos de comprovação? Os
meus estão em diversos órgãos do estado e da justiça, e podem ser conferidos, inclusive minha
denúncia foi publicada na Tribuna do Norte recentemente, a pedido do jornalista
Woden Madruga. Não foi eu que a encaminhei. Ele leu através de um dos maiores historiadores do Estado, Professor Doutor Cláudio Galvão, aposentado da UFRN, amigo pessoal, para o qual enviei a denúncia. O que Woden fez foi pedir a minha autorização, assim como Vicente Serejo também, chocados com a situação do túmulo e da Igreja Matriz de Nossa senhora do Ó. Quem não se choca?
A que ponto o município de Nísia Floresta está chegando. A gente espera pessoas que façam a diferença e respeitem verdadeiramente a História. Mas isso não vem ocorrendo como se deve. Em Nísia
Floresta se assiste a tais barbaridades em silêncio. Muitos acham bonito o
perfeccionismo do gesso, por exemplo, afinal, de fato é bonito, mas está-se tirando as características
originais do prédio. Outro exemplo inacreditável: onde já se viu colocar madeira preta sobre o altar-mor de
uma igreja de quase 300 anos, retirando a alvenaria branca em perfeita harmonia
com toda a arquitetura sacra? Analisando racionalmente, está-se gastando altas somas para se destruir e não manter. Construções desse porte devem ser restauradas, e não descaracterizadas. Não há mais nada a se acrescentar nessa Igreja Matriz, desde 1910, quando fizeram uma das naves. Tudo daí em diante deveria ter sido apenas manter seu modelo original, conservando-o, restaurando-o. É muito simples as pessoas entenderem isso. Não há segredo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário