NÓS, NA FLIN...
Sábado, após passar boa parte da tarde acompanhando Fídias no seu terceiro tour fotográfico na parte antiga da Ribeira, estivemos na FLIN (Festival Literário do Natal/RN), evento realizado pela Prefeitura do Natal. Fomos durante os três dias nesse que é um dos eventos mais significativos da capital.
Conversando ali com o escritor mineiro José de Castro, perguntei sua impressão sobre a versão 2014. Sua opinião coincidiu com a minha: “um público acanhado”. Lembro-me que no ano passado não foi grande coisa em termos da visitação, mas houve um público maior.
Parece bobagem preocupar-se com isso, mas é realmente preocupante, pois sinaliza muita coisa. Um evento tão importante, oferecido gratuitamente aos potiguares, passar quase despercebido? Fídias disse que a diluição do público serve de termômetro para se entender o nível intelectual de parte considerável das autoridades que estão no poder, e, obviamente, do próprio povo potiguar (que não pode ser descartado). “O povo reclama da falta de eventos de natureza literária. Quando tem, não vai...”
Dá para entender?
Dá.
Boa parte dos munícipes parece mais preocupada com o shopping, o funk ou a Banda Grafite... Curioso é que um dos patrocinadores da feira é...(você não vai acreditar!) ...O Midway Mall! (Não se engane: são aqueles patrocínios tipo “por conveniência”, para não falar outra coisa).
Conversando com alguns expositores foi dito que constatou-se a ausência de muitas autoridades (vereadores, deputados, escolas, universidades, representantes de instituições de educação e cultura etc).
Não é tão dispendioso às Prefeituras circunvizinhas, principalmente da Grande Natal disponibilizar ônibus com estudantes e professores, afinal não há dinheiro que pague o retorno em forma de um povo mais culto e civilizado. Quando é que esses prefeitos vão evoluir? Além de não prestigiar, não prestigiam e não permitem ao povo prestigiar. Meu Deus, a gente busca um diferencial e não encontra! É por isso que a mesmice engorda! Os “cabra” parecem mais interessados em engordar os seus currais de gado, afinal dão lucro diferente (você entendeu o que eu quis dizer, não?).
Mas vamos ter esperança, fé e esperar um novo tempo.
Ah! “Para não dizer que não falei das flores”... ia esquecendo... fica uma sugestão ao secretariado do Prefeito Carlos Eduardo ALVES: “PARA A FLIN DE 2015, RECUPERE PELO MENOS OS DERREDORES DA EXPOSIÇÃO, POIS DÁ VERGONHA!”
Você fica sem acreditar quando vê, entrando em processo de ruína (pasme!) a primeira faculdade de Direito do Natal (onde também funcionou o famoso Grupo Escolar Augusto Severo), prédio de arquitetura e beleza singulares, que guarda páginas preciosas da História do Rio Grande do Norte. O alpendre lateral está despencando e o telhado dos fundos está quase todo desabado. Quem passa na frente não percebe muito, mas do alto se vê a vexatória situação.
O folder da FLIN anuncia, por ironia, o endereço como sendo na “Praça Augusto Severo”. Dá pena ver esse espaço histórico com seus bancos apodrecidos, arrancados, luminárias apagadas, mato de carrapicho crescido à altura da cintura e... no centro... o “pobre” Augusto em nada lembra quão augusto foi... (nem a placa restou)... Não parece que se trata do primeiro aeronauta do mundo. Meu Deus! Quantos termômetros!
Sim... para não perder o fio da meada... José de Castro é um escritor mineiro que mora em Natal desde 1972, professor aposentado da UFRN, ex-diretor da TV-Universitária, membro da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte. Foi diplomado como Cônsul da Poesia de Parnamirim (isso deve ser coisa da Angélica e Vandilma), e pelo Movimento Poetas del Mundo. Seus livros são adotados por várias escolas do Natal.
Para a versão da FLIN 2015 é interessante que os gestores e professores dos municípios vizinhos comecem a se programar desde já para prestigiá-la. Aos natalenses, fica a sugestão para o ano que vem. Não deixe de beber nessa fonte.
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