Hoje, às 15h00, houve o lançamento do livro "Rezadeiras do Rio Grande do Norte", do amigo escritor e folclorista Gutemberg Costa... Na mesa também estavam presentes os folcloristas Iaperi Araújo, Rogenildo da Silva e dona Salete Barros, ambos benzedores. O evento contou com um público grande, inclusive Daliana Cascudo, neta do genial Câmara Cascudo. As falas foram incríveis. Recebi a graça de ter ao meu lado a benzedeira, d. Salete, um ser iluminado (há uma santidade nessa senhora), inclusive ela fez uma oração para mim.
O livro é uma riqueza e, conforme declarou Gutemberg Costa, é resultado de 30 anos de pesquisa, iniciada no início da década de 90. O evento foi extraordinariamente aconchegante, assim como nos transportar ao passado e estar num alpendre em noite morna de lua cheia, ouvindo nossos avós contando histórias...
Benzedeiras e benzedeiros não são coisas do passado. Eles resistem apesar de tudo e seguem fazendo o bem para muitos. Minha mãe, lá no Mato Grosso do Sul, nos educou a buscar sempre essas pessoas, as quais são normalmente muito simples, mas muito espirituais, e suas rezas são muito poderosas.
Lembro-me, em 1993, em Nísia Floresta, quando passei três dias com uma "espinha" de peixe enganchado na garganta. Eu já estava me organizando para ir ao médico quando me orientaram a procurar "D. Estelita de Oliveira", bisneta do "Cavaleiro da Roza". Ela me benzeu mais ou menos às 09h00 e disse: "Vá para casa. Antes do almoço você não estará sentido nada".
Recordo-me que somente quando me sentei para almoçar que percebi que a "espinha" havia descido. É impressionante. Recordo-me também da d. Joaninha Bajal, de Nísia Floresta. Meu filho F. entrava em sua casa, mole, febril, e saia rindo. Isso em minutos, logo após o benzimento. Dona Joaninha era uma santa.
Para mim as benzedeiras são pessoas muito especiais - algo como que santificadas - e essa capacidade (que é um espécie de dom) não se explica com palavras. Ainda não entendemos o que é uma benzedeira, nem o que há numa benzedeira. Eu não saberia explicar o que torna uma benzedeira, benzedeira. É muito complexo.
![]() |
Dona Salete Barros (benzedeira). |
Gutemberg, parabéns por esse presente tão precioso, ofertado ao Rio Grande do Norte!
Nenhum comentário:
Postar um comentário