Embora a fotografia conte apenas 51 anos, ela congela quase que originalmente um retrato do século XVIII. Logo após a casa que se vê adiante há uma descida para o Vale do Capió, acesso à "Ilha". Por que "estrada dos índios"? Porque era a passagem dos moppobus para suas roças que ficavam em todo esse complexo que compreende a "Granja Ilha" e o local onde estão os deploráveis viveiros de camarões. Trazendo-a à atualidade, do lado direito está o "Camarão do Olavo", do outro, a "Granja do Sra. Jarilda Procópio", sobrinha da Yayá Paiva. A casa defronte é onde viveu a Sra. "Liquinha", famosa parteira que trouxe ao Mundo uma porção de velhos que ainda respiram os ares paparienses. Após essa curva, do lado direito, embora não se vê, ficava a casa construida em 1932, pertencente à Sra. Roseira, sobrinha da Yayá Paiva. A Estrada dos índios deve ser um espaço-marco, ou seja, em sua curva deve constar um monumento que informe esse precioso dado ao seu povo.
As crianças e jovens devem saber que ali transitavam os seus ancestrais, pois muitos paparienses e moppobuenses são seus descendentes diretos. O "Vale do Capió" muito antes de ser o famoso plantio de hortifrutigranjeiros que abastecia os Ceasas de Natal e João Pessoa, já era o berço das roças dos nossos irmãos nativos, verdadeiros donos dessa terra. Ali eles plantavam inhame, macaxeira, mandioca, batata-doce, jerimum, fruta-pão, cajá-manga, jenipapo, banana e tanta fartura. Infelizmente, Papari teve muitas de suas páginas encobertas pelo ácaro e pelo pó do esquecimento. Que tal levarmos as crianças para passear nesse caminho antigo, ancestral e cheio de significações. Que tal um almoço indígena?
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