O grande poeta e meu conterrâneo Manoel de Barros declarou em um de seus livros: “Tudo o que eu não invento é falso”. Trazendo o raciocínio para o "Chão dos Simples", creio que esses contos nascidos na imaginação fértil do escritor Manoel Onofre Jr. são as histórias falsas mais verdadeiras que existem. Lendo-as, lemos não apenas o regional, mas o mundo. E pensamos, e filosofamos a partir dos seus personagens e tudo mais que se revela nas páginas. O quintal de Manoel Onofre, lá em Martins, é maior do que o mundo.
Manoel Onofre por vezes nos transporta a Policarpo Feitosa, José Lins do Rego, Cervantes (no seu Dom Quixote) e até Dostoiévski. Não apenas em “Chão dos Simples”, mas no conjunto das suas obras. Porém “Chão dos Simples” tem bem forte as cores desses notáveis, a meu ver. Daqui também me recordei dos escritos de Iaperi Araújo.
A Literatura é uma mágica extraordinária, tem o poder de fazer com que o leitor encontre livros dentro de livros, encontre personagens daquele livro naquele livro. Isso com singularidade, afinal há escritores que conseguem não serem iguais a outros escritores e saem do lugar comum, e mesmo que seu pincel imaginativo respingue matizes parecidas, são diferentes em sua essência, em sua digital literária. Manoel Onofre Neto foi feliz por fazer passear “Chão dos Simples” pelas obras de irretocáveis pintores norte-rio-grandenses. Casamento perfeito. Ideia singular.
A exposição tem um caráter inédito ao promover o encontro das Artes Plásticas desses renomados pintores potiguares com a bela obra literária “Chão dos Simples”. Encontro de excelências.
Manoel Onofre Jr. “pintou” diversos contos nessa obra, inventando uma cidadezinha de ruas de terra batida e casinhas de taipa saída de sua imaginação. Mas no chão potiguar, chão de sua infância, chão que ouviu o seu primeiro choro. Chão cujo povo simples, envolto em cenário bucólico, se tornou matéria prima para contar e recontar – de maneira deliciosa e muito pessoal – as mais diversas histórias.
Seus contos trazem cores hilárias, amargas, pitorescas, tristes... Se em suas histórias são encontrados fatos parecidos com reais, e até acontecidos entre os próprios familiares, mas que são inventados, eis um pintor da vida.
Tendo escrito “Chão dos Simples” em 1983, há 40 anos, ele desnuda pessoas e fatos com a classe de um escritor que nasceu experiente, pronto, assim como pronto nasceu Estelo, um dos artistas plásticos mais singulares do Rio Grande do Norte, dentre tantos. Quantas histórias de Manoel Onofre Jr. saíram dos casarios parecidos aos encontrados nas telas de Estelo e nos cenários dos demais artistas?
Em 1952 o dramaturgo Nelson Rodrigues declarou, numa entrevista que “A literatura está deplorável. Os humoristas, profundos. O mal da literatura brasileira é que nenhum escritor sabe bater um escanteio”. Isso até pode ser verdade em seu tempo, mas Manoel Onofre conseguiu, sim, bater um escanteio. Nelson, que era um devorador de livros, também disse que “O leitor ideal é o que lê os mesmos vários livros todos os dias”.
Reler Manoel Onofre Jr. é reencontrar novas nuanças em suas histórias, descobrir nova característica nos personagens, reaprender, filosofar, ouvir o mato, o vozerio da feira, o badalar do sino da igrejinha, o fremir dos voejos de arribaçãs, enxergar novos cenários... sem contar a poeticidade e as viagens filosóficas nele contida.
Manoel Onofre por vezes nos transporta a Policarpo Feitosa, José Lins do Rego, Cervantes (no seu Dom Quixote) e até Dostoiévski. Não apenas em “Chão dos Simples”, mas no conjunto das suas obras. Porém “Chão dos Simples” tem bem forte as cores desses notáveis, a meu ver. Daqui também me recordei dos escritos de Iaperi Araújo.
A Literatura é uma mágica extraordinária, tem o poder de fazer com que o leitor encontre livros dentro de livros, encontre personagens daquele livro naquele livro. Isso com singularidade, afinal há escritores que conseguem não serem iguais a outros escritores e saem do lugar comum, e mesmo que seu pincel imaginativo respingue matizes parecidas, são diferentes em sua essência, em sua digital literária. Manoel Onofre Neto foi feliz por fazer passear “Chão dos Simples” pelas obras de irretocáveis pintores norte-rio-grandenses. Casamento perfeito. Ideia singular.
A exposição tem um caráter inédito ao promover o encontro das Artes Plásticas desses renomados pintores potiguares com a bela obra literária “Chão dos Simples”. Encontro de excelências.
Manoel Onofre Jr. “pintou” diversos contos nessa obra, inventando uma cidadezinha de ruas de terra batida e casinhas de taipa saída de sua imaginação. Mas no chão potiguar, chão de sua infância, chão que ouviu o seu primeiro choro. Chão cujo povo simples, envolto em cenário bucólico, se tornou matéria prima para contar e recontar – de maneira deliciosa e muito pessoal – as mais diversas histórias.
Seus contos trazem cores hilárias, amargas, pitorescas, tristes... Se em suas histórias são encontrados fatos parecidos com reais, e até acontecidos entre os próprios familiares, mas que são inventados, eis um pintor da vida.
Tendo escrito “Chão dos Simples” em 1983, há 40 anos, ele desnuda pessoas e fatos com a classe de um escritor que nasceu experiente, pronto, assim como pronto nasceu Estelo, um dos artistas plásticos mais singulares do Rio Grande do Norte, dentre tantos. Quantas histórias de Manoel Onofre Jr. saíram dos casarios parecidos aos encontrados nas telas de Estelo e nos cenários dos demais artistas?
Em 1952 o dramaturgo Nelson Rodrigues declarou, numa entrevista que “A literatura está deplorável. Os humoristas, profundos. O mal da literatura brasileira é que nenhum escritor sabe bater um escanteio”. Isso até pode ser verdade em seu tempo, mas Manoel Onofre conseguiu, sim, bater um escanteio. Nelson, que era um devorador de livros, também disse que “O leitor ideal é o que lê os mesmos vários livros todos os dias”.
Reler Manoel Onofre Jr. é reencontrar novas nuanças em suas histórias, descobrir nova característica nos personagens, reaprender, filosofar, ouvir o mato, o vozerio da feira, o badalar do sino da igrejinha, o fremir dos voejos de arribaçãs, enxergar novos cenários... sem contar a poeticidade e as viagens filosóficas nele contida.
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