Para quem já havia ido à Suíça em 1909 – adoentado, inclusive –
onde conheceu a École Ménagère de Fribourg, que o inspirou a fundar a famosa
Escola Doméstica de Natal, uma das instituições educacionais femininas mais
respeitadas do Brasil, e visitado também a Itália Portugal, Espanha, França,
Grécia, Egito e Palestina – e em 1913, ido à Bélgica e Alemanha – sua turnê à
Papary era o mesmo que atravessar uma rua.
A ida à Papary, onde nasceu a sua amada e idolatrada Nísia
Floresta Brasileira Augusta encerrava um ciclo. Era parte do seu amor por essa
estrela de infinita grandeza. E o seu amor se traduzia por pesquisas, textos,
viagens e curiosidades. Essa foi uma de suas últimas provas de amor.
Ele queria ver o solo onde ela pisou, a casa onde ela tocou as
paredes, as árvores centenárias onde ela banhou-se de frescor, as águas frias e
deliciosas em que ela sombreou-se de suas florestas sem fim. Ele queria vê-la
transcendentalmente.
Todo pesquisador de figuras notáveis faz essas viagens. Há uma
necessidade de respirar o mesmo ar do seu objeto de pesquisa. Não é loucura, é
alguma coisa parecida com curiosidade. Talvez a mesma de Nilo Pereira.
Henrique Castriciano chamou a atenção das autoridades públicas –
mal tendo saído da adolescência – clamando pela necessidade de reformar a
educação escolar brasileira, sobretudo no que dizia respeito à instrução
feminina. Ele era advogado, jornalista, poeta, escritor, além de ter assumido
respeitáveis funções públicas no estado. Trouxe o escoteirismo para o Rio
Grande do Norte.
Papary já exibia o monumento em homenagem à intelectual Nísia
Floresta no Sítio Floresta, construído há 29 anos, exatamente ao lado das
ruínas da casa onde ela nasceu e somou 14 primaveras; e quando se sabe que até
aquela data Henrique Castriciano nunca havia estado em Papary, pois se o
tivesse, saberia que o que ele buscava, não existia. Logo se percebe que ele
não prestigiou a inauguração do monumento por uma forte razão – justamente
porque estava na Europa – até porque as grandes figuras natalenses, políticos e
intelectuais se abalaram ao local, e Castriciano seria um dos presentes se
pudesse. Foi um acontecimento que reuniu, por exemplo, Alberto Maranhão, Câmara
Cascudo, o famoso Coronel Jose de Araújo (presidente da Intendência de Papary)
e uma série de figuronas.
Pois bem, eis que o registro, feito por Henrique Castriciano, é
tão precioso – e tão desconhecido do grande público – que hoje o ressurjo das
cinzas, ou talvez da poeira do tempo – ou, aos pesquisadores mais incansáveis,
apenas o rememoro. Seguem, pois, as suas palavras, tais quais ele as escreveu
de próprio punho. E que respeitei até mesmo a grafia antiga. E que é verdade. E
que dou fé:
“3 de dezembro de 1938
Tardo, pisando com difficuldade o caminho alvacento, o cavalo em
que eu montava, ia à vontade, as rédeas bambas sobre o pescoço de alimaria pouco
nutrida, fitando a paizagem sem belleza, eu levava no espírito a singular
história de Nísia Floresta Brasileira Augusta, a grande escriptora
norte-riograndense.
Estava na terra de seu nascimento, Papary, a dous passos do
sítio em que dormiu o primeiro somno.
Por vezes, o animal, hesitante, sentindo-se sem governo,
estacava, mordendo o freio, pachorrentamente, e eu, interrompida a cogitação
por causa da parada súbita, ficava a olhar tudo o que me cerva, as plantas do
taboleiro, o capim mal tratado da estrada somnolenta, as mangueiras conservadas
sem carinho... chegara ao coração do vale. Este, radiante em seu abandono, com
a alegria das árvores quando começam as chuvas, abria-se para mim num halo de
saudade, todo cheio de recordações, embebido na lembrança da alma peregrina que
alli passara a infancia, entre sorrisos e galas. Chegado ás
primeiras herdades, começo a interrogar aos curiosos, que, a beira do caminho,
em casinholas de taipa, commentam sem duvida, a minha distração, se me podem mostrar
a casa em que nasceu Nísia Floresta. Ninguém conhece este nome. E’ depois de
fatigante pesquisa que alguém, um parente remoto da educadora, se offerece,
talvez orgulhoso de trazer nas veias o mesmo sangue, para guiar-me até lá, ao
mesmo ninho onde primeiro palpitou aquella alma heroica.
- Fica muito longe, amigo?
- Alli. Um nadinha.
De viagem, retorno á minha scisma endagadora, emquanto o
companheiro vae conversando em voz alta. Espero comtemplar, dentro em pouco
esse velho prédio de alpendrada longa e baixo tecto, em cuja a sombra surgiu
para a vida o espírito inquieto da mais profunda escriptora brasileira. Em cada
curva do caminho penso deparar a casa de Nísia, onde a minha imaginação
desenhava miragens de festa, vendo ondular, entre os risos da puberdade, a forma
graciosa de uma adolescente que nascera para a gloria e a quem o destino só
daria as palmas de vencedora arrancando as azas de anjo.
Volvidos minutos, o guia parou de repente, á porta de
desmantelada cancella.
- Chegamos.
- E a casa?
Sorriu sem tristeza
- Desfez-se ha muitos annos. Pensei que desejava ver apenas o
logar onde foi construida.
Apeei-me.
E, tropego, pisando o hervaçal crescido, fui ter ao tronco de
uma mangeira, por elle indicada.
- Bem hai era o seu quarto. Hai dormiam as filhas do “Marinheiro”
Dionysio.
E assim por uma gentil coincidencia, o acazo pusera no logar em
que nascera uma bella árvore humana – doadora á terra do berço de saborosos
fructos ´áquella arvore silvestre, carregada de pomos e ninhos. Os meus olhos
contemplaram-na com avidez, vendo-a erguer para o alto os grandes ramos verdes,
da mesma forma que para cima sempre subiram os pensamentos da alma robusta de
Nisia... Sentei-me. Era um dia claro, muito luminoso e suave. Dos humidos
brejaes, das depressões cobertas de arbustos aquáticos, subiam vozes de sêres
humildes, o coaxar das rãs, o zisido dos insectos, o chilreio dos passaros
satisfeitos com o bocado de vida que a Natureza lhes dera, á beira dos igarapés
e á claridade macia do sol de inverno. Nisia me apareceu então como pintavam,
não ha muito, velhos que guardavam a tradição de sua belleza de moça
brasileira: uma creatura deslumbrante, de grandes olhos scismadores, de negros
cabellos anelados, os seios arfantes sob as rendas do corpete, na inquietação
da puberdade partilhando da ancia que o desejo de viver acordava em todo o
valle.
Acompanhei-a a Natal, onde a casaram com um simplorio; vi logo
desfeita a malfadada união, a ida para o Recife e dahi para o Rio Grande do
Sul, de onde voltou para o Rio; as longas viagens em quasi todos os paizes da
Europa e á Grecia, tudo obsequiando um espírito sequioso de movimento e de
emoções. Por que essa mulher singularíssima, nascida num villarejo do Brasil em
1809, não viajava por simples curiosidade esthetica. No rio G. De Sul, interessou-se
vivamente pelos Farrapos e tornou-se professora notavel; no Rio manteve afamado
collegio de meninas, fez conferencias abolicionistas e escreveu paginas de
excepção pella cultura da mulher; em Paris frequentou mais de um curso celebre
e conviveu com as mais fulgurantes inteligencias da epoca.
Lamartine, Victor Hugo Saint-Hilaire foram seus amigos;
frequentou e correspondeu-se com Augusto Comte, que nella viu “todos os
elementos para uma preciosas discipula”; na Italia correspondeu-se com
Garibaldi e Mazzini, advogando em mais de uma gazeta os interesses da unidade
italiana; e trouxe da Grecia, cuja resurreição o seu genio adivinhou contra a
incomprehensão mordaz de Edmond About, páginas profundas e de intenso colorido.
Entardecia, o companheiro chamava-me, e de pé, recordando uma
passagem do livro Trois ans en Italie, onde a escriptora, alludindo áquelle
logar, se refere a uma mangueira a cuja sombra, o pae reunia num jantar
duzentos convivas. Perguntei pela arvore gigantesca.
- Não ha mais noticias della. Do tempo de Nisia restam apenas
aquelles dous coqueiros. Dizem que ella falava sempre com desprezo de tudo
isso.
Mostrei quanto era calumnioso o longinquo boato. É
possível que odiasse Natal, onde com certeza a injuriaram cruelmente, com a
brutalidade das aldeias, de linguas afiadas como navalhas. Nas aldeias, as
maledicencias não descansam contra os que nella surgem com superioridade.
Trabalha de dia nas conversas de calçada, e de noite em tremendas cartas
anônymas.
Em mais de um seu livro, entretanto, encontra-se a escriptora
exprimindo incoercivel saudades e recordações inapagadas da infancia, vividas
na terra do berço, sobretudo das lagôas, mais de uma vez por ella comparadas
aos lagos da Italia. Não obstante a vida trabalhosa, ficou uma contemplativa,
cheia de doentia sensibilidade, da meiguice melancolica do nosso povo.
Lendo o que escreveu, sente-se bem o echo da tempestade, que lhe
abalaram o ser desde a juventude. Mas nem o estudo, nem as viagens, nem o
convivio de nobres inteligencias lhe puderam levar do coração as lembranças dos
primeiros dias. Agora estavamos de volta, um pouco distante do logar em que
nasceu. O dia, em meio, fulgia excepcionalmente, assistido á gestação de
milhões de vidas, continuadoras da existencia do vale fecundo. Era o eterno
renascimento dos sêres e das coisas, a perpetuação da gloria da terra. Tudo se
renova alli: reproduziam-se os passaros, as arvores brotavam com as estações,
os camponios nasciam nos filhos robustos.
Mas passado um século do aparecimento de Nísia, nem valle, nem o
Rio Grande do Norte, nem o Brasil gerará um cérebro feminino tão complexo e tão
forte.
Henrique Castriciano”.
............................
- “...começo a interrogar aos curiosos, que, a beira do
caminho, em casinholas de taipa, commentam sem duvida, a minha distração, se me
podem mostrar a casa em que nasceu Nísia Floresta. Ninguém conhece este nome.
E’ depois de fatigante pesquisa que alguém, um parente remoto da
educadora...”. Nísia havia falecido há 53 anos. Esteve afastada de
Papary durante pouco mais de 100 anos a contar da data da visita de
Castriciano.
Tudo o que havia em torno do nome de Nísia Floresta, em termos
de evocações à sua vida e sua obra, se dava fora dali, portanto não havia como
os nativos de Papary terem informações sobre Nísia Floresta. Digo isso porque,
em 1991, percorri o município inteiro e quase ninguém discorria sobre a sua
conterrânea ilustre com propriedade. O máximo que ouvi foi “ela era uma mulher
muito importante”, “escreveu livros”, era muito inteligente” e algo do tipo. Já
no tempo em que Castriciano ali esteve, certamente meia dúzia de pessoas tinha
alguma noção, como o exemplo acima, tanto é que já existia ali uma escola com o
seu nome. Mas saber informações substanciais sobre ela era querer demais. E o
próprio fato de querer saber onde era a sua casa beirava a loucura. Era mais fácil
conhecer calúnias sobre ela, até porque a autora-mor das detratações feitas a
Nísia Floresta era dali, a poucos metros do Sítio Floresta, como veremos abaixo.
A revelação da existência de um parente de Nísia Floresta
naquele dia, não é um dado surpreendente, é apenas curioso, até
porque em 1938 o Sítio Floresta não pertencia mais aos familiares de Nísia
Floresta. Mas havia parentes ali, até porque familiares não somem como vapor.
Há parentes de Nísia Floresta até hoje na região, afinal dona Antonia Clara
Freire tinha irmãs, irmãos, tios e primos que residiam a maioria em Goianinha,
uma minoria em São José de Mipibu e na própria Papary. Isso pode ser pesquisado
no livro “Os troncos de Goianinha”, do genealogista Ormuz Barbalho Simonetti,
presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN.
A propósito, o próprio Ormuz descende do mesmo tronco genealógico de que
descende a nossa Nísia Floresta.
- “...Em cada curva do caminho penso deparar a casa de Nísia,
onde a minha imaginação desenhava miragens de festa...”. Era praticamente
impossível encontrar intacta uma casa deixada sem moradores durante 100 anos.
Somando a isso o detalhe de não haver como se preservar num terreno alheio a
casa de uma “desconhecida”. De fato, o máximo que se poderia encontrar de
original seriam raras árvores, como são referenciados os dois coqueiros,
inclusive especialista afirmam que um coqueiro pode viver cem anos. A
expectativa de Castriciano é um pouco exagerada, se bem que nós, pesquisadores,
se deixarem assumimos até mesmo foros de arqueólogos e metemos a mão na massa
para cavar história.
- “Bem hai era o seu quarto. Hai dormiam as filhas do
‘Marinheiro’ Dionysio.” Quando esse parente dá essa informação tão precisa,
vê-se que ele deve ter testemunhado o final das ruínas dessa casa, até porque
casas de taipa têm muita resistência, cujas grades seguem firmes enquanto o
barro arria. Mas cem anos é muito tempo para a longevidade de uma casa fechada.
O título de “Marinheiro”, atribuído ao pai de Nísia Floresta nada mais é que a
forma como os brasileiros chamavam os portugueses que aqui chegavam.
- “... Acompanhei-a a Natal, onde a casaram com um
simplorio;...” Referência ao primeiro casamento de Nísia Floresta.
Castriciano comenta que esse casamento se deu em Natal, o que é novidade para
mim que entendo que Nísia se juntou a Manuel Alexandre Seabra de Melo sem ter
havido o casamento civil. Quando é dito “... a casaram com um simplório...”
entende-se que foi daqueles casamentos arranjados. Informação bastante
contraditória para um espírito tão avançado como o de Nísia e principalmente do
seu pai Dionísio. Creio que seria improvável a seus pais tê-la prometido a
alguém. E quando Castriciano escreve “simplório”, não bate com as informações
bem anteriores, de que o Manuel Alexandre Seabra de Melo era um homem rico.
Portanto entendo que Castriciano diz “simplório” no sentido de rústico, tosco e
iletrado.
- “... nascida num villarejo do Brasil em 1809,...”. Durante
algum tempo Castriciano supôs que Nísia havia nascido nesse ano. Só depois
Adauto da Câmara – que recebeu de Castriciano o seu acervo sobre Nísia e o
transformaria em livro – e também dava a ela o mesmo ano de nascimento – descobriu
algum tempo depois que Nísia, de fato, nasceu em 1810. Esse é outro detalhe
curioso, afinal Castriciano teve contato com Lívia Augusta de Faria Rocha
(Gade) em Cannes, e mesmo assim deixou essa lacuna, tendo a oportunidade de
saber na melhor fonte.
- “...recordando uma passagem do livro Trois ans en Italie,
onde a escriptora, alludindo áquelle logar, se refere a uma mangueira a cuja
sombra, o pae reunia num jantar duzentos convivas...”. Eis essa
passagem curiosa. Alguns pesquisadores acham estranha e até improvável que
Papary tenha reunido semelhante número de pessoas num lugarejo tão acanhado, em
pleno ano de 1810, Mas isso tem uma explicação, e creio que estou revelando-a em primeira mão. O pai de Nísia
Floresta foi vereador em São José de Mipibu no ano de 1813 juntamente com dois
outros edis: Gabriel Leite Rebolça e Antonio Francisco dos Santos Gesteira.
Cheguei a ler o seu nome nos manuscritos originais da Câmara Municipal de São José de Mipibu, que ainda encontrei nos
arquivos da prefeitura do citado município, em dezembro de 1991. Não era
difícil um vereador reunir considerável número de pessoas em sua casa para os
mais variados propósitos. Ademais, sobre ele, pesam suposições de
revolucionário. A própria filha divaga algo sem mais detalhes. Sua história é
uma incógnita. Sabe-se quase nada. Por incrível que pareça, Isabel Gondim, ao
escrever uma carta detratora – que o leitor saberá maiores detalhes abaixo – traz os maiores dados sobre Dionísio, apesar
de não perder a oportunidade de denegri-lo junto com Antonia Freire, a mãe de
Nísia. Sua carta permite-nos conhecer o pouco que se sabe sobre ele. Já
sabíamos, por Koster, que ele era português. Então, por Isabel somos informados
que Dionísio era advogado e artista, tendo esculpido uma criança indígena que
se encontra até hoje afixada sob um lavabo na sacristia da Igreja Matriz de
Nossa Senhora do Ó, em Nísia Floresta. É possível – suponho – que ele possa ter
reunido pessoas para finalidades de natureza daqueles momentos sombrios em que
o Brasil experimentava. Mas, de fato, ele foi vereador em um só mandato, diferente
de vários outros edis, que tiveram outros mandatos. Entendo isso justamente
como uma consequência dessa vida conturbada que ele teve junto com a família.
- “- Não ha mais noticias della. Do tempo de Nisia restam apenas aquelles dous coqueiros. Dizem que ella falava sempre com desprezo de tudo isso”. Observe que o próprio parente critica Nísia Floresta, alegando que ela desprezava Papary. Essa informação é mote para tratarmos sobre as calúnias inauguradas por Isabel Gondim, em 1884, ao escrever uma carta a um tal “Sen. J.L. F. Souto”, denegrindo Nísia Floresta um ano antes de sua morte. Leia a carta nessse link: https://nisiaflorestaporluiscarlosfreire.blogspot.com/2009/09/nisia-floresta-carta-de-isabel-gondim-e.html Sabe-se que Isabel nasceu e sempre teve família em Papary, portanto denegrir Nísia em sua própria terra era lucro, diante desse macabro comportamento. Ela já o fazia em Natal. Bastava ter ocorrido um evento alusivo a Nísia Floresta, que Isabel aparecia com cópias dessa carta e entregava às pessoas. Como se tivesse a missão de dizer que toda aquela ilustração atribuída a Nísia, era mentirosa. Portanto, quando Castriciano entende que o cicerone de Papary disse com orgulho que era parente de Nísia Floresta, não entendo assim. Creio que ele se identificou mais por curiosidade, para saber o que aquele homem queria, quem era aquele cidadão que deixara Natal só para ver restos de restos que Nísia deixou e coisas bem do tipo de um lugar repleto de pessoas fofoqueiras, que se entretinham muito com as vidas alheias, como relata Catriciano. Com certeza ele foi uma atração nesse dia. Vejam as próprias palavras dele: “... Mostrei quanto era calumnioso o longinquo boato. É possível que odiasse Natal, onde com certeza a injuriaram cruelmente, com a brutalidade das aldeias, de linguas afiadas como navalhas. Nas aldeias, as maledicencias não descansam contra os que nella surgem com superioridade. Trabalha de dia nas conversas de calçada, e de noite em tremendas cartas anônymas”. l.c.f. 10.2.1996.
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