POEMA
O MENINO QUE SONHAVA FELICIDADE.
Havia um menino todo abotoado em sonhos naquela cidade.
De tão desperdiçado com a realidade, pregou nele ideias de sonhar.
Garantia que o mundo se consertava com ferramentas do bem.
Um dia saltaram que ele exercia a cabeça de vento,
Isso porque o menino ventava histórias que emanavam fantasias.
Mas os seus sonhos de fato ganhavam mundo,
Assim ele praticava realidade no que pensavam ser o absurdo,
Proclamava que a verdade dos sonhos é diferente.
De tão responsável com sonhos ele os cultivava vivos.
Tinha tantos modos de sonhar que magicou um pássaro de água.
Era uma ave escura como o rio Paraguai.
Quando planava, as asas respingavam, formando rios.
Os bichos bebiam dele,
Houve até um aumento de floresta.
O menino anunciava que não estava no mundo, mas o mundo estava nos seus sonhos,
Para ele, o sentido de ser feliz tinha mais existência nos sonhos.
A realidade precisava ser marchetada nos sonhos...
Exercitando esse engenho tão convincente, ele apurava a felicidade.
Reforçaram à mãe do menino que ele desregulava o mundo,
A mãe, ainda mais competente à imaginação, não concebia sentenças.
Desligou, foi o que fez.
A poesia estava tão praticada nela, que não podia sumir os sonhos do filho.
O menino estava comprometido com a herança materna.
Eles exerciam sonhos para se enriquecerem de felicidade
Era genético que jamais ela praticaria o mundo normal.
Aquilo restava na lata.
Só não via quem desvia.
Então o menino desapareceu a fazer sonhos por onde passasse.
Dizem que os seus sonhos estão a tal ponto espalhados em poesia que até hoje são encontrados.
Quem os acha, arranja-se feliz como um rio...
Esses sonhos realizam quem tem mães sonhando os sonhos dos filhos... livres, sem tocá-los...
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