A conversa se deu entre Boni e Pedro Bial, ocasião em que o próprio Bial criticou o quadro comandado por ele naquela época. Em outras palavras, é como se dissesse: "se o povo gosta de m. é m. que a gente tem que oferecer". É lastimável quando reconhecemos que há tantas razões que impedem o povo de preferir m. aos livros, m. aos estudos, m. a um bom lazer que nos faz admitir que de fato a m. do BBB é algo “bom”.
Obviamente não podemos generalizar os fatos. Até acredito que é possível alguém assistir o BBB com uma conotação de estudo/pesquisa, sei lá. Mas não me encaixo nesse "Zé Mané" que Bial debocha. Ainda mais quando sei que foi Pedro Bial que fez a cobertura de uma reportagem que ganhou prêmios, sobre a Queda do Muro de Berlin. É queda livre…
Ninguém é mais inteligente ou menos inteligente porque assiste ou não assiste BBB. É uma questão de gosto. Infelizmente, para alguns, é “diversão”, mas é triste demais alguém considerar como diversão algo tão fútil, vazio, decadente e descartável. O mundo já é um Big Brother. É possível fazer dele objeto de pesquisa.
Particularmente me preocupo com as crianças e jovens formados na “Universidade Big Brother”, que não têm sequer um pai ou uma mãe que esteja ali de suporte, ponderando as coisas. Essas pessoas crescerão achando que muito dali é valor. E não é. O mundo é preconceituoso, segregacionista, seletivo, tirano e precisamos trilhá-lo procurando o bem que, por incrível que pareça, se imiscui nesse meio. Muitos precisam matar um leão por dia. E não vale ser fútil.
Bial disse “precisei me despir da condição de jornalista e ser um Zé Mané igual aos outros”. Essa frase traduz tanta coisa. Creio que as pessoas que têm esclarecimento devem se despir da ideia errônea de não querer ofender quem gostado BBB - fazendo o jogo inocente do “estou na onda jovem” - e esclarecer, mostrar caminhos que engrandeçam as pessoas, que as coloquem num patamar melhor.
Não se trata de querer que os outros pensem igual a nós, e não é esse o objetivo, mas há tanta coisa boa que se pode fazer enquanto passa o BBB. Há tantos filmes bons. Quem não tem Netflix e outros recursos fechados, pode assistir a filmes em DVD. Há tantos livros maravilhosos, inclusive de autores locais. Há outras alternativas, é só querer. Mas é isso, cada cabeça é um mundo...
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