Admiram-me as palavras!
Verbalizá-las é incorporá-las de alma.
Letras solitárias são garatujas desalmadas,
Não falam,
Não dizem,
E não dizendo, são abortadas de espírito,
Sons de seres perdidos, indefinidos.
Há nobreza em dar alma às palavras,
É admirável acomodar o dizer nas letras inertes,
É como pescá-las numa caixinha,
E botar-lhes vida.
Tal qual os ‘tipos’ dos velhos jornalistas...
Juntando... juntando...
Dizendo... dizendo...
Almando…
Apalavrar letras é um ato de poder...
E nas mãos de um poeta, um ato divino.
Um grande artífice das letras deixou registrado que:
“palavras precisam dizer”.
E “dizer” se apalavra sob cumplicidade das letras.
Letra solitária é um risco de som adoecido,
Sonidos blesos...
Barulho de taquaral...
O que diria um Z?
O que diria um H?
Letra solitária não escande, geme.
Unidas, apalavram o espírito,
Apalavram vida...
Tornam-se poderosas.
Transmutar o pensamento em palavras é espiritualizar,
Dotar-se em capacidade de linguajar,
Escrever como quem sonha voando…
Dar empoderamento à linguagem
É vestir roupas de pensar na comunicação,
Divinizar o dizer…
Desimporta linguagem apalavrada na zona rural,
Desimporta linguagem apalavrada na universidade,
Comunicar é ato mágico,
É responsabilizar de alma as letras,
Ato de amor…
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