CRIME CONTRA O BAOBÁ DE NÍSIA FLORESTA
Consta sobre uma pequena lápide, recostada ao frondoso e exuberante Baobá de Nísia Floresta, uma pequena placa zinabrada, com inscrições anunciando o tombamento desse patrimônio. Ora! Se um bem é tombado, prediz-se que é intocável - exceto por interferência deliberada por especialistas.
As autoridades de Nísia Floresta, demonstrando ignorar a lei e - pasmem - a importância desse monumento natural, dão provas concretas da não valorização desses detalhes, pois suas folhagens ainda ostentam inúmeras fiações de luzes natalinas. Isso traz sérios danos ao referido vegetal, pois impede a fluência natural dos galhos, promovidas pelo vento. As ramagens ficam presas.
Mas - pasmem ainda mais !!! Parece que os engenheiros que remodelaram o que chamam "calçadão" faltaram alguns dias de aula na universidade, pois esqueceram de um detalhe trivial - notado até mesmo por um servente de pedreiro (por sinal muitos são excelentes). Esqueceram de instalar os canos subterrâneos para darem vazão às águas pluviais que, sem ter como atravessar para o outro lado, inundam o pequeno jardim que orleia o baobá, acumulando-se num ponto sem saída, entre o asfalto e a grade de proteção.
Nesse espaço sem saída já se acumula lixo, terra e material orgânico trazido pelo vento e pelas águas pluviais. E tem outro agravante: Todas as manhãs a Rodoviária é lavada entre 4h30 e 05h00 horas. Poucas pessoas vêem, pois nesse horário não há trânsito de pessoas e carros nas ruas - salvo poucas exceções.
Poucos sabem, mas o Baobá de Nísia Floresta está sendo "irrigado", - vamos dizer assim - por água com sabão em pó, água sanitária, desinfetante e, eventualmente, ácido (usado para branquear o piso). Por favor, não pense que sou contra a limpeza da rodoviária - por sinal muito bem feita por pessoa que conheço. Minha observação decorre do fato de saber que essa "irrigação" significa um atentado contra o Baobá, o qual é um dos símbolos de Nísia Floresta.
O acúmulo desses produtos químicos, os quais são sugados pelas raízes da árvore, com certeza lhe ocasionarão sérios danos e contribuirão pelo adiantamento da sua morte, até porque, um dia essa árvore morrerá. O que não se pode fazer é instigar essa morte com produtos químicos.
Outro agravante é que a água e os detritos estão sobre a base da grade de proteção, cuja tendência é enferrujá-la e enfraquecê-la paulatinamente.
Hoje mesmo estou enviando um documento para o Ministério Público, tratando o assunto, inclusive seguirá, em anexo, esse artigo, o qual já está disponível para todo o Brasil.
Espero que as autoridades que faltaram as aulas recapitulem as matérias perdidas. Reconhecer a importância do Baobá é dever e obrigação de todos, principalmente das provisórias autoridades. As autoridades passam... o Baobá fica.
LUÍS CARLOS FREIRE
Isso poderia ser estudado pelos estudantes de História da UFRN, seria bom repassar isso para os estudantes de PIRANGÍ e de todo município de Nísia Floresta.
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