Ontem à noite, assistindo a Dança dos Famosos, percebi
algo incomum. Uma colaboradora do programa do Faustão falou-lhe algo ao ouvido.
Ela se mostrava preocupada. Logo o apresentador divulgou o incêndio que naquela
altura tomava conta do Museu Nacional. Confesso que desabei no choro, sem
acreditar no que via. Senti o meu corpo queimando, enquanto Faustão esculhambava sobre o descaso que as autoridades dão à Cultura.
Mas impressionou-me a falta de perplexidade dos artistas que compunham o jurado da Dança doa Famosos. Eles continuaram o programa com a mesma alegria, falantes etc etc etc. Creio que deveriam ter usado alguns segundos de suas falas (quando davam a nota aos dançarinos) para falar sobre a tragédia. Perplexidade seria a reação de todos. Mas se comportaram com normalidade. Frieza
ou ignorância?
Enquanto o povo dançava, a alma do Brasil ardia em fogo. Ali existiam coisas do século I. A perda é irreparável. O que quer que façam para 'simulacrar' será em vão; é só arremedo.
Enquanto o povo dançava, a alma do Brasil ardia em fogo. Ali existiam coisas do século I. A perda é irreparável. O que quer que façam para 'simulacrar' será em vão; é só arremedo.
Encerrado o Faustão, veio o Fantástico. Os apresentadores, de olhos
esbugalhados e desnorteados se atrapalharam três vezes. O programa começou
confuso, anunciando uma coisa e mostrando outra. Era nítida a perplexidade dos dois apresentadores.
Pudera!
Perdemos parte da nossa alma.
Perdemos parte da nossa alma.
O que sei é que a Cultura em nosso país vem sendo tratada
como se incomodasse, como se fosse coisa supérflua e sem importância. Os "donos do Poder" veem a Cultura como despesa, ao invés de vê-la como ela de fato é, ou seja, instrumento de educação e transformação social. Fomentar a cultura é um dos maiores investimentos que os governos podem fazer.
O Museu não conseguiu, em 2 anos, amealhar 20 milhões para pequenas reformas (um breve reparo), mas Gedel Vieira Lima e seus comparsas conseguiram , em uma semana, arrecadar 50 milhões furtados de nós, brasileiros, para custear suas vidas luxuosos e suas risadas em nossas caras. Esse senhor poderia não ter saqueado esse dinheiro se as autoridades brasileiras tivessem escutado o Ministro da Cultura daquela época, o qual preferiu pedir demissão a aceitar a proposta que ele fez em nome do seu silêncio.
O Museu não conseguiu, em 2 anos, amealhar 20 milhões para pequenas reformas (um breve reparo), mas Gedel Vieira Lima e seus comparsas conseguiram , em uma semana, arrecadar 50 milhões furtados de nós, brasileiros, para custear suas vidas luxuosos e suas risadas em nossas caras. Esse senhor poderia não ter saqueado esse dinheiro se as autoridades brasileiras tivessem escutado o Ministro da Cultura daquela época, o qual preferiu pedir demissão a aceitar a proposta que ele fez em nome do seu silêncio.
O próprio “presidente” Temer, ao "assumir a Presidência", ao invés de fortalecer o
Ministério da Cultura, extingui-o. Só voltou atrás graças ao grito de parte dos artistas e
intelectuais brasileiros. E só o fez “para inglês ver”, pois diminuiu os investimentos,
inclusive em educação. Nossas autoridades, salvas raras exceções não gostam e não apreciam a cultura, pois sabem o poder que existe em seu meio. E eles não gostam do poder paralelo.
Quando esse senhor extinguiu esse ministério, foi como dizer: vamos acabar com os seres pensantes. Vamos acabar com os locais onde os intelectuais se fortalecem e enxergam a verdade. Vamos acabar com aqueles que podem nos destituir. É incrível como as verbas se arrastam quando o assunto é Cultura. Por outro aspecto, alguns espetáculos chegam a receber milhões, enquanto o Museu Nacional e o Museu do Ipiranga (e outros), patinam como se pedissem esmola. Verbas foram aprovadas mas não chegaram nunca.
E onde estava o povo do Rio de Janeiro que não abraçou o prédio antes e gritou bem alto o estado de abandono? E a direção e os funcionários do Museu, por que não alardearam a situação precária da instituição? Não se trata de algo banal. É um dos mais importantes museus do Mundo! Onde estava o reitor da UFRJ?
Quando esse senhor extinguiu esse ministério, foi como dizer: vamos acabar com os seres pensantes. Vamos acabar com os locais onde os intelectuais se fortalecem e enxergam a verdade. Vamos acabar com aqueles que podem nos destituir. É incrível como as verbas se arrastam quando o assunto é Cultura. Por outro aspecto, alguns espetáculos chegam a receber milhões, enquanto o Museu Nacional e o Museu do Ipiranga (e outros), patinam como se pedissem esmola. Verbas foram aprovadas mas não chegaram nunca.
E onde estava o povo do Rio de Janeiro que não abraçou o prédio antes e gritou bem alto o estado de abandono? E a direção e os funcionários do Museu, por que não alardearam a situação precária da instituição? Não se trata de algo banal. É um dos mais importantes museus do Mundo! Onde estava o reitor da UFRJ?
Só sei que a nossa Cultura está esquecida ou, de tanto maculá-la, os próprios envolvidos parecem "acostumados" com o abandono. Não sei! O nosso
patrimônio histórico, em várias partes do Brasil, está desabando, sucateado,
surrupiado, virando cinza. Poucos são os loucos que peitam e gritam por socorro.
Estamos diante de uma perda irreparável.
Ali estava Luzia, sarcófagos egípcios que nem o Egito os
possui. Ali estavam vasos etruscos, gregos, um meteorito do século XVII, enfim é impossível destrinçar aqui o tesouro ali exposto.
São muitos os culpados e tudo isso é uma metáfora de tudo
o que está acontecendo no Brasil em termos de corrupção e impunidade, em especial no Rio de Janeiro, onde os artistas estão jogados às traças.
A culpa é do governo federal, somada ao Governo estadual
e a um prefeito que não gosta de Cultura.
Pagamos um preço alto por termos tantos políticos e
funcionários públicos corruptos em todo o nosso país. A única preocupação dessa parcela é encontrar brechas para saquear os cofres públicos.
Há muito tempo o Museu dava sinais de que precisava de
socorro. Mas as autoridades só agem quando acontece uma tragédia. Só que agora
é tarde.
Onde já se viu o Corpo de Bombeiros não ter água na
dimensão necessária?
Onde já se viu os hidrantes públicos estarem sem água?
Isso não era para ser corriqueiramente checado?
Quem deve fazer essa checagem?
Onde estava a manutenção?
Na Inglaterra, por exemplo, existe uma inspeção corriqueira. Os Museus e espaços semelhantes são preparados para toda a espécie de imprevisto desse tipo.
Na Inglaterra, por exemplo, existe uma inspeção corriqueira. Os Museus e espaços semelhantes são preparados para toda a espécie de imprevisto desse tipo.
Saibam que é imperdoável essa omissão, essa ignorância,
enfiam esse descaso.
Todos nós sabemos que Museus, Arquivos Públicos, Bibliotecas, Teatros, prédios tombados etc precisam estar preparadas para possíveis sinistros.
Mas todos não estão. Os bombeiros brasileiros parecem mais preparados para inspecionar festas, palcos etc. A política, em termos de qualificação do Corpo de Bombeiros, a nível do que acontece nos países civilizados é um fiasco, um arremedo.
Só penso no Museu Imperial, no MAM, na biblioteca Mario de Andrade, enfim são tantos tesouros, tantas outras instituições
semelhantes que estão em petição de miséria (inclusive aqui no RN: teatro Alberto Maranhão, teatro Sandoval Vanderley, Arquivo Estadual, Cedoc, Instituto Histórico e Geográfico e outros correm riscos diários). Os nossos governos, salvo raríssissimas exceções, ignoram as reportagens, os artigos, os gritos dos intelectuais. estão preocupados em enriquecimento ilícito etc.
Há pouco tempo desabou, no RJ, o teto da Igreja
Positivista, detentora de um acervo sem preço. A Ribeira está se despedaçando, ou seja, o berço da história de Natal.
Não sei o que mais dizer. Confesso que sinto parte
daquele prédio, iguais a tantos que sabem o seu valor!
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