Com a morte do Sr. Benedito, mestre de Boi-de-Reis de Nísia Floresta, fiquei pensando sobre a morte, exatamente morte e consequências quando se trata do desaparecimento dos saberes populares. É certo que, antes de se tratar de um mestre, de um brincante de folclore, há a morte de um pai, um avô, um amigo - fato que nos consterna -, mas em seu caso há um homem maior, que se soma a esse primeiro homem. Ele, sem estudo algum, detinha conhecimentos notáveis. Havia nele uma ilustração no que concerne ao domínio sobre a arte de exercer o Boi-de-Reis. Isso funciona como impressão digital. É uma identidade que não permite cópias. O máximo que podemos ter desse homem, hoje, é o seu legado que se despreendeu dele e caiu no colo de uma cidade. Mas esse legado não será igual nos outros, pois ele era ele. Era único. A grande dádiva dessa perda é saber que um dia o Sr. Benedito foi uma criança, foi um adolescente e construiu-se nele tudo o que ele foi. Ele herdou e deixou uma herança. Essa é a esperança que ficou para a cidade, portanto esperanço que a sua família perpetue a sua memória e siga se construindo na arte de brincar o Boi-de-Reis. É certo que temos o privilégio de contar com mais dois grandes mestres, Canindé e Antonio. Louvado sejam os seus nomes. Vida longa para eles! Mas, como o assunto é o mestre Benedito, urge que as autoridades deem todo o apoio necessário ao grupo do Boi-de-Reis de Nísia Floresta para que esse bem maior de Nísia Floresta tenha condições de existir plenamente.
ANTES DE LER É BOM SABER...
Contato (Whatsapp) 84.99903.6081 - e-mail: luiscarlosfreire.freire@yahoo.com. Ou pelo formulário no próprio blog. Este blog, criado em 2009, é um espaço intelectual, dedicado à reflexão e à divulgação de estudos sobre Nísia Floresta Brasileira Augusta, sem caráter jornalístico. Luís Carlos Freire é bisneto de Maria Clara de Magalhães Peixoto Fontoura (*1861 +1950 ), bisneta de Francisca Clara Freire do Revoredo (1760–1840), irmã da mãe de Nísia Floresta (1810-1885, Antônia Clara Freire do Revoredo - 1780-1855). Por meio desta linha de descendência, Luís Carlos Freire mantém um vínculo sanguíneo direto com a família de Nísia Floresta, reforçando seu compromisso pessoal e intelectual com a memória da escritora. (Fonte: "Os Troncos de Goianinha", de Ormuz Barbalho, diretor do IHGRN; disponível no Museu Nísia Floresta, RN.) Luís Carlos Freire é estudioso da obra de Nísia Floresta e membro de importantes instituições culturais e científicas, como a Comissão Norte-Riograndense de Folclore, a Sociedade Científica de Estudos da Arte e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Os textos também têm cunho etnográfico, etnológico e filológico, estudos lexicográficos e históricos, pesquisas sobre cultura popular, linguística regional e literatura, muitos deles publicados em congressos, anais acadêmicos e neste blog. O blog reúne estudos inéditos e pesquisas aprofundadas sobre Nísia Floresta, o município homônimo, lendas, tradições, crônicas, poesias, fotografias e documentos históricos, tornando-se uma referência confiável para o conhecimento cultural e histórico do Rio Grande do Norte. Proteção de direitos autorais: Os conteúdos são de propriedade exclusiva do autor. Não é permitida a reprodução integral ou parcial sem autorização prévia, exceto com citação da fonte. A violação de direitos autorais estará sujeita às penalidades previstas em lei. Observação: comentários só serão publicados se contiverem nome completo, e-mail e telefone.
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