NOTA DE REPÚDIO
Na condição de
brasileiro e cidadão comum, externo o meu REPÚDIO à concessão do título de
cidadão natalense a Jair Bolsonaro, a ser votada amanhã, 9.4.2025, na Câmara
Municipal de Natal. Essa afronta é um reflexo preocupante da falta de coerência
e sensatez de alguns vereadores, a partir do (s) proponente (s). A proposta é
de autoria do vereador Subtenente Eliabe Marques (PL) e foi subscrita pelos
vereadores Fúlvio Saulo (SDD), Tony Henrique (PL), Preto Aquino (PODE) e Camila
Araújo (União). A vereadora Brisa Bracchi (PT) foi a única a votar contra.
VEJAM AS ALEGAÇÕES PARA ESSA CONCESSÃO DE
TÍTULO:
1
- foi o presidente que mais visitou a nossa cidade;
2
- envio de R$ 200 milhões para aparelhar as forças de segurança;
3
- 18 ruas calçadas no bairro Planalto foram feitas no governo de Bolsonaro
(Isso qualquer Secretaria de Obras resolve).
É o cúmulo! Visitar
Natal, agora, pontua critérios para um título honorífico. Esse homem não
visitou Natal. Ele veio atacar pessoas, fazer motociatas, promover pão e circo.
Seus discursos são hostis e totalmente abstidos de diplomacia. Esse recurso
destinado a Natal não cobre a metade da necessidade desse setor e se for
comparado com margens matemáticas, não difere de investimentos do atual governo
em outros setores.
Uma vereadora por nome
de Camila também apoiou a proposta. Segundo o jornal AgoraRN ela declarou:
“Subscrevemos e seguimos nas ruas, torcendo para que em 2026 ele retorne ao
comando dessa nação que está aos frangalhos. É histórico o número de obras e
recursos destinados na gestão Bolsonaro para Natal e para o estado”, disse.
Essa senhora vê conforme o que ela tem dentro dela. Presidentes têm o dever de
disponibilizar recursos para todos os estados do Brasil. Não é benesse, nem
motivo de flores. Se assim o fosse, o ex-presidente Lula teria uma Holambra inteira
despejada nele. Quem mais construiu IFRN no Rio Grande do Norte? Quem mais
investiu na UFRN?
Não desmereço a Segurança Pública tão
necessitada. Verbas são bem vindas a todos os setores, mas acredito mais em
quem investe na Educação (se bem que Lula investiu nas mais diversas áreas no
RN, inclusive adutora e barragens). Quem investe em Educação prepara um povo
altivo, e não verá no futuro vereadores – tampouco VEREADORA – enaltecendo um
presidente que é fã do criminoso, torturador Ustra, (que colocava ratos vivos
nas vaginas de mulheres vivas durante a horrorosa Ditadura Militar). Um
ex-presidente que está a caminho da prisão, tendo em vista as provas
audiovisuais que o colocam como mentor do ‘oito de janeiro’. Tenho parentes que
foram torturados na Base Aérea de Natal e enquanto eu tiver vida, trabalharei
contra os fãs de torturadores e quem diz que não estupra mulher feia).
E sobre o país em
frangalhos, tire a venda dos olhos. Estamos, sim, com problemas. Problemas
criados desde a arquitetura do golpe dado em Dilma Rousseff porque vocês têm
dificuldades em aceitar um governo verdadeiramente civilizado e que dê
dignidade aos pobres. Vocês não aceitam repartir o pão porque suas Bíblias são
diferentes. Vocês têm horror às políticas públicas de cidadania porque não
aceitam seus filhos lado a lado com o filho das vossas faxineiras na
universidade. Tampouco fazendo doutorado em Moscou. Vocês não assumem a
engenharia demoníaca que fizeram para – depois de Dilma – derrubar Lula a
partir de um fantástico Power Point protagonizado por dois cidadãos que só
entendiam do Vade Mecun universitário, analfabetos funcionais que nunca leram
um livro de Literatura, nem de Arte, que tem o horror vocabular de pronunciar
“cônge” ao invés de cônjuge. Eles, sim, prefaciaram esse tal “Brasil em
frangalhos”. Depois deles vieram inúmeros outros, dentre eles os militares que
nunca se conformaram por não conseguirem dar mais um golpe vitorioso como os
três anteriores. E esse grupo beligerante,
asqueroso, sem projetos, cheios de armas nas mãos, encontrou um messias que
deveria já ir há muito tempo para o lugar que passou a vida escapando. Vocês
são boicotadores, não têm nada de patriotas. Se o fossem, teriam a civilidade
de aceitar um presidente eleito legítima e democraticamente pela maioria dos
brasileiros.
É VERGONHOSA E AFRONTOSA A CONCESSÃO DO TÍTULO
DE CIDADANIA A ESSE SENHOR QUE TEM TORNADO O BRASIL UMA FILIAL DO INFERNO – O
QUE ELE VEM FAZENDO – ASSUMIDAMENTE OU DEBAIXO DOS PANOS – NUNCA FOI VISTO NA
HISTÓRIA DO BRASIL ATÉ A DITADURA MILITAR INICIADA EM 1964. ESSA AFRONTA,
INCLUSIVE, É, TAMBÉM, UMA TENTATIVA DE BANALIZAR O "OITO DE JANEIRO".
1.
Desrespeito às Instituições Democráticas: Bolsonaro frequentemente atacou
instituições fundamentais, como o Judiciário e o Congresso Nacional, promovendo
uma cultura de desconfiança e deslegitimação. Essa postura minou a confiança da
população nas instituições democráticas, gerando um ambiente de instabilidade
política.
2.
Gestão da Pandemia de COVID-19: A condução da crise sanitária foi marcada por
negligência e desinformação. Bolsonaro minimizou a gravidade do vírus, promoveu
tratamentos sem comprovação científica e se opôs a medidas de distanciamento
social e uso de máscaras. Como resultado, o Brasil se tornou um dos países com
o maior número de mortes por COVID-19, refletindo uma tragédia humanitária sem
precedentes. Como não bastasse, fez piada, imitando uma pessoa com COVID-19
agonizando, conforme vídeos reais dispostos na internet.
3.
Desinformação e Fake News: O ex-presidente foi um dos principais disseminadores
de desinformação, especialmente nas redes sociais. Sua propagação de notícias
falsas sobre vacinas, saúde pública e questões sociais contribuiu para a
polarização e a desinformação generalizada, prejudicando o debate público e a
formação de opinião.
4.
Desvalorização da Ciência e da Educação: A constante desvalorização da ciência
e da educação, com cortes de verbas para universidades e instituições de
pesquisa, comprometeu o desenvolvimento intelectual e científico do país. Essa
postura prejudicou a formação de uma sociedade crítica e bem-informada.
5.
Atentados aos Direitos Humanos: A gestão Bolsonaro foi marcada por discursos de
ódio e ataques a minorias, incluindo LGBTQIA+, indígenas e grupos étnicos. Essa
retórica alimentou a violência e a discriminação, resultando em um aumento de
casos de agressões e assassinatos motivados por preconceito.
6.
Desmatamento e Crise Ambiental: Durante seu governo, houve um aumento
significativo no desmatamento da Amazônia e em outras áreas de preservação. A
falta de políticas efetivas de proteção ambiental não apenas comprometeu a
biodiversidade, mas também afetou comunidades indígenas e tradicionais, além de
contribuir para a crise climática global.
6.
Exploração hipócrita da Fé, do Patriotismo e da Família: um homem que durante
todos os seus mandatos nunca morreu de amores por religião, de repente arrastou
para si uma réplica do slogan de Hitler, pautada na ‘religião, família e
patriotismo’. Nunca na história do Brasil se viu tanta confusão e ódio dentro
das igrejas evangélicas (conforme abundam vídeos na internet), e isso parece
ter vindo como consequência depois que esse público – com raras exceções –
transformou as igrejas em comitês, comícios e palcos de campanha política
bolsonarista. Vale ressaltar que ele se traveste de católico, judeu e agora,
por último, inusitadamente, arrastou um pai de santo para o movimento
pró-anistia na av. Paulista, SP. A bandeira do Brasil que sempre foi pautada de
respeito tornou-se também símbolo de hostilidade, escudo que reveste cidadãos
que atacam e agridem. Já houve até quem matasse. Patriotas: homens e mulheres
de Deus que condenam o público LGBTQIA+, que se silenciam diante da notória
misoginia desse senhor, que alegam que não devemos desenterrar os mortos da
Ditadura Militar, que banalizam e subestimam suas atrocidades – pasme – em nome
de Deus, justificando que Deus escolhe os idiotas para confundir. Não se
enganem. Esse Deus não é o da Bíblia. Esse Deus passou a existir há pouco tempo
como a famosa e alegada Besta de sete Cabeças que fez escola e criou uma legião
de Mefistófeles.
As consequências dessas
arbitrariedades são visíveis em diversos aspectos da vida social e política do
Brasil. A polarização aumentou, a confiança nas instituições diminuiu e a
sociedade se tornou mais vulnerável a discursos extremistas e à desinformação.
Luís C. Freire
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