POLÍTICA,
SEXO E DINHEIRO: UMA TRÍADE QUASE UNA
Desde que o homem apareceu à Terra a tríade
POLÍTICA/SEXO/DINHEIRO é parte da sua vida. O que muda, hoje, é a roupagem. O
homem, primitivo ou não, sempre foi um ser político. Se a humanidade não
gostasse tanto de sexo não estaria pensando em estender sua demografia a Marte.
O dinheiro, por sua vez, mesmo antes do escambo regia as relações humanas.
Ajudar o amigo a consertar a sua caverna significava reservar crédito para
quando o ajudante precisasse da retribuição para fabricar mais uma machadinha. Havia
uma agência bancária na mente do homem das cavernas. Só não estava evoluída. Vejam
como a essência é a mesma! O que mudou foram o volume de coisas, as minúcias,
as variações.
Para entender melhor este texto, entenda por POLÍTICA
todas as suas vertentes, a ação ética e honesta e a própria politicagem, mesmo
que sejam coisas ‘abismalmente’ distintas. Entenda por POLÍTICA, também, todas
as formas de gestão e manifestação de comando. Entenda por SEXO tudo o que
vemos hoje: as relações consideradas normais e as anormais (e mesmo as
bizarras) e, por fim, entenda por DINHEIRO tudo o que tiver o poder de compra
ou troca, seja lícita ou ilícita, seja o dinheiro em espécie, ouro, joias,
imóveis, drogas ilícitas (como cocaína) e sexo. Observe que o sexo parece ter
entrado aqui ‘de gaiato’, mas, se duvidar coloca os dois demais no bolso, até
porque orgasmo não é privilégio de ricos.
Talvez isso explique o fato de tal assunto ser um dos mais
vistos nas mídias, o que mais assistimos são conflitos oriundos do mundo do
sexo: “marido mandou matar a mulher após flagrá-la na cama com o vizinho”, “atriz
Fulana entra para o quinto casamento”, “pedófilo atacava as crianças na saída
da escola”, “aberto um novo sex shopping no bairro”, “homem dá entrada no
pronto socorro com uma mandioca no ânus”, “grupo quer legalizar a zoofilia na
Alemanha”, “descoberta poderosa técnica para aumento do pênis”, “ex-presidente
Fulano teve uma amante durante três décadas”, enfim o novelo não tem fim (essas
chamadas são baseadas em notícias de internet).
As relações humanas são fortemente ligadas à
sexualidade: a química instintiva nas relações sociais, o olhar, o cheiro, a
preferência pela amizade, o sentir-se bem quando se está ao lado, a admiração
pelo aspecto físico, seja o corpo, o rosto, a voz, os cabelos, as mãos; a
admiração pelos gestos, pela inteligência, pela inocência, pela truculência etc.
Nesse caso a sexualidade não tem relação alguma com o sexo enquanto cópula.
De certo modo, o SEXO coloca POLÍTICA e o DINHEIRO no
bolso, pois é uma ação natural e espontânea, independente de aprovada ou não
pelo crivo da sociedade, independente de estar ou não sob a égide da malícia,
do erotismo ou da pornografia; independente de fluir ou não pela singeleza,
pelo puritanismo, pelo romantismo e outros parâmetros que entendemos como
normais ou saudáveis.
Mas o que a POLÍTICA tem a ver com SEXO e DINHEIRO?
Tem a ver que ela também, sozinha, coloca essas duas
no bolso. Na realidade, ela compra a única que sobrou: o SEXO. Em sendo
POLÍTICA, tem-se automaticamente fundidos POLÍTICA e DINHEIRO. Isso basta para
se comprar o SEXO. Obviamente que isso não é uma regra, mas a POLÍTICA nas mãos
de uma pessoa sem ética é a fusão de POLÍTICA e DINHEIRO.
Só para lembrar: esse lado antiético aqui tratado,
atribuído normalmente aos políticos partidários, como já escrevi anteriormente,
também se aplica a qualquer profissão que lida com poder: juízes, comandantes
militares, reitores, padres etc.
A POLÍTICA nas mãos de uma pessoa sem ética é instrumento
de moeda. O mal político, enfim, qualquer profissional no afã de “se dar bem” e
levar vantagem, coloca o DINHEIRO e o seu PODER POLÍTICO na frente, fazendo disso
uma moeda de troca. Ele transforma POLÍTICA em DINHEIRO, ou seja, irá sempre
comprar o que quiser (pessoas/sexo, imóveis, causas, resultados de concursos,
pleitos etc.). Para conseguir os seus objetivos escusos (corrupção, nepotismo,
clientelismo, perseguições de pessoas etc.) irá sempre barganhar. E nessa
barganha vale tudo. Se o seu objeto de interesse é um imóvel, ele construirá em
torno de si uma cadeia de facilidades para obter esse imóvel (laranjas, notas
frias etc.).
É muito comum ouvir-se as línguas afiadas atribuindo
amantes a políticos e gestores de órgãos apartidários. “a secretária tal é
amante do prefeito”, “o assessor Fulano é caso do vereador Ciclano”, “o
vereador Beltrano é amante da secretária Fulana”, “o presidente do sindicato
tal tem caso com aquele rapaz tal”, “a prefeita Fulana tem caso com Ciclano, o
juiz tal está saindo com a estagiária tal” etc etc etc. Seriam meramente
afiadas tais línguas? A Justiça e os bastidores da sociedade que o digam. O que
mais se vê são justamente indivíduos fazendo uso de seu cargo para finalidades
contrárias ao que a instituição se propõe, ou seja, ao seu modo de fazer
POLÍTICA. É seu modo de ser autoridade, gestor etc.
POLÍTICA, SEXO e DINHEIRO, embora não seja regra,
estão atualmente para a humanidade como para os simpatizantes estão “ÁLCOOL,
SEXO E ROCKIN ROL”.
Por outro lado, por sabermos que POLÍTICA, SEXO e
DINHEIRO sempre foi uma tríade quase una, não significa que tenha uma gênese sujo-corrupta/corrupta/antiética
etc. Voltando ao homem pré-histórico, lá no início, ele agia numa compleição
espontânea, de acordo com suas necessidades, sem ferir o que quer que seja.
As questões de POLÍTICA, SEXO e DINHEIRO são muito
relativas, de certo modo, quando começamos a olhar para outras sociedades.
Na Suécia, por exemplo, não existe corrupção e os
raros presídios são quase inabitados. Lá os políticos são tratados com o
necessário respeito. Nada mais. Recebem
salário comum. Não têm a mínima regalia. Ao mesmo tempo, nesse país a sexualidade
humana e o sexo são exercidos da forma como querem. Se uma pessoa presenciar
outras tendo relação sexual ou se masturbando num parque não se incomodará,
pois aquilo é entendido como uma necessidade humana como respirar. Ao mesmo
tempo, numa aparente contradição, ali também existem “pessoas conservadoras”
tais quais no Brasil. Vejam como as faces humanas são múltiplas.
Muitos países aceitam o aborto e se justificam com
grande naturalidade, dizendo que “a mulher deve ter direito ao próprio corpo e
a sua vida”. Em nosso país, embora o aborto seja praticado em cada esquina,
inclusive por muitas famílias ricas e importantes, é crime. Há lugares que a
eutanásia é tão comum como no Brasil é comum “colocar chifres entre casais”. Sobre
essa peculiaridade, convêm lembrar que em Fortaleza/CE existe uma Associação de
‘Chifreiros’. O que a Suécia, a Holanda, Noruega etc diriam disso?
A sociedade patriarcal educou-nos a achar normal a
hipocrisia. Os senhores de engenho chafurdavam com as escravas, pousando de
homens religiosos e sérios, enquanto as suas esposas muitas vezes se encerram
no calor de uma cozinha, roliças, gordonas, sem despertar desejos. Muitas delas
assistiam às missas sentindo as “chunchadas” da gonorreia adquirida das
aventuras de seus senhores “cheios de fé e contrição”.
É “comum” vermos maridos com duas ou três esposas,
numa prática endossada pelo Velho Testamento, prática essa consentida pelo
Alcorão. Inúmeras tribos africanas vivenciam tal prática com normalidade.
Também não se escapam algumas mulheres casadas que mantém amantes tais quais
seus maridos o fazem ou não. No Brasil poligamia é crime, mas talvez seja mais
praticada que nos países cuja lei não recrimina.
Como vimos a diferença entre os elementos dessa tríade
parecem muito tênues e muitas vezes estão tão juntos que parecem fundidos. Mas
tenha certeza que são peças completamente distintas. Tudo é um jogo humano.
Fruto de culturas e do aval ou não das sociedades, sejam consideradas normais,
toleráveis, anômalas, bizarras e até mesmo interpretadas como doentias, até
porque quem faz POLÍTICA, SEXO e produz DINHEIRO são seres humanos.
O que norteará os caminhos que se fará com os
elementos POLÍTICA, SEXO e DINHEIRO é o caráter do ser humano. Lembrando que
ainda tem muita gente decente no Mundo. Do contrário seríamos um caos.
Este texto pretende unicamente levar ao pensar. É um
simples olhar. Você é quem vai – segundo o seu caráter – interpretá-lo.
Finalizando, olhe ao seu redor e analise essa questão
da tríade POLÍTICA, SEXO e DINHEIRO. Como ela ocorre em seus derredores?
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