Não há registro informando o local exato onde tal instituição passou a funcionar no ato de sua criação. Nos meus registros de História Oral (1993-2012), nunca nenhum idoso ou idosa foram capazes de precisar a data, nem mesmo o filho do Cel. José de Araújo, que residia ao lado. Suponho (suponho!) que pode até ter sido exatamente nesse prédio, mas não existe nada legitimando a minha hipótese. Tendo em vista que a criação dessa primeira escola é de 1910, ou seja, 17 anos depois do "click" desta fotografia, é provável que tenha sido esse o seu primeiro prédio.
Em 1992, a Srª Estelita de Oliveira, bisneta do coronel Alexandre de Oliveira, que residia ao lado da Escola yayá Paiva, contou-me que o antigo prédio da Prefeitura - edificação centenária - atualmente toda descaracterizada - abrigou as primeiras atividades escolares de Nísia Floresta. Com certeza, depois que elas deixaram de acontecer nas casas dos velhos mestres. Mas, retomando os comentários sobre o prédio desta fotografia, veja as letras em alto relevo na parede (contra provas não há argumentos).
De fato ali funcionou a primeira escola estadual do município. Esse prédio é o atual Centro Pastoral pertencente à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó. Seu dono original foi o polêmico Coronel José de Araújo, aliás, ele era dono do quarteirão inteiro. Com certeza é uma das primeiras famílias da região. Suponho que os antepassados do coronel José de Araújo eram portugueses. Depois a família Gondim o adquiriu, doando o dito prédio para a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, juntamente com a área onde está situada a "Casa das Freiras". Todo o “quarteirão”, que, na verdade, era um triângulo, pertencia a ele, segundo dona Estelita de Oliveira.
Essa propriedade era a residência do citado coronel, que “assistia às missas de sua janela”, como me contou a mesma entrevistada. Consistia numa casa de esquina, pois a toponímia era diferente. O muro de sua casa seguia até o muro da “Casa das Freiras” em linha reta, de maneira a valorizar o largo da Igreja Matriz. Mas no final da década de 80 - pasmem! - um engenheiro, que se tornou prefeito, destruiu o traçado original com casinholas de grande mal gosto defronte ao casarão, descaracterizando totalmente a formatação portuguesa das raízes de Papary. E assim encolheu o gigantesco átrio da igreja Matriz.
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