Meu pai costumava dizer que temos dois ouvidos para nos lembrar de que devemos ouvir mais e falar menos. Do contrário teríamos duas bocas e uma orelha. O silencio só não vale para a fome e a dor do vizinho. Não serve para injustiças e arbitrariedades. Por exemplo, os que estão em silêncio diante desse de injustiças sociais se arrependerão. Silêncio serve apenas dentro da sabedoria diária. Se alguém lhe faz algo indevido, por exemplo, seja indiferente.
Meu pai dizia que o silêncio é um eco que retorna o veneno a quem atirou. Aqueles que tentam tirar-nos do sério, morrem, envenenados com o próprio veneno. A indiferença e o silêncio falam. Existe, inclusive, o dia do silêncio. Esse dia certamente nos convida a refletir sobre o silêncio no sentido sábio (o silêncio dos sábios). Não o silêncio diante das injustiças de qualquer natureza.
Quando a gente faz silêncio diante das injustiças, pensando estar promovendo a paz, é o mesmo que aceitar e concordar com elas. Por exemplo, aqueles que se silenciam diante de desgovernos desqualificados, cúmplices de desgraças, é cúmplice também, pois nesse caso, não cabe o silêncio.
O silêncio desses cúmplices é também genocídio. O silêncio, na hora certa, é instrumento para o grito de liberdade na hora certa. Mas o silêncio, no atual quadro, não é silêncio, é covardia. Quem está em silêncio diante de injustiças sociais, presta desserviço ao Brasil. Está à serviço de suas conveniências, está sobre o muro, defende interesses pessoais, é covarde, interesseiro, jamais está à serviço do bem comum...
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