A história arquitetônica da Ribeira é um necrológio inglório. Muito triste. Domingo passado estive conversando com um senhor que tem estabelecimento ali. Ele contou sobre alguns prédios incríveis que correm risco de ruir em breve. Há um, belíssimo – que dediquei-lhe mil textos -, que teve a reforma iniciada. Há uma placa nele fincada pelos governos dando a notícia de que foi a primeira etapa. Ou seja, planejaram pela metade. Está tudo parado há meses. A casa de Tavares de Lira, já subindo, está quase toda refeita e promete. Mas esperaram ruir quase completamente para depois reerguê-la. Fica esquisito. Não é mais a mesma. É outra. A casa de Café Filho traz estampa de filme de terror.
A Galeria de Arte B612 fincou-se ali pensando arrastar outras iniciativas parecidas. Muito nobre a intenção do proprietário. Mas o empresariado olha o cenário com reservas. É difícil pensamentos visionários. Nem todos percebem a pepita de ouro ali escondida, bruta... Poucos visualizam se unir para lapidá-la. Esse olhar de ourives é conjunto. Os governos precisam estarem dentro (são outros que não amadurecem, salvas raras exceções).
Falta educação e civilidade. Um projeto a mil mãos torna a Ribeira uma Champes Elisê. Esse muda-muda de funcionários, a falta de técnicos e abundância de aparentados políticos em funções sérias... são grandes entraves. Grande parte quer apenas o pagamento no final de cada mês. Existe alguma coisa sendo revitalizada por ali, acanhadamente, enquanto outras pararam, enquanto órgãos que tinham anteriormente acreditado nas promessas e se instalado ali, tiveram medo e sumiram (Delegacia da Mulher que o diga). Cuidar da Ribeira exige planejamento, trabalho, inteligência, ação. O Ministério Público deveria entrar nesse enredo e exigir continuidade. Entrou governo x, corra trabalhar; entrou governo y, corra trabalhar, numa espécie de supervisão séria. Mas onde está a sensatez. Recentemente o jovem Ronkalt usou a IA para mostrar como a Ribeira pode ficar. Será que nem isso inspira?
Ribeira revitalizada pela IA, sob a sensibilidade de um artista. |
Interior da Galeria de Artes B616 |
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