ANTES DE LER É BOM SABER...

CONTATO COMIGO: (Whatsapp) 84.99903.6081 - e-mail: luiscarlosfreire.freire@yahoo.com. O pelo formulário no próprio blog. Este blog - criado em 2008 - não é jornalístico. Fruto de um hobby, é uma compilação de escritos diversos, um trabalho intelectual de cunho etnográfico, etnológico e filológico, estudos lexicográficos e históricos de propriedade exclusiva do autor Luís Carlos Freire. O título NISIAFLORESTAPORLUISCARLOSFREIRE foi escolhido pelo fato de ao autor estudar a vida e a obra de Nísia Floresta desde 1992 e usar esse equipamento para escrever sobre a referida personagem. Os conteúdos são protegidos. Não autorizo a veiculação desses conteúdos sem o contato prévio. Desautorizo a transcrição literal e parcial, exceto trechos com menção da fonte, pois pretendo transformar tais estudos em publicações físicas. A quebra da segurança e plágio de conteúdos implicarão penalidade referentes às leis de Direitos Autorais. Luís Carlos Freire descende do mesmo tronco genealógico da escritora Nísia Floresta. O parentesco ocorre pelas raízes de sua mãe, Maria José Gomes Peixoto Freire, neta de Maria Clara de Magalhães Fontoura, trineta de Maria Jucunda de Magalhães Fontoura, descendente do Capitão-Mor Bento Freire do Revoredo e Mônica da Rocha Bezerra, dos quais descende a mãe de Nísia Floresta, Antonia Clara Freire. Fonte: "Os Troncos de Goianinha", de Ormuz Barbalho, diretor do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, um dos maiores genealogistas potiguares. O livro pode ser pesquisado no Museu Nísia Floresta, no centro da cidade de nome homônimo. Luís Carlos Freire é estudioso da obra de Nísia Floresta, membro da Comissão Norte-Riograndense de Folclore, sócio da Sociedade Científica de Estudos da Arte e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Possui trabalhos científicos sobre a intelectual Nísia Floresta Brasileira Augusta, publicados nos anais da SBPC, Semana de Humanidade, Congressos etc. 'A linguagem Regionalista no Rio Grande do Norte', publicados neste blog, dentre inúmeros trabalhos na área de história, lendas, costumes, tradições etc. Uma pequena parte das referidas obras ainda não está concluída, inclusive várias são inéditas, mas o autor entendeu ser útil disponibilizá-las, visando contribuir com o conhecimento, pois certos assuntos não são encontrados em livros ou na internet. Algumas pesquisas são fruto de longos estudos, alguns até extensos e aprofundados, arquivos de Natal, Recife, Salvador e na Biblioteca Nacional no RJ, bem como o A Linguagem Regional no Rio Grande do Norte, fruto de 20 anos de estudos em muitas cidades do RN, predominantemente em Nísia Floresta. O autor estuda a história e a cultura popular da Região Metropolitana do Natal. Há muita informação sobre a intelectual Nísia Floresta Brasileira Augusta, o município homônimo, situado na Região Metropolitana de Natal/RN, lendas, crônicas, artigos, fotos, poesias, etc. OBS. Só publico e respondo comentários que contenham nome completo, e-mail e telefone.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

TREINAMENTO DOS PILOTOS BRASILEIROS EM ORLANDO, FLÓRIDA - ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA (1943-1944)



Como sabemos, não somos um país beligerante. Guerreamos contra o Paraguai, mas é uma história tão triste que é melhor ficarmos quietos. A nossa participação na Itália - como Força Expedicionária Brasileira - foi uma guerra em que fomos tomados emprestados para brigar pelos outros. E ainda bem que os nossos soldados foram vitoriosos, peças importantes para a vitória. Essa história precisa ser contada nas escolas, pois temos os herois.



Lucramos a Usina Nuclear no Rio de Janeiro, prédios, veículos, maquinários e equipamentos em Natal e Parnamirim, Rio Grande do Norte, influências culturais e, para muitos, foi bom enquanto durou. A presença dos Estados Unidos também aconteceu no Pará não se limitava a um único local. Havia uma rede de bases militares e instalações aéreas espalhadas pela região, incluindo Belém e outras cidades. Mas vamos ao que importa... 


Durante a Segunda Guerra Mundial, o treinamento dos pilotos brasileiros foi uma jornada que combinou experiências no Brasil e nos Estados Unidos. Eles aprenderam a pilotar aviões como o Curtiss P-40 e o P-47 Thunderbolt, além de terem acesso a técnicas modernas de instrução. A Força Aérea Brasileira (FAB) formou 558 oficiais aviadores no Brasil e também promoveu a formação de mais de 281 oficiais da reserva nos Estados Unidos.


O início do treinamento aconteceu no Brasil, onde os pilotos começaram pilotando aviões de caça Curtiss P-40. Além disso, a Aviação de Patrulha também teve seu papel, operando aviões como o PBY-5 "Catalinas" e o A-28 "Hudsons". Para fortalecer a força, a FAB criou diversas esquadrilhas, como o 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA), fundado em 1943 para atuar na Itália.


Depois, os pilotos brasileiros tiveram a oportunidade de fazer um treinamento mais avançado, com acesso a sistemas e técnicas modernas, muitas vezes separados dos grupos americanos para um preparo mais específico. O foco em aviões de caça, especialmente o P-47 Thunderbolt, foi fundamental para prepará-los para as missões de combate na Itália. Além disso, houve um intercâmbio de experiências, onde os pilotos brasileiros aprenderam técnicas de sobrevivência na selva e participaram de voos de combate, fortalecendo suas habilidades e conhecimentos.


O 1º GAVCA destacou-se na campanha na Itália, realizando 682 missões de guerra e ajudando a coordenar o tiro de artilharia da FEB. Esses pilotos participaram ativamente dos combates, enfrentando perigos e, infelizmente, alguns foram abatidos pela artilharia inimiga. Um exemplo de coragem é o tenente Danilo Moura, que, após seu avião ser abatido, caminhou impressionantes 386 km.


A bravura e o esforço desses pilotos brasileiros foram reconhecidos ao longo do tempo. Uma celebração especial foi feita pelos 75 anos da participação da FAB na Segunda Guerra Mundial, com um símbolo comemorativo que homenageia essa história de coragem e dedicação.




terça-feira, 3 de junho de 2025

UM AMIGO SE AFASTOU DE VOCÊ?


Na vida tudo pode acontecer, inclusive amigos desaparecerem, dissipando-se no tempo. Ou “amigos”, não sei… mas alguém que você conhece no mundo real ou 'internético': amigo, conhecido, colega, alguém que, de alguma forma você se comunica ao longo do ano - e, de repente lhe vem um pensamento involuntário… uma espécie de insight… cadê fulana? cadê fulano? A pessoa sumiu. Você nunca mais viu nem falou com a pessoa. Desapareceu até dos contatos que eventualmente tinha com você no facebook. Cadê-la?

Essa experiência é muito comum e não significa que o motivo seja o mais provável. Pode ser mera casualidade. A pessoa “desapareceu” dos holofotes da vida por ter se mudado de cidade, país, por estar muito ocupada com projetos pessoais e quer ficar quieta, dar um tempo na vida social, algo muito íntimo e não necessariamente significa hostilidade às pessoas do convívio.

Pois bem, pode ser isso, mas não é regra. Às vezes algum amigo ou conhecido desaparece por ter sido provocado a desaparecer. Mas como? Dias desses, numa longa conversa com uma psicóloga, amiga de infância, ela discorria sobre relacionamento humano e questões de ciúmes, inveja, traição, injustiças e outros comportamentos afins e que também podem partir dos “amigos”.

Um amigo – ou alguém visto como amigo – pode “desaparecer” sem maldade alguma, depois você o reencontra e acontece a mesma química, a pessoa traz a mesma aura. Maravilha! Mas há o amigo ou a amiga que se afasta de você por indicação de inimigos ou inimigos gratuitos que você tem e não sabe.

Há pessoas que dizem “eu não tenho inimigos”. Que bom, mas não é regra . Normalmente quem diz isso está enganado ou negando a verdade. A vida de quem vive em sociedade é permeada de conflitos normais, saudáveis e parte das relações humanas. Nossas diferenças diversas permitem divergirmos de opiniões, de fazeres, de decisões, de posturas, de atitudes etc.

O ato de divergir não prediz inimizade, até porque pessoas civilizadas têm empatia. Seria anti-civilizado – por exemplo – tornar-me inimigo de alguém por ter achado belíssima a capa de um livro, sugerido que a amiga escolhesse aquela arte e ela escolheu outra. Isso é imaturidade e tentativa de controle sobre os outros. Chato, mas é tolerável, afinal nasceu uma inimizade simplesmente por causa de um livro. Ninguém maculou ninguém. Não houve danos à moral da pessoa. Não se julgou a pessoa pelas costas pelo simples dar ouvidos aos inimigos dela. Não se colocou em cheque caráter do outro.

Pessoa que lhe deseja o mal, que não gosta de você, que é capaz de lhe fulminar com energias ruins, gratuitamente, lhe dão autoridade – e legitimidade – para que você diga com todas as letras “tenho inimigos, sim”, sem hipocrisias. Quem quer estar ao lado de pessoas duvidosas, diabólicas disfarçadas de anjos?

O grande conflito (olha eu aqui dando uma de Helen White!), é quando alguém lhe detesta porque involuntariamente vida lhe envolveu numa situação em que você tem como provar por documento e testemunha, que essa pessoa é uma terrível mau caráter, e como ela não tem como lhe riscar do mapa, ela tenta afastar os outros de você. Gente assim é uma espécie de sociopata/psicopata. Gente que se esconde atrás da máscara de pessoa respeitável - sendo perigosa criatura. Tão amoral que chega a ser imoral. Aí a história é outra.

Esses seres existem. Não pense que sociopata/psicopata é apenas quem mata outra pessoa e se mascara para bem viver em sociedade. Há muitos tipos de sociopatas/psicopatas, conforme a obra “Mentes Perigosas – O Psicopata Mora ao Lado”, da especialista Ana Beatriz Barbosa da Silva e tantos outros autores.

Psicopatas e sociopatas estão em todos os espaços e são capazes de – secretamente – praticar atrocidades contra você, como denegri-lo, caluniá-lo para amigos que lhe valorizam e o respeitam. Essas pessoas puxam tapetes, enganam, mentem, afastam amigos, criam contendas e saem como se nada tivesse feito. Elas constroem em torno de si uma redoma protetiva de pessoa boazinha, que veio da pobreza, que passou fome, que a mãe traia o pai, que sofreu muito, enfim inventas estórias sofridas para provocar piedade nos outros e, automaticamente preferência nos ambientes em que visa estar inserida. Sua tática é estar articulada, pois dando errado aqui, dará certo ali. E assim ela vai ocupando postos para se projetar e alargar o seu campo de aparente pessoa do bem.

Essa pessoa vive num eterno e falso doutorado de destruir a imagem de quem atravessar o seu caminho e desnudá-la, pois é tão forte e revoltante nela saber que você – diferente da grande maioria – consegue enxergá-la por dentro - ver o seu veneno de naja – que a única arma dela é tentar lhe ofuscar. Ela sabe que você sabe que ela é ladra, que se apossou de algo precioso e alheio, que já falsificou documentos institucionais - e você descobriu - e por isso ela não conseguiu te enganar, restando ela tentar afastar de ti pessoas de bem, pois é exatamente dessas pessoas que ela se aproxima para se projetar e se proteger, portanto você é a grande ameaça que derrubará sua máscara. Ela usa a psicopatia dela como defesa, ou seja, ela lhe denigre para que teus amigos se afastem de ti e não sejam avisados do perigo que ela é para os outros.

O que essas sociopatas/psicopatas não contam é que o tempo se encarrega de derrubar as máscaras lentamente. Ela certamente o subestima, supondo que você – por sua diplomacia e respeitabilidade – jamais revelaria os acervos físicos e informações que são como bombas contra a mesma. Ela comete um deslize aqui, outro ali e a máscara cai. Ela foge de um lugar onde comete um vacilo e cai em outro lugar onde repetirá com o passar do tempo. E o número de pessoas que descobre quem é ela vai aumentando gradualmente.

O mais providencial nessa história é quando alguém que passou dois anos “desaparecido” o procura para contar a razão do desaparecimento, e lhe conta que se deixou levar por tal sociopata/psicopata, mas descobriu quem é tal pessoa e os estragos que ela fez em outros lugares e com outras pessoas.

Meu pai sempre dizia que se alguém se afastar de nós em consequência de calúnia de alguém que temos como amigo, devemos deixar o tempo resolver. E quando a pessoa retornar, arrependida, devemos nos dar o direito de escolher se queremos resgatar a amizade ou não, afinal quem vai na cabeça de sociopatas/psicopatas não merece apreço e respeito de ninguém. QUANDO CONHECEMOS ALGUÉM VERDADEIRAMENTE DO BEM, O DEFENDEMOS PERANTE O QUE QUER QUE SEJA, PORTANTO RECOMENDO A QUEM SE DEIXA LEVAR POR SOCIOPATAS/PSICOPATAS, QUE DÊ O DESPREZO À MESMA.

Quem dá ouvidos a uma sociopata/psicopata que denigre um amigo querido ou se afasta de um amigo por indicação de alguém, sem nunca ter recebido injustiça desse amigo e tendo certeza de sua decência - mas que se permitiu acreditar numa calúnia - é sinal de que você também tem um mau caráter. Gente boa não se deixa persuadir por seres desse tipo.

Meu pai também dizia que se alguém chegar a você para denegrir um amigo, encontre uma forma de desviar o assunto e fingir que não está entendendo. Prefira observar mais o amigo. Prefira descobrir se é verdade, se é mentira, se é fruto de inveja, traição ou, pior, obra de um sociopata/psicopata. Observe.

No meu caso, quando alguém “desaparece” não acho nada estranho. É normal. Mas quando alguém "desaparece" e, para a minha surpresa, passo a vê-lo de braços dados com uma psicopata – por pessoa que não tenho receio de dizer "essa é minha inimiga" - por exemplo – e vejo esse tal "amigo" enaltecendo-a, bendizendo-a, passo a considerá-lo um inimigo – quero distância – tal comportamento me serve de termômetro, pois quando você precaveu a pessoa – mostrou provas – sobre tal sociopata/psicopata e, surpreendentemente o vê com ela constantemente, sem que isso fosse normal anteriormente, com certeza essa pessoa também tem dentro de si algo de sociopata/psicopata, ou até de pedófilo e algo pútredo tanto quanto.

O tempo tem feito chegar às minhas mãos informações sobre tais seres. E o melhor de tudo é quando um amigo “desaparecido” lhe procura para pedir perdão e contar que viu a face horrorosa desse ser sem máscara. É quando é reforçado em você o sentimento de desprezo a tal criatura, pois mais feia que sua horripilante cara, é sua máscara. Inimigos existem, sim.

segunda-feira, 2 de junho de 2025

LITERATURA: PARA QUÊ E PARA QUEM ?

 


O fenômeno das redes sociais tem despertado uma espécie de patologia em boa parte dos internautas/leitores. A síndrome se manifesta no comportamento de ler textos rápidos e com escrita fácil. Os leitores não vão adiante quando o texto passa de dez centímetros. As pessoas não querem ler muito e não assistem a vídeos que passam de dez minutos. O encantamento de se ter o mundo diante dos olhos desperta uma pressa injustificável. O internauta quer ler/ver assistir o maior número de coisas e com rapidez. Esse fenômeno faz com que muitos não leiam/assistam produções/obras de qualidade, presos ao banal e fútil. Uma parte considerável da juventude está propensa ao vazio na música, na literatura, na arte etc.


Observo que o preocupante sintoma tem saltado da internet e caído no colo da Literatura com força. Tenho a impressão de que escrever uma narrativa tradicional nos tempos atuais tem ficado cada vez mais difícil e por incrível que pareça, artificial, obrigando o escritor a ir além da superficialidade do discurso literário. É algo parecido com “se reinventar” para agradar um público/leitor em decadência, principalmente o público jovem. Aí reside o desafio/problema/perigo, pois já vemos escritores nem tão escritores que perceberam isso e escolheram atender justamente a esse público equivocado, visando vender mais enquanto o escritor real fica para trás porque prioriza qualidade em todos os detalhes, inclusive na palavra.


Na realidade, além do fator “leitor apressado”, há outros fatores, como o problema da comunicação entre a obra e o público. O desafio de quem escreve é o de comunicar a incapacidade de expressar-se nos seus textos, pois a estética pós-moderna não aceita mais um escritor que explica tudo. Muitos autores trocaram a escrita que deixa subentendido, que diz sem dizer, que sugere, que divaga, que leva o leitor ao pensar, que sai do lugar-comum. A escrita fútil - na contramão disso - prendeu o leitor ao óbvio, entregando tudo mastigado. A metáfora, a poesia, a descrição, a discrição e uma série de considerações que deveriam ser prioridade ao escritor – como forma de arte literária – foram abortadas para atender leitores apressados, contaminados pelas mídias.


Outro imbróglio que trava até mesmo a capacidade criadora do autor - que se torna um impasse da narrativa contemporânea - é a dependência do escritor diante do mercado da editoração. A Editora Sextante, por exemplo, priorizava clássicos da literatura. Hoje só publica autoajuda. Há editores que não arriscam se o autor não estiver contaminado pelo fútil. Ele entendem que o autor deve escrever algo que lembre/pareça com algo. “Escreva algo que lembre Harry Potter”, “Pegue um gancho em alguma coisa de Nárnia”…

As próprias capas das obras lembram essas coisas cinzas da Europa.

Fazer algo que pareça ter vindo do way of life dos Estados Unidos, da Inglaterra etc parece sucesso garantido. Não importa o banal, o fútil.


Sinto falta de ouvir gente dizendo: "Poxa! Sua obra faz a diferença”.


Muitos editores pecam por escantear autores em que os alicerces se assentam no tradicional, não necessariamente reproduzindo a estrutura do cânone literário, nem sendo retrógrado, prolixo, mas se aproximando do imaginário dos clássicos europeus e latino americanos. Autores com substância, alicerçados numa vasta bagagem literária. Tenho observado muito isso e não acredito estar enganado. É uma prática cada vez mais comum, MAS NÃO É GENERALIZADA E AINDA BEM!


Todo autor é feito de autores, de quintais, de mundos, de planetas imaginários e reais. Creio que nos faltam - ou que seguem desconhecidos/desvalorizados - grandes autores em quase todos os estados do Brasil, e a responsabilidade está nessas visões deturpadas, contaminadas pelo padrão mercadológico e industrial dos simulacros dos simulacros das cópias das cópias.


E os autores regionais? Piorou!


Ser regional não é defeito, é uma constante mediação entre o particular e o todo, pois no regionalismo está implícito questões universais, afinal o homem objeto de toda escrita. Não existe escrita sem homens. No regionalismo reside a Filosofia. No estado onde nasci, Mato Grosso do Sul, por exemplo, temos Hélio Serejo, um monstro literário digno de ser universal, mas desconhecido até no próprio estado como aqui no RN são desconhecidos alguns autores que não mereciam.


No Rio Grande do Norte, por exemplo, quando releio “Chão dos Simples”, obra prima do Rio Grande do Norte, embora escrita há mais de meio século, mas publicada há 31 anos, encontro sertanejos simples, mas que não diferem de ninguém em qualquer parte do mundo, pois são universais. Para desvelar esse mundo extraordinário criado pelo autor Manoel Onofre Jr. é preciso adentrarmos o mistério cósmico ao qual ele se refere. Esse mistério nos cerca, e o sentimos, e Manoel Onofre traz à tona através da geografia do sertão e da alma tosca do sertanejo d'outrora, tipos humanos que despreocupados com o raciocínio lógico, são propensos a toda espécie de impulsos vagos, premonições, crendices, hipocrisias religiosas, espertezas, caritós, alimárias, maldades, inocência, agruras da seca, cangaço, folclore, o mundo onírico… até mesmo o romanceiro ibérico ou uma versão sertaneja de Joãozinho e Maria passeiam na obra. É o sertanejo, habitante distante da nossa civilização urbana e niveladora. São homens e mulheres com o espírito aberto por vezes ao fantástico, ao extraordinário, ao milagre, e são elas que decifram o “Chão dos Simples”, obra que conduz o leitor ao lado misterioso da existência, revelando que a natureza e a própria existência transmite inúmeros recados aos homens. Pressentimentos, revelações, sonhos, pesadelos, sinas, mensageiros que transmitem aquilo que precisamos ouvir, ou a resposta para coisas que pensamos não terem resposta, mensagens que, se ouvidas, podem mudar os destinos de cada um. Tristezas e situações hilárias pautam Chão dos simples. Como não dizer que isso não é literatura universal se trazem um gigantismo filosófico? O próprio e genial Guimarães Rosa escreveu que “o sertão é o mundo”.


Pois bem, isso é um exemplo dentre tantos escritores potiguares excepcionais, como os atuais Pablo Capistrano, Nivaldete Ferreira, Ana Cláudia Trigueiro, Marize Castro, enfim, o Rio Grande do Norte tem referências literárias de qualidade e em vários estilos.


Creio que escrever uma narrativa na atualidade, aproximando-se de noções canônicas, apesar de caminhar para o estilo não-cânone, na lógica de que toda criação é uma destruição, é trair a tendência do texto imediatista e comercial da pós-modernidade industrial em que o autor reproduz, quase como cópias, características de personagens, cenários, narrativas, tipos humanos com pouco ou nenhum desenvolvimento.


Quantos filmes, livros, séries de livros, séries cinematográficas reproduzem o que Adorno chamou de “ausência do clássico”. Narrativas que seguem a mesma estrutura de um personagem principal que passa por uma tribulação e que segue toda a história dramática para superar o problema que o aflige, e o fim se dá basicamente na superação desse problema e na conquista da felicidade. O que significa isso senão a demonstração prática de uma subjetividade narcísica que destruiu toda a complexidade das tragédias?


O escritor acredita - ou é induzido pelo meio digital ou pelo mercado editorial, a investir num aspecto “novo/diferente” de narrar, mas que não tem nada de novo. Como nasce o novo? Por escolher abdicar do estilo próprio da escrita para abraçar o suposto "novo'', muitos autores abandonam a própria originalidade para parecer palatável. E assim se afunda na mesmice, mesmo que – de repente – até sendo bem lido. Mas lido por quem? Por um público mamão com açúcar?


Alguns autores optam pelo caminho mais difícil, sem se importar em agradar o leitor com mamão com açúcar. São exigentes e sólidos. Não erguem castelos de areia que logo somem com o vento. Salvas as exceções, assistimos e consumimos com frequência a banalização da literatura e sua redução à mera mercadoria.


Atualmente as grandes livrarias estão abarrotadas de livros de autoajuda, relatos de viagem, biografias de homens ricos e socialites, business, alimentadas pela indústria do entretenimento. Os autores de obras literárias aparecem em segundo plano adiante, aceitos e contemplados apenas pelos críticos, por quem não deixou se enganar, e por uma elite intelectual que pouco se deixa levar pelas novidades da indústria cultural. Hoje em dia essa elite não está lendo nem mais O Pequeno Príncipe como o jactavam no passado. No caudal disso tudo a literatura como arte tornou-se autônoma e aparentemente inacessível ao grande público.


O assunto é complexo, principalmente na filosofia da estética, pois está a abranger política, educação, pedagogia e a cultura de um povo, propriamente. Parece até piegas a conhecida e inacessível frase “um país se faz com homens e livros”, e dependendo da qualidade do livro se explica a qualidade do homem. Uma geração que preteriu Paulo Freire em detrimento de ler as biografias de homens ricos de Wall Street não parece estar construindo um futuro interessante.


Se o aprendizado em comunhão e a solidariedade são concebidas como perda de tempo, e o egoísmo patológico e a subjetividade humana domada pela lógica concorrencial são tidas como virtudes, o que nos reserva?


Imagine esse público diante de Memória do Cárcere, de Graciliano Ramos, Os Sertões, de Euclides da Cunha, Grande Sertão Veredas, enfim as obras de José Lins do Rego, Gilberto Freyre, Clarice Lispector, Érico Veríssimo, Machado de Assis, padre Antonio Vieira, Lima Barreto e outros. Que susto tomariam diante de Os Miseráveis, Os Irmãos Karamazov, Dom Quixote de La Mancha, O Idiota, Madame Bovary, Satíricon, O conde de Monte Cristo e tantos outros.


Somente um povo bem educado a partir dos anos iniciais com acesso à literatura de excelência, a museus, teatros, exposições de arte, ciências etc, frequentemente estimulada a desenvolver a criatividade, mudará essa realidade. 2.7.2

CABEZA DE VACA...

 


Apaixonado pelos povos indígenas, e sempre lendo sobre o Pantanal, cheguei a essa obra justamente porque diversos povos indígenas passeiam nela da primeira a última página. Não é um livro sobre indígenas, mas eles estão em todas as folhas.


O aventureiro espanhol “Cabeza de Vaca”, que se tornou governador da área onde hoje é o estado de Santa Catarina, percorreu a pé da Flórida, nos Estados Unidos, até a metade do México. Do México a Santa Catarina ele (e sua comitiva) viajou por meio de diversas embarcações, ora no mar, ora em rios, assim se relacionou com vários povos nativos. Muitas mortes se deram nesse trajeto inóspito, seja pela hostilidade das matas intocáveis, seja por flechas ou comidos por indígenas ao longo do caminho. Há um tom quixotesco na história, por mais que seja um fato.


A obra me permitiu conhecer detalhes e nuanças de diversas etnias nativas, seja da América do Norte, da América Central, e, agora, no capítulo atual, na América do Sul. A história se passa no período de 1524 a 1542. São inimagináveis os episódios vividos por esses aventureiros, seja no trato com os nativos e vice-versa. Impressiona os hábitos e as tradições de diversos povos indígenas. Encontramos tradições lindas, ao mesmo tempo, chocantes. Encontramos indígenas hostis, vingativos, arredios... E ao mesmo tempo, indígenas dóceis e amáveis, mesmo que ainda não estivessem habituados aos homens do Velho Mundo.


Impressiona o terror sentido pelos indígenas quando veem o cavalo pela primeira vez. A facilidade de dar tudo o que tinham em troca de um espelhinho ou um chapéu vindo da Espanha. Ao mesmo tempo etnias que roubavam o que aparecia na frente, outras que os viam como "deuses" vindos de algum lugar extraplanetário. Encontramos padres revoltados com as orgias sexuais promovidas pelos espanhóis, ou tentando mudar hábitos sexuais de algumas tribos...


Tudo isso e muito mais é fruto de registros de época - quase um trabalho antropológico - escritos por 'Cabeza de Vaca", transformados nessa obra pelo grande Paulo Markun. Estou mostrando nessa postagem o hábito comum dos espanhóis, os quais, assim que chegavam a uma comunidade indígena, se encarregavam logo de batizar os nativos, mas com um detalhe: SÓ SE ALI EXISTISSE OURO OU ALGUM METAL PRECIOSO. Seletivos, não!


Era dito que se os indígenas aceitassem o Cristianismo, teriam muitos privilégios, mas se não aceitassem, seriam transformados em escravos. E nessa história faziam os indígenas destruir incontáveis objetos de sua cultura, além de determinadas tradições (sentenciadas como "cousa do diabo"). Se o local não tivesse riqueza, partiam para outro. Lembrando que Cabeza de Vaca estava nessa empreitada a serviço do rei Dom Carlos, que representava também a Igreja Católica. Esquisito, não!


E nessa sucessão de cristianizações nem sempre bem sucedidas, havia todo um ritual, conforme você pode ler e constatar nas páginas que fotografei. IMPRESSIONANTE! O livro é uma viagem. Uma aventura incrível que me fez percorrer com eles da Flórida, onde eles chegaram por via de um naufrágio, até Santa Catarina, onde será nomeado governador. É melhor que qualquer filme…

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sexta-feira, 30 de maio de 2025

A ONÇA NO RIO PARDO (MEMÓRIAS DA MINHA INFÂNCIA)...

Eu devia ter treze anos. Eventualmente passávamos finais de semana ou feriado na fazenda do meu cunhado. Era muito distante, diferente da distância da fazenda contada ontem no episódio das pamonhas, já mais próxima. A propriedade dista quase cem quilômetros da cidade, de maneira que percorríamos longa distância sem ver uma única casa ou pessoa. Quando em vez passávamos por um carro. É mato dos dois lados da estrada de terra.


Alguns trechos formavam túnel de árvores nativas quilômetros a fio, de maneira que era comum nos depararmos eventualmente com manadas de pacas, antas, capivaras, Caititu (porco do mato), veados, seriemas, tamanduás, jaguatirica, anta, cutia e todo tipo de fauna menos hostil daquela região aninhada no Mato Grosso do Sul.


Obviamente havia onças-pintadas, mas essas não percorriam locais com barulho, de maneira que só se viam os seus rastros pela estrada ao amanhecer, acaso descesse do carro. Nas praias dos rios percebia-se ter havido sossegados passeios de adultos e filhotes pelo marchetado na areia fofa das margens.


A fazenda era cortada pelo imenso e caudaloso rio Pardo, que fazia uma curva sinuosa a uns trezentos metros dali, desenhando uma sutil enseada que atraia bichos e gente. Justamente nessa curva havia a ponta de um objeto de ferro de algo submergido no Pardo. Diziam os mais velhos ser uma embarcação que afundou durante a guerra do Paraguai. Raros homens adultos empreendiam atravessar esse manancial a nado.


A sede da fazenda guardava um silêncio que nunca mais experimentei. Os únicos sons eram proporcionados por pássaros e a bicharada. E vez em quando um rosnado rasgava a quietude da mata. Durante a noite as matas, campinas e pastos eram pinceladas de luzinhas vagantes que não eram vaga-lumes. Eram olhos. Olhos que andavam macio.


Como a própria cidade onde morávamos era emoldurada de matas e rios, não nos daríamos ao luxo de estranhar o aspecto bucólico daquele recôndito, mas vivíamos a experiência interessante do silêncio absoluto, cuja terra se emendava com o céu num misto de olhos e estrelas como pinguinhos de ouro na vastidão tisnada. A luz da casa se dava por lampiões. Lamparinas eram usadas na necessidade de se deslocar ao terreiro. Tudo era breu. Ficávamos sentados nos bancos da varanda do casarão, conversando e olhando para a placa do horizonte preto, rompido pela escuridão do céu, furado de pontinhos reluzentes. Nunca vi céu mais lindo.


Durante o dia, eu e minha irmã costumávamos percorrer a fazenda, apreciando tudo. A começar por um pequeno rio que ficava atrás do casarão. Rasinho e com cardumes de lambaris, ligeiros. Pareciam sombras se locomovendo. Andávamos no mato à cata de marolo, goivira, ingá e outras frutas silvestres, deliciosas e inesquecíveis.


Nesses passeios silvestres gostávamos de correr dentro dos túneis feitos por capivaras e antas. Elas tricotavam tanto essasestradas que pareciam canos dentro da mata. São caminhos redondos, esculpidos naturalmente pelo vai e vem desses bichos. Quase um labirinto. Andar por essas tocas era diferente de rasgar o mato à mão para avançá-lo, portanto sentíamos a desenvoltura dos bichos, como se o fôssemos. Assim percorríamos as matas com maestria, incorporados de antas pacas.


Recordo-me de uma experiência com uma onça, certa vez, quando passeava sozinho nesses labirintos misteriosos, mas atraentes. Assim que deixei o túnel, dei-me com as margens do assustador rio Pardo. As águas caudalosas emitem um som único e indescritível. As copas gigantes das árvores parecem seres fantásticos quando sombreiam as águas, despertando nossos sensores de fantasias. É uma presença indescritível de algo que só se sente estando ali.


Na outra margem do rio uma multidão de ariranhas entrava e saia de suas tocas no barranco ribeirinho. Mais adiante, numa pequena enseada, dezenas de capivaras tomavam sol na prainha de areias alvas. Pareciam contemplar o silêncio daquele paraíso. São impressionantes as delícias da natureza. Elas proporcionam um misto de medo e envolvimento irresponsável naquelas peles, naqueles couros, seduzindo-nos.


Eis que nesse estado de natureza olho para a mata ribeirinha e dou-me com a visão de uma onça pintada sobre o braço de imensa ingazeira. Deitada despreocupada e elegantemente. Um portentoso exemplar. Tal e qual essa bela espécie da fotografia aqui postada. Logicamente que não era essa, mas exatamente igual. Havia entre nós a distância da largura de duas BR, de maneira que ela poderia ter-me tornado sua refeição num disparo de segundos. Se eu entrasse na água, elas são excelentes nadadoras. Se eu subisse numa árvore, elas são exímias escaladoras. Correr seria em vão, mas me era alternativa instintiva, pois havia uma casa há uns trezentos metros.


Fiquei como um toco, fincado ali sem movimento. Logo aquele ser imponente, de beleza extraordinária saltou na água e deu na outra margem, num nado impressionante, indiferente à força da água. As capivaras irromperam dali, desaparecendo como se entrassem nas árvores. As ariranhas não se importaram, mas ficaram tesas. Onça sabe bem quem são as ariranhas. Fiquei observando, almejando vê-la novamente, mas a mata era muito fechada. Todo esse enredo foi-me coisa de segundos. Então disparei para a sede da fazenda. Coração ameaçando rebentar boca afora.


À noite, durante as conversas de lampião, meu cunhado disse que ela estava alimentada, e jamais me faria mal. Ou talvez estivesse interessada na manada de capivaras do outro lado do rio. Talvez ela dormisse naquele momento e minha presença a despertou.


Onças sentem cheiro à longa distância. São iguais aos Guarani-Kaiowá e Guató que adivinham alguém chegando a quilômetos. Ele orientou que jamais eu fosse ali sem companhia e evitasse andar à tardinha próximo ao rio ou nos túneis. A peonada dali só anda de faca e arma de fogo. As onças se afastam ao menor barulho. Jamais se aproximam de lugar com ronco de motores ou converseiros e risadas. Assim também são as sucuris.


Animais silvestres pertencem às matas, devem ser louvados e nada mais. Eles estão no espaço deles. Sempre tive aversão a quem fere qualquer animal. Mas, por falar em onça, as pegadas da onça-pintada assustam. São grandes e carimbam pesadamente o chão. A pata dianteira é bem maior que a traseira. A dianteira tem uns 12 cm de comprimento e uns 13 cm de largura. A pata da pegada traseira tem uns 11 cm de comprimento a 10 cm de largura, com almofada grande e arredondada. Os dedos são arredondados e sem marcas das unhas.


Pois bem, essa é a história de uma onça que estava em paz em seu habitat, eu a perturbei, e ela, por alguma razão, me poupou. Seguem outras imagens. Elas, no caso, são imagens reais do rio Pardo contornando a cidade em que nasci. Essas matas tiveram parte comigo. Esse rio conheceu a minha infância. Quantas vezes saltei de sua velha ponte de madeira e nadei até a margem como quem acabara de experimentar o feito de um heroi… 7.8.2020.


quarta-feira, 28 de maio de 2025

MARINA SILVA: MULHER ULTRAJANTE ou MINISTRA ULTRAJANTE?

 


Quando estive no Mato Grosso do Sul pela última vez, fui a Campo grande com minha irmã e transitei numa BR recém-inaugurada, cortando contínuo trecho de mata, ligando cidades locais à capital, senti um aperto no coração. Cada km vencido um zoológico de cadáveres de mamíferos selvagens se descortinava. Os despojos, alguns recentes, outros ressequidos, amassados como tapetes, gritavam silêncios do moto das noites em que, ariados pelos faróis, perdiam a vida. ISSO REFLETE UM ESTADO EM QUE NINGUÉM PLANEJOU MUDAR ESSA HISTÓRIA VERGONHOSA, POIS QUER VER DIZIMADA A SUA FAUNA SILVESTRE AO QUE PARECE.


O QUE ACONTECE COM A MINISTRA MARINA SILVA, ONTEM, É ALGO PARECIDO.


Impressionante - mas não surpreendente - o que fizeram com ela, ontem, durante a audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado. Ela foi convidada pela para tratar de unidades de conservação na Margem Equatorial, mas na verdade foi jogada num covil de lobos com outros interesses. Esses senadores que a atacaram – mesmo que seus currículos e o caráter de cada um fossem impecáveis – ainda não teriam direito a tal truculência, pois respeito cabe em todo lugar, portanto recomendo aos leitores que pesquisem sobre a trajetória política e pessoal desses caras.


Simplesmente Marina não pode falar. A ministra, como sabemos, é uma mulher de voz notadamente frágil – fruto de um problema de doença no passado, o que a faz se esforçar mais para falar. Não significa que frágil também seja a sua personalidade e sua competência, diga-se de passagem. Ela estava num ambiente em que, se tivesse sido respeitada, teria respondido todas as perguntas com serenidade, sem precisar de esforço algum. Mas ela se viu diante de uma arena com leões cheios de fome de colocar para fora a misoginia típica desses senhores. ELES JAMAIS FARIAM ISSO SE ESTIVESSEM DIANTE DE UM HOMEM. A GENTE JÁ CONHECE ESSA HISTÓRIA.


Em meio aos ataques machistas, ela deixou a sessão depois que o senador Plínio Valério disse que "a mulher merece respeito, a ministra, não". MISOGINIA PURA, POIS NÃO HÁ DIFERENÇA: A MINISTRA É UMA MULHER E A MULHER ESTÁ MINISTRA.


Plínio Valério é o mesmo senador que falou recentemente em enforcar Marina durante um evento no Amazonas. "Imagina vocês o que é ficar com a Marina 6 horas e 10 minutos sem ter vontade de enforcá-la", disparou, na ocasião. ESSES CARAS NÃO SUPORTAM UMA MULHER COM PODER DIANTE DELES.


Marina também foi ultrajada pelo senador Marcos Rogério que cortou várias vezes o microfone dela. E quando ela disse "O senhor quer que eu seja uma mulher submissão; eu não sou". O senador respondeu: "Me respeite, ministra. Se ponha no seu lugar". O QUE ISSO QUER DIZER? ELE SENTIU-SE DESRESPEITADO POR ELA TER SE DEFENDIDO AO INVÉS DE TER FICADO QUIETINHA E COM MEDO (COMO ELE ESPERAVA). ELES TAMBÉM NÃO ACEITAM QUE AQUELE ESPAÇO PERTENÇA A UMA MULHER (BASTA ISSO), E A OJERIZA AUMENTA QUANDO É UMA PRETA E UMA PESSOA DE ORIGEM HUMILDE, OU SEJA, ELA É CONVIDADA A SE COLOCAR NO LUGAR DELA QUANDO ERA POBRE, DOENTE E MASSACRADA PELOS ANTECESSORES DELE DESDE O BRASIL COLONIAL. NADA MAIS!


Marina não foi convidada para o fim oficial, mas para ser massacrada, aliás, para tentarem massacrá-la, pois ninguém massacra uma mulher com tal currículo. Podem até fazer o que fizeram – isso é típico do bolsonarismo -, mas cerceá-la, humilhá-la, impedi-la de falar, jamais conseguirão.


O senador Omar Aziz se somou a esses desrespeitos, tentando desestabilizá-la aos ímpetos de defesa que ela fazia após os ataques dele. Em nenhum momento ela desrespeitou ninguém. Apenas pontuou falas de forma cirúrgica sobre as alegações maldosas feitas sobre o assunto em voga. E quando ela expôs que, para fazer a pavimentação da rodovia BR-319 era necessária “uma avaliação ambiental estratégica com uma mistura de técnica e ética”, o cara é tão maldoso que, mesmo entendo a colocação da ministra, deturpou que ela insinuava que ele não tinha ética, portanto julgou-se com propriedade para despejar uma série de ofensas equivocadas pertinentes a ações anteriores da ministra. Enfim, o senador fez escola em determinado capítulo de “O Príncipe”.


E esses caras são tiranos. Quando é alguém que se inclui no bojo do que eles não gostam – mesmo que a pessoa seja extremamente digna e competente – eles a desestabilizam para tentar fazê-la partir para a violência; usam argúcias típicas para tirar a pessoa do sério (tipo quebrar microfone, atirar livro em alguém etc) para depois ir para a imprensa – todo “por cima da carne seca" – tentar passar a mensagem de que tal pessoa é desequilibrada, incompetente etc. Isso pode ser visto com clareza nas declarações do fascista Marcos Rogério para a imprensa.


A RAIVA DESSES ENTREGADORES DISFARÇADOS DE PATRIOTAS E DEFENSORES DO BRASIL, É A REIVINDICAÇÃO DE MARINA PARA LEREM, REFLETIREM E DECIDIREM O MELHOR SOBRE O RELATÓRIO, O QUAL FOI ENTREGUE SEM SER LIDO POR QUASE TODOS, HORAS ANTES. COMO APROVAR UM DOCUMENTO TÃO SÉRIO SEM LÊ-LO? MAS É O QUE ELES QUERIAM.


O documento traz pontos frágeis e necessários de serem mudados, como a redução do papel de órgãos colegiados, o enfraquecimento da consulta a povos indígenas e a introdução do licenciamento por adesão que elimina a análise técnica de impactos indiretos relevantes.


MARINA É ULTRAJANTE PORQUE É MULHER E, PARA PIORAR, NÃO É O NOVO TIPO DE “PATRIOTA” QUE INVENTARAM ULTIMAMENTE. 27.5.2025.


sábado, 17 de maio de 2025

É CHEGADA A HORA DE PLANTAR OUTRO BAOBÁ NA SÃO JOSÉ...

Baobá do Poeta na rua São João, Natal/RN

Há dois dias recebi essas fotografias feitas pela escritora Ana Cláudia Trigueiro. Ela estava no velório de uma pessoa conhecida e percebeu que o famoso “Baobá do Poeta” da rua São José (que fica num terreno de frente à casa de velório) estava partido ao meio. Cena triste ver uma árvore tão singular dando sinais de sua possível morte.

Baobá do Poeta na rua São João, Natal/RN

Nas minhas pesquisas antigas, descobri que há quase 200 anos existiu um baobá que é pai de todos os baobás que existem em Nísia Floresta. Era o famoso “Baobá de Olheiros”, plantado no velho distrito de Tororomba (final da enxurrada), nos tempos da “Villa Imperial de Papary”.

Baobá de Nísia Floresta, filho do Baobá de Olheiros de Tororomba

Desse baobá foi levada a muda que se tornaria o famoso baobá existente no centro de Nísia Floresta, árvore de uma beleza que impressiona sempre. Nunca enjoo de contemplar os baobás, inclusive participei da plantação de uma espécie dessa na terra de Manoel Machado, cujo diâmetro impressiona, nem parece tão novo. Atualmente está com o triplo do tamanho comparado à fotografia abaixo.

Baobá da terra de Manoel Machado em 2015, hoje tem o triplo do tamanho

MAS OS BAOBÁS MORREM SE NÃO FOREM CUIDADOS

Não sei o que aconteceu com o “Baobá do Poeta”. Não foi raio. Vi-o pela última vez – inclusive na mesma circunstâncias em que Ana Cláudia viu – num velório – o velório da escritora Ana Angélica Timbó -, ocasião em que fui até ele, peguei de um galhinho novo e o depositei sobre as mãos de Angélica. Ela era fascinada por essa árvore, inclusive o seu marido Clark Smith Jr. (in memorian), que era norte-americano (da Nasa), fez inúmeras imagens dos baobás do Rio Grande do Norte, com destaque para o de Nísia Floresta. Cheguei a fazer uma exposição com essas fotografias creio que em 1998.

Baobá do Poeta na rua São José, Natal/RN.

Pelas fotografias feitas por Ana Cláudia, nota-se uma parte “buxenta”, ocada, como se o seu cerne fosse cavernoso (o que é muito comum a qualquer árvore). Essa bucha parece seca. Vê-se muito isso, tendo em vista que a pele da planta é a grande responsável por transportar a vida da raiz. Inclusive em alguns países da África famílias moram dentro dos baobás, como verdadeiras cavernas. É impressionante. Seria a idade? A idade despenca mesmo, não adianta “harmonização” facial ou liposcultura.

PODE SER VELHICE MESMO.

Como não vi, não sei. Também não sei se a árvore está morrendo, embora possa ser. Mas, para quem desconhece, há uma planta parasita, semelhante a uma trepadeira (parece rama de maracujá com folhas menores) também conhecida como visco. É um perigo. É planta assassina. O baobá da terra de Manoel Machado está acometido dela. Avisei a inúmeras pessoas sobre a necessidade de fazer um tratamento, mas até agora, nada. Daqui a pouco será necessário avisar à Câmara.

Baobá do Poeta na rua São José, Natal/RN.

Essas plantas parasitas são deixadas ali em sua fase de semente, trazidas pelos pássaros e morcegos que defecam onde pousam. O desenvolvimento dessa planta-parasita mata lentamente os galhos das árvores onde ela cresce, pois como ela não vive no solo, onde haveria os nutrientes necessários, alimenta-se dos líquidos da planta, que é o que alimentaria a árvore. Ela mata qualquer árvore aos poucos, como câncer sem tratamento.

TERIA SIDO ISSO?

Enfim, esse episódio nos convida – em especial – ao escritor Diógenes da Cunha Lima -, a plantar outro Baobá no referido terreno, exatamente no centro ou nos fundos, pois já estaria crescendo para fazer parceria ou, se for o destino, reencarnar o que parece estar se despedindo... Se ele quiser, sei onde existem baobás que se tornam belos em pouco tempo... vou mandar até esse texto para ele... rssss.


Baobá da terra de Manoel Machado hoje


CELEBRANDO O CENTENÁRIO DE CLARA CHARF: UMA VIDA DE CORAGEM, DEDICAÇÃO E INSPIRAÇÃO



No próximo mês, comemoraremos o centenário de nascimento de Clara Charf, uma mulher cuja trajetória representa um exemplo de resistência, coragem e compromisso com a justiça social. Conhecê-la pessoalmente, em 2006, foi uma experiência que marcou profundamente minha vida. Tive a oportunidade de conversar com ela por cerca de uma hora no Palácio do Planalto, momento em que pude testemunhar sua serenidade, sua consciência aguçada do Brasil e seu compromisso inabalável com a luta por um país mais justo. Troquei cartas com Clara, e essa troca de correspondências reforçou ainda mais o orgulho que sinto por ter tido a chance de estabelecer uma conexão com uma mulher de tamanha integridade e dedicação.

Clara Charf foi esposa de Carlos Marighella, uma figura emblemática na história da resistência brasileira contra a ditadura militar. Marighella foi político, escritor e guerrilheiro marxista-leninista, foi um dos principais organizadores da luta armada contra o regime, chegando a ser considerado o inimigo número um do Estado. Clara foi uma defensora incansável de seu legado, responsável por divulgar sua memória e preservar sua história, contribuindo para que suas ações e ideais não fossem esquecidos.



Nascida em 1925 na capital alagoana e criada no Recife, Clara veio de uma família de origem judaica russa que fugiu da perseguição antissemita no Leste Europeu. Desde jovem, foi influenciada por um ambiente de efervescência política, marcado pela vitória soviética e pelo fim da Segunda Guerra Mundial. Sua militância começou cedo, inicialmente participando de comícios e propagando ideias comunistas, motivada pela pobreza e miséria ao seu redor. Aos 21 anos, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), apesar da oposição de seu pai, Gdal Charf, que não acreditava na sustentabilidade da democracia e desaprovava sua militância.

Durante sua trajetória, Clara enfrentou inúmeros obstáculos, incluindo prisões, perseguições e exílio. Sua coragem foi demonstrada ao fugir de casa após o conflito com seu pai, refugiando-se na casa de uma deputada e, posteriormente, vivendo na clandestinidade ao lado de Marighella. Sua atuação na militância foi marcada por dedicação intensa, desde a organização de movimentos femininos até a participação em missões internacionais, como sua viagem à China e sua atuação na formação de escolas em Campinas.

A relação de Clara com Marighella foi marcada por amor, companheirismo e resistência. Apesar das dificuldades, eles permaneceram juntos por 22 anos, enfrentando a repressão e a clandestinidade. Sua prisão em Campinas, sua prisão por suspeita de espionagem e sua subsequente exilação em Cuba, onde trabalhou como tradutora por nove anos, são testemunhos de sua coragem e determinação.


Ao retornar ao Brasil após a promulgação da Lei da Anistia, Clara continuou sua luta por justiça e direitos humanos. Filiada ao PT, candidatou-se a deputada estadual, atuou na Secretaria de Mulheres e na Secretaria de Relações Internacionais do partido, além de fundar a Associação Mulheres pela Paz. Sua trajetória é marcada por reconhecimentos, como o Diploma Bertha Lutz, o Prêmio Rose Marie Muraro e o título de cidadã paulistana, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo.

Ter tido a oportunidade de estabelecer uma relação, ainda que sutil, com essa notável mulher, é algo que considero uma chama que acende em mim uma luz interior, fortalecendo minha coragem e determinação para lutar contra os desafios e as injustiças que permeiam nosso país. A inspiração que Clara Charf representa é um farol que ilumina o caminho de todos aqueles que buscam um Brasil melhor para todos. Nada mágico, mas um Brasil sem diferenças econômicas abismais, onde os pobres tenham dignidade e vivam numa nação verdadeiramente civilizada. Viva Clara Charf! Luís Carlos Freire. 17.05.2025, 11h42

 

 


terça-feira, 13 de maio de 2025

Nísia Floresta e Princesa Isabel – Um Paralelo Histórico Entre Pioneirismo e Conveniência


Aproveitando a simbólica data de 13 de maio, marco da assinatura da Lei Áurea em 1888, convido à reflexão sobre duas figuras femininas notáveis da história brasileira: Nísia Floresta Brasileira Augusta e a Princesa Isabel. Ambas mulheres de seu tempo, ambas inseridas em contextos sociais distintos, mas que, de modos diferentes, dialogaram com a questão da escravidão no Brasil. Contudo, é fundamental destacar que, muito antes de a Princesa Isabel ter se tornado conhecida como a "Redentora", Nísia Floresta já erguia, de forma solitária e corajosa, sua voz em prol da liberdade.

Nísia Floresta nasceu em 12 de outubro de 1810, falecendo em 24 de abril de 1885. Princesa Isabel veio ao mundo bem depois, em 29 de julho de 1846, e morreu em 14 de novembro de 1921. Antes mesmo de Isabel nascer, Nísia já havia firmado seu nome como autora, educadora, feminista e — como nos interessa aqui — precursora do pensamento abolicionista no Brasil.

Apenas três anos após o nascimento de Isabel, Nísia, em uma de suas obras, questionava com lucidez:

“Que uma raça não fez para sobre as outras ter revoltante primazia, ilimitado poder?”

E, quando a futura princesa contava sete anos, Nísia dirigia palavras contundentes às autoridades brasileiras:

“Senhores do Brasil, esse solo abençoado em que respirais, mostrai-vos dignos dele, fazendo desaparecer do meio de vós a maior vergonha dos povos cristãos! Vergonha que macula ainda os vossos altivos vizinhos do Norte, apesar dos admiráveis progressos do seu gênio empreendedor e dinâmico. Cessai uma horrível profanação da natureza humana: ela deve ter, cedo ou tarde, como resultado, terríveis represálias.”

Tais declarações não se resumem a episódios isolados. Ao longo de sua trajetória, Nísia Floresta reiterou suas críticas ao regime escravocrata, ainda em um Brasil profundamente imerso no conservadorismo colonial. Suas ideias precederam em décadas o florescimento do Movimento Abolicionista organizado, que só ganharia corpo e capilaridade a partir da década de 1870, com nomes como José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, André Rebouças, Luís Gama e Castro Alves, entre outros — incluindo, é claro, muitos abolicionistas negros cujas contribuições ainda carecem de pleno reconhecimento.

O pioneirismo de Nísia Floresta é indiscutível. Em uma sociedade patriarcal e escravocrata, ela ousou denunciar as mazelas sociais por meio de livros e artigos publicados na imprensa, num esforço que exigia sutileza e firmeza. Seu abolicionismo não foi instantâneo, mas sim construído a partir de uma consciência crítica em desenvolvimento, enfrentando o ambiente hostil do Brasil oitocentista — marcado por um ethos escravocrata profundamente enraizado. Nesse processo, ela enfrentou preconceitos múltiplos: por ser mulher, intelectual e insurgente.

Não se trata de atribuir superioridade moral a Nísia em relação a Isabel, mas de compreender os diferentes papéis que ambas desempenharam no curso da história. A princesa, filha do imperador Dom Pedro II, agiu num momento politicamente decisivo — mas sua assinatura na Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, embora simbólica, foi resultado de intensa pressão popular e política. Àquela altura, a abolição já era inevitável. Havia motins, fugas em massa, quilombos se rearticulando, e uma sociedade civil mobilizada por meio da imprensa, das artes e dos clubes abolicionistas.

A narrativa de que a abolição foi fruto da “bondade” de uma princesa carece de profundidade histórica. A Lei Áurea foi, de fato, um desfecho tardio e sem medidas compensatórias aos libertos, que foram lançados à própria sorte, sem acesso à terra, à educação ou a quaisquer políticas públicas de inclusão. Era, em última instância, uma tentativa do Estado imperial de evitar o que chamavam de “perigo social”: a reforma agrária. Soltar os cativos sem lhes oferecer alternativas reais era manter as estruturas de exclusão sob nova roupagem. Foi como abrir a gaiola de um pássaro que jamais aprendeu a voar.

A abolição, portanto, não significou liberdade plena. Seguiu-se a ela um longo período de marginalização. Sem acesso a direitos, os ex-escravizados foram relegados às periferias urbanas, dando origem às primeiras favelas. Muitos continuaram servindo às elites, agora sob o disfarce da "liberdade contratual", em condições de subalternidade. As consequências sociais, políticas e econômicas desse abandono ainda se fazem sentir nas estatísticas de criminalidade, no racismo estrutural e na desigualdade persistente.

Dizer que apenas pessoas negras cometem crimes é uma falácia perversa. A criminalidade está diretamente ligada à exclusão, à falta de acesso a oportunidades dignas e ao abandono histórico de parcelas inteiras da população por parte de sucessivos governos. E essa negligência começa exatamente ali: no dia seguinte à abolição.

O 13 de maio, por isso, deve ser lembrado não como um gesto de compaixão monárquica, mas como um marco de luta social. Um ponto de chegada (tardio) de uma causa que já mobilizava intelectuais como Nísia Floresta desde os primeiros anos do século XIX. A comparação entre Nísia e Isabel é reveladora: enquanto uma antecipava o futuro por meio da razão e da escrita, enfrentando solidão e silenciamento, a outra se tornou símbolo de um gesto oficial, tardio e sem desdobramentos efetivos para os libertos.

Importa, ainda, refletir sobre o contraste entre o pensamento de Nísia — mulher, crítica, progressista — e certas posturas contemporâneas de mulheres que, em pleno século XXI, apoiam ideologias retrógradas, autoritárias, misóginas e racistas. O que aconteceu com o legado daquelas que, como Nísia, ousaram pensar o mundo de maneira mais justa? Onde estão as que hoje se calam diante da barbárie?

Em suma, reconhecer Nísia Floresta como precursora do abolicionismo no Brasil — e, mais amplamente, na América Latina — é resgatar a memória de uma mulher que foi, sem dúvida, muito além de seu tempo. Conhecer sua biografia e confrontá-la com a de figuras mais celebradas, como a Princesa Isabel, nos permite reavaliar o passado com mais honestidade histórica e sensibilidade crítica. Fica, assim, o convite à leitura e à reflexão.

L.C.F. 1998