Essas imagens natalinas são de 2008. Os "piscas" de Natal imprimem à paisagem um belo efeito, convidando o povo a sair de suas casas e vir celebrar esse momento mágico, mas deturpado em detrimento do bom velhinho que tem exercido forte apelo comercial e consumismo.
A ornamentação, iniciada na nave-mor da Matriz em seu ponto mais alto, num dourado exagerado, escorre por toda a igreja até chegar ao frontão onde dois querubins tocam a corneta, anunciando que na antiga porta do motor de energia o Menino Jesus nasce.
A enxurrada de luzes escorre pelas ruas, salpicando suas águas de ouro sobre as palmeiras, árvores e arbustos até chegar à rodoviária, dourando-a totalmente e represando-se de vez no majestoso e imponente Baobá.
Justamente aí acaba o espetáculo natalino e, por que não, este poema...
Como podem as autoridades constituídas para salvaguardar os seus patrimônios, vestir de lâmpadas em brasa uma árvore tombada por lei?! Experimente segurar uma minúscula lâmpada dos famosos piscas. Você não suportará, pois são como ferro elétrico.
Creio que essa roupa de fogo, vestida desnecessariamente nesse importante exemplar natural, seja verdadeiro silício. Mas qual o pecado da árvore?
É bom que os governantes repensem sobre esse atentado, pois o Baobá de Nísia Floresta é um elemento intocável, que jamais deveria ser molestado pelo que quer que seja.
Quando você puder, chegue bem perto do baobá após o natal - acaso continuem torturando-o - e observe que os seus galhos estão cheios de restos de fios de sucessivos anos anteriores (até nisso, pecam).
Deixo aqui aquela mesma pergunta que sempre faço: onde estão as pessoas esclarecidas, que deveriam fazer essa observação, denunciar etc? Talvez o leitor pergunte: "mas as plantas da praça também estão submetidas ao calor dos "piscas". Sim, mas é possível tolerar apenas esse caso, pois são plantas comuns, que via de regra se replantam. Já o Baobá, não. Como disse, é tombado, é intocável, e o calor dos "piscas" ajuda a reduzir o seu tempo de vida. Que tal pensar?
Baobá sob silício - O IBAMA/IDEMA/IPHAN deveriam ver isso e punir os autores. Isso é crime.
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Metido numa saia de brasa, o Baobá agoniza até aguardar a boa vontade das autoridades. |
Pobre baobá, encurtando seu tempo de vida por mãos ignorantes |
O suplício do baobá. |
Brasas elétricas encurtam o tempo de vida de um monumento natural tombado. Que pena! |
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