PENSAR
HOJE PARA NÃO SE ARREPENDER AMANHÃ
Ontem,
algumas pessoas me telefonaram para informar-me sobre fatos ocorridos
na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, em Nísia Floresta, os quais
deixaram-me profundamente abalado.
Antes, convém dizer que estive na Matriz no dia da eleição e constatei várias descaracterizações em sua "restauração", mas evitei interferir, pois, diante do contexto de dilapidação do patrimônio histórico brasileiro – associado à falta de conhecimento de diversas autoridades à frente dos ditos prédios históricos – somados à inércia do próprio povo (com raras exceções obviamente), pessoas iguais a mim são apedrejadas quando lançam luzes sobre esses imbróglios imperdoáveis.
Seja como for, ontem não consegui fingir que não sabia. É intolerável. E também não me importo em externar a minha opinião. Não posso me comportar como os hipócritas que, às custas de interesses diferenciados, fazem vistas grossas ou até mesmo endossam tais truculências. Amanhã os meus bisnetos entenderão e agradecerão. Isso, sim, me importa.
Soube
que na missa do domingo passado foi exposto que serão construídos
dois nichos na nave lateral para abrigar as imagens dos mártires de
Uruaçú e Cunhaú. Mesmo sabendo que é inadmissível essa interferência arquitetônica, qual a relação dos tais mártires com Nísia Floresta?! Antes, convém dizer que estive na Matriz no dia da eleição e constatei várias descaracterizações em sua "restauração", mas evitei interferir, pois, diante do contexto de dilapidação do patrimônio histórico brasileiro – associado à falta de conhecimento de diversas autoridades à frente dos ditos prédios históricos – somados à inércia do próprio povo (com raras exceções obviamente), pessoas iguais a mim são apedrejadas quando lançam luzes sobre esses imbróglios imperdoáveis.
Seja como for, ontem não consegui fingir que não sabia. É intolerável. E também não me importo em externar a minha opinião. Não posso me comportar como os hipócritas que, às custas de interesses diferenciados, fazem vistas grossas ou até mesmo endossam tais truculências. Amanhã os meus bisnetos entenderão e agradecerão. Isso, sim, me importa.
É certo que são figuras históricas e cultuadas, mas não o ponto de se descaracterizar um exemplar raro da arquitetura sacra. Nada contra o culto aos personagens em questão, mas tudo contra o crime de se rasgar as paredes da Matriz para tamanho dano ao patrimônio histórico.
Basta o nicho tosco que foi anexado às paredes do lado direito – verdadeiro crime à História da arte sacra do Rio Grande do Norte – que pela lógica deveria ser extirpado, inclusive percebo que andam mexendo na Matriz como quem mexe nos paralelepípedos da rua ou nas barracas da feira. Isso é inadmissível e as pessoas precisam se dar conta disso. Chega de inércia.
Quando o assunto é dano ao patrimônio histórico, tanto faz retirar elementos (surrupiar, quebrar, danificar etc) quanto anexar novos elementos, interferindo na sua arquitetura original. É o caso da ideia absurda desse nicho (inclusive, onde estão as pedras de mais de 300 trezentos anos que retiraram das paredes para dar lugar arremedo de nicho do lado direito?). Espero que Fabiano as tenha guardado. Ou estão servindo de trempes para algum fogareiro? Viraram metralha? Viraram baldrame? Alicerces?
Percebi - pasmem - que mexeram nos dois grandes nichos - o do Bom Jesus dos Martírios e o de Nossa Senhora do Rosário, os quais ficam dispostos diante do altar-mor. Peça de extraordinária beleza e significado. São exatamente as duas pontas, esculpidas de maneira que se curvava diante do Santíssimo, numa clara deferência. Certamente foi a maneira que os arquitetos e padres da época encontraram para assinalar que ali estava o supra-sumo celestial. Esse material está todo revestido em ouro (saibam os autores desse ato impensado). Teriam guardado os pedaços ou se transformou em lenha?
Confesso
que não compreendo como a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, que
com certeza tem um Conselho, não há quem busque os caminhos certos
– em tempo hábil – para pensar os passos tomados nessa
reforma/"restauraçção". Antes, quero ressaltar o meu
respeito a todos, afinal nem sei quem são. Mas não há mais como
tolerar essa sucessão de vezes que se colocam o carro antes dos
bois. Antes de se construir um nicho, deve-se, primeiramente procurar o IPHAN e
a Fundação José Augusto. Isso não foi feito em 2005. Quando deram conta o nicho estava sendo concluído. A melhor pessoa nesse caso é o
especialista em obras desse tipo, Dr. Paulo Heider. É ele que dará
o diagnóstico. O negócio não é FAZER NICHOS, mas SABER SE NICHOS PODEM SER FEITOS.
É
inadmissível, em pleno século XXI, autoridades nos mais diversos
ramos – e o próprio povo – (salvo raras exceções) não tratar
com o devido respeito esse santuário sagrado por sua história e
riquezas incalculáveis. Tenho testemunhado pessoas comuns e
totalmente inexperientes, pululando pela Matriz com foros de
ajudantes –, manuseando peças do acervo histórico dos séculos
XVIII e XIX – e tudo mais – como quem manipula laranja na feira.
Isso dói na alma. Incomoda.
Recentemente
eu fazia uma pesquisa em Alcaçuz e vi uma naveta em prata portuguesa
na Capela daquela freguesia. Fiquei sem acreditar, reconhecendo-a
imediatamente como acervo da Matriz de Nossa Senhora do Ó. Perguntei
por que a peça estava ali. Disseram-me que fora emprestada
para a Capela. Meu Deus do Céu! Isso não existe. Alguém já viu um grupo de estudantes tomar emprestada a espada que D. Pedro saudou o povo no dia da
Independência para levar numa gincana escolar ? Impossível. Pois é mais ou menos isso.
Ao
apurar o caso da naveta, soube que outros elementos de incalculável
valor, pertencentes à Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, estão
sendo emprestados para outras capelas. Não pode. Até um bebê sabe disso. Até mesmo a custódia é manuseada para vários cantos sem que se deem conta do seu valor incalculável.
Sinto falta de um RELICÁRIO EM OURO E PRATA PUROS e outras peças que eu via corriqueiramente, mas atualmente estão encantadas (ou surrupiadas?).
Onde anda essa peça?
O ASSUNTO É GRAVE E A ARQUIDIOCESE PRECISA RESOLVER ISSO - DO CONTRÁRIO COMUNICAREI AO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E MINISTÉRIO DA CULTURA PARA A DEVIDA PROVIDÊNCIA!
A imagem européia de Nossa Senhora do Ó, restaurada em 1997 – sob os cuidados do padre João Batista Chaves da Rocha - está danificada - o mesmo ocorre com a "Nossa Senhora do Ó Pequena", conforme dizem os nativos - tais peças de simbologias e valores incalculáveis estão sendo manuseadas sem aquele cuidado esmerado que tinha Yayá Paiva, Sr. Bambão, Lorica e tantos outros católicos que escolhiam a dedo quem tirava, quem colocava de volta, quem carregava o andor, enfim até quem podia ajudar a limpar uma imagem ou objeto sacro. E estavam certos, pois se trata de uma peça do século XVIII. Não é uma boneca Barbie. Hoje a imagem não tem uma assessoria especializada para movimentá-la, retirando-a e recolocando-a em seu lugar de origem em situações extraordinárias, servindo-se de cuidados extremados. Tenham certeza que em breve se ouvirá dizer que a imagem original de Nossa Senhora do Ó caiu do andor ou esbarrou em algum fio, árvore, faixa ou outra coisa pelas ruas de Nísia Floresta. É inquestionável que essa imagem seja intocável, que jamais deixe o seu nicho original para tais atividade. Para que existe réplica? Para quê existe a "Nossa Senhora do Ó Pequena"? Quando ela cair no chão e ficar em cacos, se lembrarão de mim. Não é melhor pensar agora?
Dia desses eu entrei numa igreja e pensei estar num circo. Nunca vi tanta "risadagem", tanta brincadeira de meninos e meninas que pareciam tudo, mesmos estar à serviço da Igreja Matriz. De onde vem tanto desrespeito dessa geração?
Sinto falta de um RELICÁRIO EM OURO E PRATA PUROS e outras peças que eu via corriqueiramente, mas atualmente estão encantadas (ou surrupiadas?).
Onde anda essa peça?
O ASSUNTO É GRAVE E A ARQUIDIOCESE PRECISA RESOLVER ISSO - DO CONTRÁRIO COMUNICAREI AO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E MINISTÉRIO DA CULTURA PARA A DEVIDA PROVIDÊNCIA!
A imagem européia de Nossa Senhora do Ó, restaurada em 1997 – sob os cuidados do padre João Batista Chaves da Rocha - está danificada - o mesmo ocorre com a "Nossa Senhora do Ó Pequena", conforme dizem os nativos - tais peças de simbologias e valores incalculáveis estão sendo manuseadas sem aquele cuidado esmerado que tinha Yayá Paiva, Sr. Bambão, Lorica e tantos outros católicos que escolhiam a dedo quem tirava, quem colocava de volta, quem carregava o andor, enfim até quem podia ajudar a limpar uma imagem ou objeto sacro. E estavam certos, pois se trata de uma peça do século XVIII. Não é uma boneca Barbie. Hoje a imagem não tem uma assessoria especializada para movimentá-la, retirando-a e recolocando-a em seu lugar de origem em situações extraordinárias, servindo-se de cuidados extremados. Tenham certeza que em breve se ouvirá dizer que a imagem original de Nossa Senhora do Ó caiu do andor ou esbarrou em algum fio, árvore, faixa ou outra coisa pelas ruas de Nísia Floresta. É inquestionável que essa imagem seja intocável, que jamais deixe o seu nicho original para tais atividade. Para que existe réplica? Para quê existe a "Nossa Senhora do Ó Pequena"? Quando ela cair no chão e ficar em cacos, se lembrarão de mim. Não é melhor pensar agora?
Dia desses eu entrei numa igreja e pensei estar num circo. Nunca vi tanta "risadagem", tanta brincadeira de meninos e meninas que pareciam tudo, mesmos estar à serviço da Igreja Matriz. De onde vem tanto desrespeito dessa geração?
Já
não bastam os furtos feitos à essa igreja, seja por falsos
sacerdotes, falsos beatos, falsos ajudantes que nas caladas da noite
– falseando transportar alguma coisa corriqueira e sem valor – saquearam grande
parte dos bens da Matriz ao longo dos anos.
Que sociedade é essa que assiste a tudo isso e se cala?!!! Onde estão os católicos de Nísia Floresta? Onde estão as pessoas esclarecidas – ou que se mostram tais – que assistem a dilapidação da história em silêncio? Confesso que estou estarrecido e chego a não acreditar a história afrontosa desse nicho.
Só espero que o Padre João Batista tome conhecimento dessa história e interfira nessa possibilidade absurda que, só de ouvi-la, tira o sono de qualquer um.
A Igreja Matriz de Nísia Floresta possui o maior acervo sacro do Rio Grande do Norte. Se continuar como está, onde o próprio povo – com raras exceções – não lhe mostra desvelo algum, pode ter certeza que vai desaparecer muita coisa. E é bom lembrar que há ladrões observando também. E quando esses ladrões vierem cumprir o seu papel, nunca digam que não houve o alerta. Isso já ocorreu em Mipibu na década de 1980.
Que sociedade é essa que assiste a tudo isso e se cala?!!! Onde estão os católicos de Nísia Floresta? Onde estão as pessoas esclarecidas – ou que se mostram tais – que assistem a dilapidação da história em silêncio? Confesso que estou estarrecido e chego a não acreditar a história afrontosa desse nicho.
Só espero que o Padre João Batista tome conhecimento dessa história e interfira nessa possibilidade absurda que, só de ouvi-la, tira o sono de qualquer um.
A Igreja Matriz de Nísia Floresta possui o maior acervo sacro do Rio Grande do Norte. Se continuar como está, onde o próprio povo – com raras exceções – não lhe mostra desvelo algum, pode ter certeza que vai desaparecer muita coisa. E é bom lembrar que há ladrões observando também. E quando esses ladrões vierem cumprir o seu papel, nunca digam que não houve o alerta. Isso já ocorreu em Mipibu na década de 1980.
Já
não basta uma Igreja Matriz desse nível estar sendo "restaurada"
sem acompanhamento de especialistas, e sem as políticas de manuseio
corretas de seus bens, vem-se propor a insana construção de nichos. É inadmissível.
É muita vaidade e de certo modo, ingenuidade, entender isso como "deixar a marca". Que marca é essa? Só se for a marca da descaracterização do patrimônio histórico.
É muita vaidade e de certo modo, ingenuidade, entender isso como "deixar a marca". Que marca é essa? Só se for a marca da descaracterização do patrimônio histórico.
Em
2004 um grupo de meninos – inclusive coroinhas – assaram caju num
vaso de bronze do século XIX, nos fundos do quintal da Matriz. Creio
que alguns achem isso normal. Mas não é. Eu ainda os corrigi,
guardei a peça e depois a mostrei ao Pe. Batista, inclusive foi
restaurada.
Falta das pessoas que estão adiante da Matriz, sejam leigas ou não, saber que tudo o que precisar que ser mexido, carece de cuidados extremados, minuciosos, pensados, deliberados etc. Tem coisas que precisam ser manuseadas a sete mãos, sob o aval de órgãos especializados. Não é de qualquer jeito.
Lembro-me, em 1997 quando o Padre João Batista propôs a reforma da imagem grande de Nossa Senhora do Ó. Vieram especialistas do Pernambuco e de Natal, tudo foi pensado com antecedência. A imagem saiu de Nísia Floresta escoltada pela Polícia Federal, pois é um patrimônio de valor incalculável, inclusive, nesse dia, quem a recebeu em São José de Mipibu foi Dom Heitor. Depois a imagem viajou para Cabo, Pernambuco (salvo engano). Mas foi exatamente assim. Tudo pensado, deliberado...
É torturante saber que as peças são tratadas dessa forma. Daqui a pouco se achará normal que o atual turíbulo sirva de fogareiro para assar cane em algum lugar. Só falta isso.
Falta das pessoas que estão adiante da Matriz, sejam leigas ou não, saber que tudo o que precisar que ser mexido, carece de cuidados extremados, minuciosos, pensados, deliberados etc. Tem coisas que precisam ser manuseadas a sete mãos, sob o aval de órgãos especializados. Não é de qualquer jeito.
Lembro-me, em 1997 quando o Padre João Batista propôs a reforma da imagem grande de Nossa Senhora do Ó. Vieram especialistas do Pernambuco e de Natal, tudo foi pensado com antecedência. A imagem saiu de Nísia Floresta escoltada pela Polícia Federal, pois é um patrimônio de valor incalculável, inclusive, nesse dia, quem a recebeu em São José de Mipibu foi Dom Heitor. Depois a imagem viajou para Cabo, Pernambuco (salvo engano). Mas foi exatamente assim. Tudo pensado, deliberado...
É torturante saber que as peças são tratadas dessa forma. Daqui a pouco se achará normal que o atual turíbulo sirva de fogareiro para assar cane em algum lugar. Só falta isso.
Faz-se
necessário, com urgência, o Arcebispo de Natal formar um conselho
para administrar e acompanhar reformas, restaurações de igrejas
históricas, listando os bens pertencentes e acompanhando tudo isso
de perto, inclusive suas restaurações, principalmente a Igreja
Matriz de Nossa Senhora do Ó.
Há necessidade de um inventário geral de todo o patrimônio da igreja, inclusive materiais retirados e provenientes de reforma. Nem esse material pode ser descartado sem o aval de um grande especialista. Esse Conselho deve ser constituído por integrantes de órgãos governamentais ligados ao patrimônio histórico (arquitetos, engenheiros civis, museólogos, historiadores e, obviamente padres versados no assunto na Arquidiocese).
A propósito, urge reeducar a sociedade para ter consciência sobre o que de fato representa o patrimônio histórico da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, inclusive é um dos assuntos que mais escrevo no meu blog, aliás, trabalho isso desde 1992.
Sempre procurei construir uma educação para o patrimônio histórico e a memória de modo que todos o enxerguem com olhos de pertencimento.
Se não existir um colegiado de peso, eleito pela Arquidiocese, que tenha poder para dizer o que pode e o que não pode fazer numa igreja histórica, em breve legaremos aos nossos netos um arremedo de Igreja Matriz. Também tenho convicção que algumas relíquias da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó não podem mais estar sendo manuseadas nem pelos próprios sacerdotes que por ela passam, pois são peças únicas, que além do risco de acidentes e danos irreversíveis, não podem estar tão à mostra devido "bandidos olheiros" que observam o que a igreja possui e onde é guardado. O que observo é que está tudo errado. ESSE MATERIAL TEM QUE SER PROTEGIDO COM A DEVIDA SEGURANÇA.
Há necessidade de um inventário geral de todo o patrimônio da igreja, inclusive materiais retirados e provenientes de reforma. Nem esse material pode ser descartado sem o aval de um grande especialista. Esse Conselho deve ser constituído por integrantes de órgãos governamentais ligados ao patrimônio histórico (arquitetos, engenheiros civis, museólogos, historiadores e, obviamente padres versados no assunto na Arquidiocese).
A propósito, urge reeducar a sociedade para ter consciência sobre o que de fato representa o patrimônio histórico da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, inclusive é um dos assuntos que mais escrevo no meu blog, aliás, trabalho isso desde 1992.
Sempre procurei construir uma educação para o patrimônio histórico e a memória de modo que todos o enxerguem com olhos de pertencimento.
Se não existir um colegiado de peso, eleito pela Arquidiocese, que tenha poder para dizer o que pode e o que não pode fazer numa igreja histórica, em breve legaremos aos nossos netos um arremedo de Igreja Matriz. Também tenho convicção que algumas relíquias da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó não podem mais estar sendo manuseadas nem pelos próprios sacerdotes que por ela passam, pois são peças únicas, que além do risco de acidentes e danos irreversíveis, não podem estar tão à mostra devido "bandidos olheiros" que observam o que a igreja possui e onde é guardado. O que observo é que está tudo errado. ESSE MATERIAL TEM QUE SER PROTEGIDO COM A DEVIDA SEGURANÇA.
Diante
disso tudo, quero avisar que estou encaminhando, na presente data,
uma denúncia à Promotoria de Nísia Floresta, ao IPHAN de Natal, à
Fundação José Augusto, à Diocese de Natal e, se não resolver vou
para outras instâncias. É inadmissível que, diante da experiencia anterior não se tenham aprendido que o patrimônio da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó não pode ser tratado dessa forma. Quero apenas que o povo de Nísia
Floresta se conscientize da gravidade do assunto.
Tenho certeza que Nossa Senhora, ao invés de dizer Ó, está dizendo AI!
Tenho certeza que Nossa Senhora, ao invés de dizer Ó, está dizendo AI!
Respeitosamente,
Luís
Carlos Freire
Prezado e estimado historiador Luiz Carlos Freire. Acabei de ler seu artigo acima. Estou totalmente de acordo com seus questionamentos e tão profunda reflexão. Tenha a certeza que comungo com suas preocupações quanto ao acervo histórico e sacro da Igreja Matriz de Nisia Floresta. Espero que meu irmão o Padre AJosenildo repense e não execute esse projeto de mais um altar na lateral da Igreja. Todo o conjunto construído nos fala de uma só época. O desenho, o material e a própria execução comunicam o tempo e a cultura. Um retalho de elementos acrescentados a cada momento desrespeita a harmonia e dificulta a leitura de uma determinada cultura e pensamento teológico-cultural e litúrgico. Um forte abraço e parabéns pelo zelo e carinho pelas verdadeiras riquezas de Papari.
ResponderExcluirPadre João Batista
Boa noite, Padre João Batista, que bom que o senhor tomou conhecimento. Sinto pela resistência que alguns têm de se conscientizar sobre tais reflexões. É inadmissível que em pleno sec. XXI ainda existam autoridades ignorando assunto tão óbvio e sério. Obrigado pelo apoio. Tenha certeza que a maioria dos paparienses pensam iguais a nós.
ExcluirEstimado sr Luiz Carlos Freire
ResponderExcluirConforme o seu pedido, hoje dia 8 de novembro por volta das 10:30h, conversei bastante por telefone com o Padre Ajosenildo sobre a reforma da Igreja de Nisia Floresta e suas preocupações em relação a preservação da mesma. Entre inúmeros assuntos que tratamos com bastante abertura, falei sobre o possível altar que seria construido na lateral da Igreja e apresentei ao padre "Ajó" as mesmas preocupações que externei em meu comentário anterior. O Padre Ajosenildo garantiu-me que o projeto não seria executado retirando "pedras das paredes". Mesmo assim, continuei pedindo que não realizasse a referida construção. Por fim ele propôs que qualquer dúvida que o senhor tenha neste sentido que o procure que irá recebê-lo com prazer para melhores esclarecimentos.
Como o patrimônio da Igreja Matriz de Nísia Floresta pertence não somente aos fieis locais, mas a toda Arquidiocese de Natal ao Rio Grande do Norte e Brasil, devemos juntos acompanhar com zelo qualquer intervenção que com carinho alguém queira fazer em edifícios históricos. Confiando no Padre Ajosenildo no Conselho Paroquial e em toda equipe dos serviços que estão sendo realizados na Matriz, aguardemos com espírito fraterno os próximos encaminhamentos.
Padre João Batista - Coordenador de Arte Sacra
Caríssimo PADRE João Batista Chaves da Rocha, meus cumprimentos! Agradeço-lhe a gentileza da observação. Na realidade, como expus no meu texto, muitas pessoas me avisaram, preocupadas, pois ao ouvirem o anúncio feito na missa, me relacionaram logo ao assunto, pois são revoltadas contra aquele nicho horroroso e de extremo mal gosto feito na nave direita (e o senhor reconhece que aquilo foi um crime, afinal descaracetrizaram uma igreja de quase 300 anos).
ResponderExcluirO senhor sabe como é a cultura de boa parte das cidades interioranas; as pessoas - com algumas exceções - têm medo de se manifestar e procuram aquelas que eu não diriam que não têm medo, mas que têm esse zelo pelas coisas da história, como é o meu caso, e de longas datas. Ao longo dos séculos o povo foi moldado a sentir medo e se curvar ao feitos de reis, clérigos e autoridades de Estado, sem questionamentos. A Santa Inquisição, a Monarquia, o Coronelismo e a ditadura Militar que o digam.
As pessoas que me participaram tal assunto são católicas e têm o mesmo respeito que eu tenho às coisas da Matriz de Nossa Senhora do Ó, mas têm esse medo antigo, esse medo cultural. Confesso ao senhor que eu não tenho tempo de estar indo a lugar algum conversando com quem quer que seja para pedir isso ou aquilo, pois as pessoas que estão a diante de um projeto, devem ter consciência dele como um todo.
Confesso que me assustei com essa "anunciação" feita pelo atual administrador da referida Matriz. Mas, no frigir dos ovos, foi importante esse acontecimento, pois no bojo das reflexões, expus a minha preocupação sobre peças sacras que eu via com frequência dentro da Igreja Matriz desde 1992 e que não vejo mais. Já perguntei a várias pessoas e ninguém sabe.
Só para o senhor ter ideia, desde 2003 não vejo mais o Relicário. Desde 2005 não vejo mais um crucifixo de madeira de lei, folheado a ouro. É uma das mais belas peças da Matriz. Tenho certeza que qualquer pessoa sensata sente o mesmo que eu sinto, pois se trata de um acervo de valor incalculável.
As reflexões feitas sobre essas peças desaparecidas (ou que foram guardadas sem que a população tivesse conhecimento, afinal faz tempo demais que não são expostas) servem para abrir os olhos da população, a qual deve ter esse mesmo zelo que eu tenho, mas a parte relacionada ao atual administrador, que ele repense a questão desse altar/nicho, pois é, de fato, descaracterização. Tudo isso é parte da História Sacra do Brasil.
Encerrando, sugiro-lhe um levantamento geral do patrimônio histórico da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Ó, com fotos e históricos específicos sobre cada imagem, objeto, paramentos sacerdotais, enfim tudo o que é antigo e pertence à Matriz e às capelas. Esse 'inventário' serviria para pesquisas universitárias e escolares, enfim para quem quer que fosse, e seria também uma forma de as pessoas saberem e acompanharem o que existe na Matriz. O zelo cabe a todos nós. De qualquer modo, muito obrigado por vossa atenção.Um grande abraço!