Ópera de Parnamirim - Entre Alecrins e Xananas
Autor Luís Carlos Peixoto Freire
INTRODUÇÃO
Autor Luís Carlos Peixoto Freire
2014
A
“Ópera de Parnamirim – Entre Alecrins e Xananas” é um passeio pelo ontem hoje na história desse importante município da região metropolitana do Natal. Parnamirim
sempre atraiu gente do mundo inteiro por inúmeros fatores. Esse fenômeno empresta-lhe características
peculiares, tornando-o lugar de muitas identidades. Ainda encontramos nesse
pequeno rincão potiguar nuanças interioranas, oriundas de todas as regiões do
estado. Em seus bairros se encontram benzedeiras, rendeiras, labirinteiras,
sanfoneiros, professores, artistas, empresários... Os folguedos populares pincelam os seus bairros com múltiplas e
alegres cores. As fogueiras e os arraiás juninos resistem na alma do povo,
espalhando uma folclorização viva e radiante. Aqui os vizinhos se conhecem e se
cumprimentam. Ainda se colocam cadeiras na calçada. Há quem faça o grude sobre
a folha da bananeira, beiju seco, cuscuz de mandioca mole dentre outras iguarias
herdadas dos índios potiguares. É o terceiro município mais populoso do estado.
Parece
contraditório, mas esse aspecto provinciano divide espaço com uma aura
metropolitana e consequentemente moderna. Em Parnamirim existem avançadas instituições
de ensino, de cultura, de ciências, um instituto federal de educação, um planetário,
a barreira do inferno, bairros amplos e planejados, um dos mais modernos teatros
do estado, dentre outros avanços que o colocam na dianteira de outros
município. Seus universitários avançam cada vez mais ao encontro do ensino de
excelência, versando-se em todas as ciências, preparando-se para os desafios da
modernidade.
Edificações, conjuntos habitacionais e condomínios modernos, construídos com padrões internacionais. Suas admiráveis torres
residenciais, muitas delas construídas por profissionais parnamirinenses. A
área comercial urbana, ampla e promissora, fornece todos os produtos e
mercadorias dignos das capitais. A modernidade é vista na moda, na cultura, na
tecnologia, na automação, dentre tantos empreendimentos.
A Base Aérea, ao
longo do tempo tem promovido visíveis transformações culturais e sociais no
município, haja vista o trânsito de militares de todo o Brasil, cada um
trazendo a sua cultura. Seu belo litoral
e o aspecto camponês do vale do Pium, atraem oportunidades, turistas e
moradores do Mundo inteiro. As influências de outros povos tornou Parnamirim uma
babel do Rio Grande do Norte.
A hospitalidade
de seu povo reflete também a sua religiosidade. Talvez
Parnamirim seja o município brasileiro com o maior número de denominações
evangélicas... Todas permeadas pelo olhar de Nossa Senhora de Fátima, sua padroeira.
Aqui se vê gente
de todos os sotaques, cores e religiões... brancos, negros, asiáticos e índios.
Aqui se toma chimarrão, comendo tapioca com carne de sol.
Sob a barba
grisalha do mestre de boi-de-reis os jovens dançam hip-hop, streetdance, rock, capoeira, balé e os ritmos modernos
sem deixar de reverenciar o rabequeiro, o sanfoneiro e o batuque
afro-brasileiro. Em Parnamirim se vivencia a cultura de forma plena.
Parnamirim:
terra fértil de cordelistas e escritores. Terra que se publica livros. Terra de
músicos de todos os ritmos... Terra de artesão. Em Pirangi, quem não conhece o maior cajueiro do mundo?... único! O presente, em
constante avanço e modernização, se confunde com o passado numa relação
agradável entre idosos, jovens e crianças. Seu patrimônio histórico, seus
causos, suas lendas preservadas na memória popular pelas instituições de
fomento à cultura. Parnamirim: município que acontece!
Parnamirim:
cidade multicor, multifacetada, pluralista, dinâmica, em constante evolução. Em
síntese, a "Ópera de Parnamirim – Entre Alecrins e Xananas" é a história de um
lugar que nasceu audacioso e com foros modernos. A ópera traduz um povo ordeiro e trabalhador.
JUSTIFICATIVA
Dizem
os economistas que “dinheiro atrai dinheiro”. Parodiando esse velho jargão e
trazendo-o para o campo da cultura e da arte, pode-se dizer com toda certeza
que “modernidade atrai modernidade”. O maior sinal de abertura, hoje, em
Parnamirim, nesse campo, é o Cine Teatro Parnamirim Vereador Paulo Barbosa de
Sousa. Trata-se de uma instituição moderna, construída para superar expectativas,
possuindo instalações aptas para exibir todas as vertentes artísticas em nível
regional, nacional e internacional.
Embora
o estado do Rio Grande do Norte não possui um histórico de óperas, é a vez de
Parnamirim, fazer jus ao seu status de município avançado e mais uma vez sair
na dianteira. Parnamirim tem estrutura para exibir essa nobre manifestação
artística sem ficar atrás de nenhum espetáculo de onde quer que seja. Feliz é a
sociedade que se educa pela arte. O
município possui profissionais formadas em balé, dança popular, dança para-folclórica
e moderna, música, além de competentes profissionais e técnicos alçados aos
bastidores de um palco.
A Fundação
Parnamirim de Cultura é um polo natural de agregação de artistas, portanto tem
a honra de protagonizar esse pioneirismo, sob as mãos de seus profissionais e
de artistas da nossa região. A "Ópera de Parnamirim – Entre Alecrins e Xananas"
se justifica exatamente pela qualidade de seus integrantes e pelo contexto de
um município que está sempre avançando e surpreendendo.
O título “entre
alecrins e xananas” reflete uma importante significação. Diz a história que
antes desse município nascer existia no local extensos campos de alecrins silvestres
perfumando as matas. As xananas, bela flor silvestre, sinônimo de força, audácia
e vontade de vencer, transforma a região num imenso buquê durante o mês de março.
Nada mais conveniente que essa flor pode ser comparado ao povo de Parnamirim, símbolo
de resistência. As xananas nascem e se desenvolvem nas frinchas das calçadas,
nas paredes dos viadutos, nos canteiros das rodovias, enfim, nos lugares mais
contrastantes. Sua bondade é tanta que parece dizer que nasceu para transformar
o feio no belo. Não há lugar, por mais feio que pareça, que não se torne
deslumbrante quando os seus botões se abrem, atraindo os olhares de todos.
OBJETIVO
- Ampliar a
qualidade cultural do município de Parnamirim, através de uma das mais belas manifestações da arte - a ópera - que, por sua vez se realizará pela primeira vez no município.
METODOLOGIA
Logo após o começo do ano letivo,
iniciadas as primeiras aulas de balé e dança, os monitores vão coordenando as
atividades de forma que os alunos são preparados para o espetáculo que
acontecerá no final de dezembro, culminância de todo o trabalho em sala. Ainda
no início do ano o maestro, os músicos e cantores receberão o material teórico
justamente para o desencadeamento das atividades pertinentes (musicalização das
letras, interpretação e ensaios). O mesmo ocorrerá a outros profissionais.
Músicas:
Maestro
Almeida
Arranjos:
Maestro
Almeida
Iluminação:
Nilza
Rebolças Nobre
Cenário:
André
Batista
Coreografia:Andressa Carla,
Lidiane Soares e André Batista (Balé
de Parnamirim e Grupo de Dança Popular).
Texto:
Salustiano
Canabrava (pseudônimo de Luís Carlos Freire)
Lei
Rouanet/Fundação José Augusto.
CENA I
Personagens:
índios
(homens mulheres, crianças, idosos), navegantes europeus.
Figurinos: portugueses vestidos com
roupas típicas do século XVI. Índios trajando roupas que se reportam a época do
descobrimento.
Sinopse:
O primeiro contato dos índios do Rio Paraña Mirim com os portugueses/franceses.
Local: Desembocadura
do Rio Cajupiranga no Oceano Atlântico, Praia de Pirangi.
Prelúdio: O cenário
retrata uma tribo de índios, com mata e ocas, exatamente no trecho onde o rio
Cajupiranga desemboca no mar. Vê-se ao fundo uma caravela. Em terra os índios
adultos executam diversas tarefas. Uns sustentam cestos nos ombros
transportando sua caça. Trazem flechas nas mãos. Mulheres trabalham a massa da
macaxeira, preparando o beiju no trempe dentro da oca. Crianças brincam na água
do rio. Há muita risada e conversa.
OBS. As palavras emendadas - nos versos - é para efeito de melodia.
Do
início ao fim desta cena há um breve prelúdio orquestral (pedir para o maestro Almeida criar a composição),
primando pelos instrumentos de percussão, deixando mais nítido o som dos
tambores indígenas para dar originalidade ao ontexto. Da caravela aparece um
navegador (tenor indicado pelo maestro Almeida) com
uma espécie de monóculo. É o comandante. Há reação de espanto e curiosidade por
parte dos nativos. Alguns se colocam em posição de defesa com suas flechas e
bordunas.Um índio (outro tenor indicado pelo maestro
Almeida) se levanta, faz sinal para que seus companheiros abaixem as
armas e, caminhando, canta uma canção em língua tupi:
Aspecto de como eram
as aldeias nos arredores de Pirangi
ATO I
I
O que fazes aqui, figura estranha,
Sois do Céu, da terra
Vens para o bem ou para o mal?
Que apetrechos são esses,
Que nave esdrúxula!
Sois de algum lugar infernal?
II
Como ousas aparecer assim
D’entre as águas do infinito
Poderias ter antes se anunciado!
Somos um povo hospitaleiro,
Em harmonia com a natureza e o Deus Tupã,
Sejas bem-vindo, acaso venhas de bom grado!
III
Aqui nascemos, aqui vivemos há séculos,
Plantando, pescando e caçando.
Nossa riqueza não é o metal vil;
Vivemos rodeado de tesouros incalculáveis
Nossa fauna, nossos rios, nossa flora repleta de pau
brasil.
IV
Somos do bem como lhe disse,
Não é comum recebermos visitantes,
A guerra e paz depende do teu proceder.
Desça de tua nave esquisita
Venha conhecer Pindorama.
Venha comer e beber.
V
Experimente os frutos da nossa terra,
Deguste o beiju e a tapioca,
Banhe-se no Paranã-Mirim,
Aprecie o peixe assado,
Deite na rede preguiçosa,
Nossa terra não tem fim.
VI
Sinto um presságio misterioso
Misterioso ...
Temo pelo nossa nação,
Mas acho tudo misterioso.
O verso n. 1 é cantado pelo índio tenor, o verso n. 2 é cantado por uma das índias (soprano) que
estavam ralando a macaxeira, o verso n. 3 é
cantado em dueto – índio tenor e índia soprano -, o verso
n. 4 é cantado pelo índio tenor, o verso n. 5 é
cantado em dueto pelo tenor e a soprano, e o verso n. 6
é cantado apenas pela índia soprano.(Maestro
Almeida musicar essa letra).
CENA II
Enquanto o índio canta, o
navegante sai da caravela e caminha lentamente até a tribo, passeando pelo
cenário, observando as canoas, as varas de pesca, as ocas, os samburás, os
paris, a macaxeira, os índios e demais elementos ali presentes. Num dado
momento a índia (soprano indicada por Almeida) se
aproxima do comandante, toca-o lentamente e começa a pintar o seu rosto. Ao
encerrar a pintura o comandante da embarcação (tenor)
se coloca nas margens do rio e canta:
ATO
I
Obrigado pela acolhida, oh! bom homem!
Não tenhas medo, não somos de guerra.
Estamos apenas conhecendo o Novo Continente.
Trazemos lembranças da nossa Terra.
Venha, aceite nosso presente.
II
Quanto encanta o verde da vossa Terra.
Que fartura de pássaros, flores e frutos.
Quão belo! Eis aqui oparaíso.
O frescor dessas águas
Faz-nos perder o juízo.
III
Que belo povo é o vosso,
Diferente... pleno de formosura;
Desacreditariam se na Europa eu contasse
Ter encontrado aqui
Cenário digno do Éden
Nem mesmo que jurasse.
IV
Mostra-me mais encantos
O que esconde essas matas
Quais segredos tendes nela?
Peço-vos permissão
Para que os outros marujos
Possam descer da caravela.
Aspecto de como as
crianças indígenas passavam o dia nos rios e riachos do Paranã-Mirim
A ideia de o índio cantar em dueto e
o europeu cantar solo assinala a superioridade e a força dos povos indígenas,
embora o último verso mostra a voz apenas da soprano, a qual canta com sinais
de fraqueza, prenunciando a degradação que sua nação sofrerá. Ao mesmo tempo a
cena evidencia a vigilância do instinto materno, ao prever que, mesmo o viajante
demonstrando ter vindo em missão de paz, há sinais de algo ruim preste a
acontecer.
CENA III
Nesse instante
os marujos (grupo de balé) que aguardavam na caravela
descem com presentes e passam a distribuí-los aos índios. Logo em seguida forma-se
um bailado entre os marujos europeus(grupo de Andressa)
e índios (brincantes do grupo de André),
o som da orquestra (composição de Almeida).
Tanto os (as) bailarinos (as) quanto os brincantes apresentam uma coreografia
distinta, separada uma da outra. Só depois eles dançam juntos. A ideia é fazer
uma alusão a fusão de duas culturas diferentes que acabam de se encontrar. (Maestro Almeida fará a composição musical dessa cena).
Durante o bailado os (as) bailarinos (as) oferecem aos índios espelhos de bolso,
facas, machados etc com o propósito de ludibriá-los e traficar pau-brasil.
CENA IV
Personagens:
Jesuítas
evangelizando a aldeia,índios sendo escravizados pelos europeus, carregando
pau-brasil para as caravelas, índios morrendo de febre e gripe.
Figurinos: europeus
(jesuítas e navegantes) vestidos com roupas típicas do século XVI. Índios
trajando roupas que se reportam a época do descobrimento.
Sinopse: Degradação da
cultura indígena/ A disseminação de doenças/ O portugueses/franceses
traficantes de pau-brasil.
Local: Desembocadura
do Rio Cajupiranga no Oceano Atlântico, Praia de Pirangi.
Prelúdio: Ao som de
composição (melodia) inédita criada pelo Maestro
Almeida,entra em cena o corpo de balé, exibindo uma coreografia que
retrata as mazelas impostas à sua nação: padres evangelizando, índios
moribundos sobre folhas de bananeira, índios amarrados, carregando pau-brasil.
CENA V
A mesma índia (soprano) do 1º ato, vestida com roupas europeias
(esfarrapadas), entra cambaleante quando o corpo de balé ainda está se
apresentando. Ela caminha lentamente, escora numa rocha e começa a cantar.
Aspecto do cotidiano
dos aldeamentos locais, coordenados pelos Jesuítas
ATO I
I
Eis quão tirano sois, homem d’além mar
Haverás de pagar a traição que nos legaste
Destruíste o nosso deus Tupã
Trouxeste contigo maldições e doenças
Dizimaste as nossas matas
Não há mais entre nós uma pessoa sã.
II
Quiseste fazer-nos escravo
Exploraste nossos corpos e nossa terra,
Nossa cultura dizimaste.
Traiste nossa confiança
Nossas riquezas roubaste.
Figura 1. Índios acometidos por
moléstias trazidas pelos europeus. Vê-se aqui um sepultamento.
III
Quão mercenário sois,
Não soubeste nos respeitar.
Homem inconsequente;
A ti oferecemos o ouro
E tu, ganancioso,
Tornaste-nos indigente.
Índios agonizando em folhas de bananeira,
acometidos por moléstias.
IV
Esperamos que um dia
Teu povo tenha ao menos dignidade,
De nos pedirperdão.
Por tudo o que nos fizeste,
Tendo consciência dos danos
Causados a nossa nação
V
Foste tirano e opressor
Trataste-nos como nação inferior
No mais insano ato de loucura
Sequer tiveste a idoneidade
De apreciar e cuidar
Da nossa vasta cultura.
Nesse momento, o índio (tenor) que se encontrava em algum ponto do cenário, se
levanta e começa a cantar.
I
Imputaste a nós uma crença estranha.
Antes, acreditávamos no que víamos,
O sol, a mãe terra de riquezas incríveis,
Idolatrávamos a lua,
De repente, confusos,
Forçaram-nos a crer no invisível.
Os índios eram
mostrados na Europa como se usassem roupas europeias
II
Vá embora homem branco,
Não queira nos enlouquecer,
Deixa-nos em paz!
O que pensas ter de tão superior
Para subestimar nossa nação
Desapareça... não volte mais!
III
Viveremos bem sem tua presença,
Disso tenha certeza absoluta.
Não precisamos da tua interferência,
Somos um povo organizado
E tu insiste em ver-nos
Como retrato dainocência.
IV
Pelo que se percebe, nobre português
Tornaste dono de tudo o que é nosso,
Mas uma coisa jamais conseguirás,
Por mais que tente,
Por mais que nos humilhe,
É o nosso povo escravizar.
V
Se não fossem as tuas armas
E a tua covardia
Sairias daqui flechado
E jamais voltaria
Tiraste a nossa dignidade
Vá e nos deixe sossegado!
CENA VI
No momento em
que o índio canta, os dois grupos que anteriormente dançaram (balé:
representando europeus, e Xaxado: representando os índios) estão frente a
frente e interagem em conformidade com a letra da música, por exemplo, no verso
n. V, quando ele diz “sairias daqui
flechado”, os índios empunham suas flechas e bordunas, simulando atacar os
europeus. A encenação (gesto, fisionomia etc deve combinar fielmente com as
notas/acordes musicais.De repente eles se afastam e ocupam lugares diferentes
no cenário. Nesse momento aparece o comandante (tenor) e
começa a cantar:
ATO I
I
O que pensava querermos
Em terras tão distantes
Penas, sementes, couro?
Não sejas ingênuo, oh! índio,
Viemos em busca de tudo
Tua terra é um tesouro.
II
Agora é tarde, não lastime,
“Não chore pelo leite derramado”
Ou por bem ou por mal
Empunhando flechas ou não
Essa terra agora pertence
Ao Reino de Portugal!
Figura 2. Europeus tentando escravizar
os índios.
IV
Em outros trechos de tua nação
Engenhos operam diariamente.
Caravelas saem lotadas...
Pedras preciosas, madeira de lei e muito ouro,
Riquezas sem fim
Para lá são transportadas.
V
Não nos importamos com tua raça
Tudo aqui já nos pertence
Muitos virão para colonizar
Vilas e províncias surgirão
Acostuma-te, oh! índio!
Não há mais que reclamar.
CENA VII
Ano 1881. Diante
do cenário da Estação Ferroviária de Parnamirim pessoas (Grupo Xaxado) se
locomovem com malas (tipo baús), tabuleiros de doces e salgados, outras
carregam sacos (tipo de açúcar); alguns casais trajam figurinos sofisticados,
representando grandes donos de terras (homens usam ternos sofisticados e as
mulheres usam anquinhas), outros se vestem com maior simplicidade. A cena retrata
o advento das estações ferroviárias que passaram a ser construídas na região,
pelos ingleses da “Companhia Great Western”, sendo Parnamirim, Natal,
Ceará-Mirim, Nísia Floresta, São José de Mipibu, Canguaretama e Nova Cruz os
primeiros municípios onde os trens deslizaram. O cenário está bem iluminado.
Dentre os passageiros que transitam para lá e cá, um deles (tenor) passa a receber luz direta, mais forte. Ele
começa a cantar:
ATO I
I
Piuiu... piui...piui,
O trem parou na Estação,
O progresso chegou aqui,
A elegante ‘Maria-Fumaça’
Traz gente, traz cana,
Melado, banana
Malas, fazendas,
Cocadas, sapatos,
Anéis, azulejos,
Chapéus, relógios,
Louças, bengalas,
Ferragens, aviamentos,
Pianos, móveis,
Cortinas,
ladrilhos...
Piui... piui...piui...
(Observação:
O trecho sublinhado é cantado como se fosse o barulho do movimento das rodas do
trem)
II
Sejam bem vindos a Estação Parnamirim!
É tanta gente chegando,
Vem vaqueiros do sertão,
Camponeses do Seridó
Os anos vão se passando
O céu se tinge de pó.
III
A feira é um vuco-vuco,
Tem de tudo com fartura;
Entre tanto-lusco-fusco,
Um boi-de-reis e sua diabrura
IV
Um distrito em prosperidade
A julgar pelo que se vê
Em breve será cidade
Disso tu pode crer.
CENA VIII
Piloto Jean Mermoz (acima)
Piloto Jean Vachet
(Encerrado o
canto do comandante (tenor) as cortinas se
fecham para a mudança de cenário. Ao abri-las, deixa-se evidente o desenho de
canaviais, engenhos Cajupiranga, Pitimbu, Japecanga e Taborda; escravos,
capitães do mato e senhores de engenho. O outro lado do cenário mostra um campo
de aviação com aviadores europeus (Jean Mermoz e Paul Vachet). A cena estampa
dois momentos importantes da história de Parnamirim: do lado direito, o passado
da colonização que abarcava toda essa região, o ciclo da cana-de-açúcar e, mais
tarde, a migração e o advento da aviação, representada do lado esquerdo do
palco).
Na abertura das
cortinas, aparece, do lado direito, um senhor de engenho (tenor) e começa a cantar:
ATO I
I
Quanta prosperidade
Quantos rios, quanta água
Veja o engenho Cajupiranga
Rapaduras, melaço, farinha
Os partidos viçosos de cana
Suco delicioso de pitanga
II
Eis o paraña-mirim,
Terra de engenho e fartura,
Carros-de-boi gemem nas estradas de barro batido,
Levando o fruto do trabalho do homem
Às paragens e vilas.
E, debaixo da carga, o escravo fugido.
Aspecto de variados
riachos que serpenteiam os vales de Parnamirim
III
Veja seu litoral verdejante,
Um mar verde coalhado de jangadas
Matas viçosas, coqueiros semfim
Terra linda de encantos mil
Os vindouros a chamarão
Parnamirim.
As jangadas que
ainda resistem nos mares potiguares
IV
Teus ares anunciam avanços,
Dizendo que serás no futuro
Uma das mais prósperas da região.
Daqui brotarão frutos altivos de toda espécie.
Indústrias, academias e intelectos avançados
Farão forte esse rincão.
CENA X
Encerrado o
canto, o ‘senhor de engenho’ (tenor) se afasta
lentamente sob um efeito de luz denotando um final de tarde (espécie de pôr-do-sol),
cuja intensidade vai diminuindo gradativamente.
Simultaneamente
o cenário ao lado – representando outra época – vai recebendo luz que se
intensifica. Nesse instante aparece o português Manuel Machado (tenor), proprietário de grandes extensão de terras da
localidade, trajando calça social cinza, camisa azul celeste, cinto social bem
fino, sapato de bico fino, chapéu de feltro, relógio de bolso (deixando
aparecer a corrente de prata) e bengala.
Sua presença é anunciada por arranjos musicais que lembram canções
portuguesas. Enquanto o Manuel Machado (tenor)
canta, o balé (Andressa) e Xaxado (André) exibem uma coreografia que representa migrantes
vindos do Seridó e do sertão. Alguns portam malas, bornás, trouxas suspensas
por pedaços de paus segurados nos ombros. Outros trazem enxadas, foices, facões
etc.
Manoel Machado
ATO I
I
Bem vindos, ó migrantes,
Sertanejos, seridoenses, não importa
Sois um povo trabalhador e ordeiro
Faça de nossos campos de Alecrim tua cama
Somos um povo hospitaleiro.
II
Vens cansado da estiagem,
Trazes na mala a coragem,
Esperançoso de vencer na vida.
Venha trabalhar, homem bom,
Forme aqui tua família.
III
Essas paragens prometem
Avanços de toda sorte,
Vejo aqui luz e prosperidade.
Bons ventos anunciam
Brevemente uma cidade.
CENA XI
Piloto norte-americana Amélia Earhart
Encerrada canção,
os céus estrondam ao som de aviões.Há um jogo de luz para permitir que os
dançarinos se retirem discretamente. Nesse momento surgem três aviadores. O
primeiro é Paul Vachet (tenor), o segundo é Jean
Mermoz (tenor) e o terceiro é Amélia Hearth (soprano), a primeira aviadora a pousar em terras
parnamirinenses). Os três cantam, se alternando nos versos.
Paul Vachet
canta:
ATO I
I
Oh! Boa noite meus senhores todos,
Oh! Boa noite, senhoras também.
Somos aviadores de outras paragens
Viemos todos em missão debem
II
Representamos um marco na história,
Somos início da aviação,
Somos aventureiros, misto de correios,
Voos civis a iniciação.
III
Muito prazer, senhor Manuel Machado
Obrigado pela recepção
Resta-nos agora lugar adequado
Para fazer um campo de avião
IV
O meu nome é Paul Vachet,
Sou piloto desse avião,
Eu venho da França,
Da França distante
Estamos juntos em linda missão.
V
Sou o piloto Jean Mermoz,
Deixe agora eu me apresentar,
Estamos abrindo as linhas aéreas,
E brevemente tudo vai mudar.
VI
Sou a piloto Amélia Earhart
Estou aqui com igual missão
Sou dos Estados Unidos
Venho de outra terra
Participar de uma inovação.
VII
A todos vós eu dou boa acolhida,
Sejam bem vindos oh! caros irmãos
Sou Manuel Machado,
Migrante português,
Proprietário dessa extensão.
VIII
A vós pedimos grata gentileza
De nos doar um campo praaviação
Em breve verás, com toda certeza
Aeronaves por todaregião.
IX
Também sou um europeu visionário
Quero o melhor para essa terra, sim,
Demarcaremos o solo
O solo escolheremos
Do belo campo de Parnamirim.
X
Muito obrigado, oh! grande homem,
Veja esse solo e o céu de anil,
Breve aqui será, aqui será bem breve
O aeroporto mais movimentado do Brasil.
(cantam em trio os três aviadores)
XI
E eis aqui o início de uma história,
De um progresso que não terá fim
Cá está o marco de uma cidade
A bela índia que é Parnamirim.
(cantam em quarteto,
unindo-se a Manuel Machado)
CENA XII
Presidente Getúlio
Vargas recebendo o presidente americano Franklin Delano Roosevelt em Natal, na
'Rampa'
Aspecto do Aeroporto
de Parnamirim em 1947, considerado 'o mais movimentado do Mundo' à época.
Nesse
momento as cortinas, ou o cenário móvel é mudado, aparecendo imagens alusivas á
época da Segunda Guerra Mundial: o Aeroporto de Parnamirim, aviões, flagrantes
dos americanos em vários pontos, obras em execução, e o encontro entre os
presidentes Getúlio Vargas e Roosevelt (de acordo com as fotos de época).
Nesse
momento, o presidente americano Roosevelt (barítono ou tenor), trajando terno
branco, chapéu branco, cinto, sapatos pretos e bengala, entra e começa a
cantar:
ATO I
I
Senhor presidente Getúlio Vargas,
Bem sabes que estamos em guerra
Com Alemanha, Japão e Itália.
Nossas relações estão cortadas.
Viemos pedir autorização a vós
Para aqui fazermos a nossa base aliada
II
Com a vossa permissão
Faremos aqui a Base Aérea
Doaremos tudo a Parnamirim
Além de armas e munição.
Notamos que essa região brasileira
Vive numa paz extremada,
Apenas o Sudeste do país
Possui estrutura armada.
III
Parnamirim é ponto estratégico
Para a nossa aviação.
Seremos um complexo bélico
O mais forte da nação.
IV
Somos abnegados em nossas metas;
Para isso vamos a fundo
Breve o solo potiguar, isso é coisa certa,
Terá o aeroporto
mais movimentado do mundo
V
Aos brasileiros daremos capacitação;
Serão todos preparados,
Para iniciar a construção
De um complexo organizado.
VI
Casas, pistas, estradas e hangares,
Cinema, Igreja, Setor de Comando
Parnamirim terá novos ares;
Tecnologia de ponta aqui se instalando.
VII
As mudanças serão incontáveis.
Novidades a toda hora
Aqui chegarão figuras notáveis
Que ficarão na história.
Figura 3. Brigadeiro Eduardo Gomes, Dom
Marcolino Dantas (Bispo de Natal) e Eleonor Roosevelt (esposa do presidente
norte-americano Franklin Delano Roosevelt - Década de 40.
VIII
Políticos e chefes de Estado
Até mesmo celebridades
De nomes respeitados
Movimentarão a cidade.
IX
Vosso povo será treinado;
A guerra muda o comportamento,
Algum blecaute será instalado,
Mas sem prenúncio de tormento
CENA XIV
Presidente Getúlio
Dorneles Vargas
Encerrado o
canto, surge após um jogo de luz a figura de Getúlio Vargas (tenor), trajando calça terno branco (completo), cinto
preto, chapéu branco e sapato preto. E começa a cantar:
I
Bem sabes vós, Roosevelt, Presidente
Sou homem de decisões demoradas
Mas, pelo que se pressente
Não lhe devo resposta delongada.
II
Dou-lhe a palavra sem restrições;
Mantínhamos amizade com Hitler,
Mas’inda hoje cortaremos relações
Do contrário tenha como alvitre.
III
Declararei guerra aos países do Eixo.
O Brasil apoia a vossa nação.
Para isso de nada me queixo
Está selada a nossa união.
IV
Nosso país ainda tão novo
Precisa provar outras experiências
É assim que avança um povo
É assim que se conquista as ciências.
V
Avante brasileiros, rumo à missão,
Vamos nos juntar aos Estados Unidos
Declaro guerra à Itália, Alemanha e Japão!
Unidos não seremos vencidos!
VI
É assim que se fala, Presidente Getúlio,
Obrigado por estar do nosso lado.
Um dia sentirás orgulho
Por ter nos apoiado.
XV
A paraibana
"Maria Boa". Com um elegante e organizado prostíbulo conquistou os
americanos. Sua beleza e os modos cativantes encantavam quem a conhecesse.
Encerrado o
canto de Getúlio Vargas, surge um cenário representando o interior luxuoso do
Cabaré da “Maria Boa”. Um foco de luz vermelha é direcionado a uma bela mulher
de vestido vermelho. Ela tem as unhas e os lábios pintados na mesma cor. É
justamente Maria de Oliveira Bastos (24.6.1920 - 22.7.1997), a “Maria Boa”,
proprietária do estabelecimento. Ela caminha elegantemente e se senta numa mesa
de bar onde está sentado um militar americano oficialmente trajado. A cena é
muda. Ali eles simulam conversar. “Maria Boa”, com modos muito femininos e
educados, usa uma piteira. De repente, um
personagem (tenor) ou uma mulher (soprano) entra
e começa a cantar.
Encantado por "Maria Boa", um
oficial norte-americano prometeu-lhe batizar um avião com o seu nome. E a
promessa foi cumprida.
"Maria
Boa" aos 47 anos
ATO I
I
Em Parnamirim, cada dia surge mais casa,
É o povo na peleja
Comida feita na brasa
No centro até uma igreja.
II
O derredor da Base Leste se enche de mocambo
Construída de palha e capim
Muita gente em molambo
Faz ali o seu cantinho.
III
A venda de Firmo & Malaquias
Vende tudo nessas cercanias
As famosas terras do Jiló
Dono ruim de
dar dó.
A Capela Nossa Senhora da Penha
Passagem de Areia do fogão à lenha
IV
Engenho Taborda, riqueza
Tem tudo na sua mesa
Nas águas frescas do Pitimbu
Fartam-se de aratus
Tantas rendeiras e labirinteiras
Mulheres fortes guerreiras
V
O cabaré de Severino Caceteiro
Isabel Rodinha, Maria da Mata, e Corina
O de Zefa Gorda, lugar presepeiro
Das festas com as meninas
VI
O hotel Glória, da “Baiana”
Pau furado, de Gonçalo Magro
O bar, do “Pimenta” bacana
Lugar cheio de agrado
VII
O Pastoril da Arlete
“Barracão de Otávio Castro”
De avião veio o chiclete
O americano fez o seu rasto
VIII
Lá está a lavanderia!
Tem até muito
cacimbão.
Veja quanta alegria.
Tudo vem pela estação.
IX
Escola linda ali no centro
Perto da casa da donaMaria
Rodeada de coentro
De frente a padaria
X
Meu Deus... o tempo passa
Veja o povo em emoção
Tudo isso é pura graça
Parece breve a emancipação.
XI
Em Natal se fala i’mlove
Em Parnamirim boy e girl
Chiclete não há quem não prove
Calça jeans da cor do céu.
XII
A sirene não soa em inglês
Todos tomam Coca Cola
Ao toque de recolher
Escuridão de fora a fora.
XIII
Brasileiras e americanos se casam todo dia
Aviões roncam nos ares
Tudo está como se previa
Grande tensão ocorre em nossosmares
XV
Submarinos, suspeita de espionagem
No meio da guerra, potiguares inocentes,
Mas tudo é mera sondagem
Ninguém prejudicou nossa gente.
XVI
E no meio da movimentação,
O Cabaré de “Maria Boa”,
Caminho certo de militares à toa
Salão de pura agitação.
XVII
Paraibana de rara beleza
Tomada emformosura
Tratava a todos com fineza
Não permitia descompostura
XVIII
Recebia homens importantes
Que vinham atrás de ‘meninas’
Coronéis, sargentos e comerciantes
Cobriam-lhes de jóias finas
XIX
Maria de Oliveira Bastos é o seu nome
De “Maria Boa” um avião foi batizado.
Conquistou todos os homens
Que por ela ficavam encantados.
XX
Mas um detalhe essa mulher escondia.
Mesmo que lhe ofertassem ouro de montão
A ninguém ela se prendia
Não trocava nada pela sua diversão
XXI
O Cabaré de “Maria Boa” era assim
E assim foi por muito tempo
Nos velhos campos de Alecrim
Para muitos um tormento.
CENA XVI
Aspecto do
"Pastoril", no qual predominam mulheres que disputam versos entre si,
divididas pelas cores azul e vermelha.
Em sua almofada a
'mulher rendeira' manuseia os centenários bilros, dando origem às mais belas
peças de renda.
Num cenário
moderno, à esquerda do palco, se vê as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do
Norte e de Parnamirim. Elas tremulam ao lado do “Palácio da Cidade”, tendo ao
lado a reprodução de fotos que registraram o dia da emancipação política do
município. No cenário do lado direito vê-se imagens que evocam a gradual
evolução do município: O “Cajueiro de Pirangi”, a Barreira do Inferno,
indústrias evocando o polo industrial de Parnamirim, o Teatro municipal...
Mostrar momentos diferentes da história denota explicitar o progresso.Quando o
tenor começar a cantar, bailarinos e brincantes vão representando as cenas, por
exemplo, o verso nº XIII, que diz: “Boi-de-Reis,
Pastoril/Mulher rendeira e cocada/As riquezas do Brasil/Aqui são todas
preservadas”, pode ter atores vestidos com as indumentárias do próprio
Boi-de-Reis dançando no palco, seguido do Pastoril, enquanto um menino desfila
com um tabuleiro de cocada. É apenas exemplo de uma diversidade de cenas que
podem ser exibidas no palco, baseadas na canção.
Aspecto da Praça "Madre de Deus" em
décadas passadas.
I
O tempo passou,
Os americanos foram embora.
Em 58 a emancipação política chegou.
Avançar mais estava na hora.
II
Deoclécio Marques de Lucena
Em 59 foi nomeado.
Fez administração amena,
Em 60 Ilson Santos foi empossado.
III
Primeiro prefeito oficialmente eleito;
Iniciou-se um novo tempo.
Muito estava para ser feito
Teve início o desenvolvimento.
IV
Após muitas administrações,
Parnamirim cresceu com altruísmo;
Barreira do Inferno, uma das atrações
Dentre o seu grande rol deturismo.
V
O cajueiro de Pirangi
Referência internacional
Não há quem venha aqui
Que não leve dele um postal
VI
Seus mares verdes encantam,
Pium, terra fértil e verdejante,
Seus vales dão tudo o que plantam,
Pium é um Éden inebriante.
VII
O rico polo industrial,
Às margens da Tabajara,
Cada dia dá sinal
Que seu progresso não para.
Cine Teatro Municipal de Parnamirim
VIII
“Cine-Teatro, um dos mais sofisticados
De todo o belo Nordeste.
Um dos mais equipados
É o Planetário logo ao leste.
IX
Parnamirim é notícia nas revistas,
Redes sociai
s e televisão.
Evolui a olhos vistos
Um dos mais ricos da nação.
IFRN DE PARNAMIRIM
X
Educação de excelência
De todo lado se encontra
Centros técnicos dedecência
E profissionais de ponta.
XI
A população cresce a cada dia.
Culturas diversas se fundem,
Gente de toda freguesia
Vem de longe e aqui se unem.
XII
A Base Aérea e seu conjunto histórico,
A casa dos franceses original.
Seu patrimônio folclórico
Infinito, sem igual.
XIII
Boi-de-Reis, Pastoril,
Mulher rendeira e cocada.
As riquezas do Brasil
Aqui são todas preservadas.
XIV
Grude, cuscuz e tapioca,
Sucos de todos os sabores,
Carne de sol e paçoca,
Cidade de múltiplas cores.
XV
Puro cheiro de sertão,
De agreste e Seridó,
De gente de outra nação,
Que traduz um povo só.
XVI
Uma rica cidade
Que não esqueceu suas raízes
O progresso não matou a simplicidade
Ninguém esqueceu as origens.
XVII
É isso que faz de Parnamirim
Município próspero, hospitaleiro
Que foi um campo de alecrim
Hoje é forte e guerreiro.
XVIII
Um dos melhores aeroportos do país
Sem motivo daqui foi levado
Mas a coragem do seu povo é quem diz
Que tudo será superado
XIX
Um povo guerreiro e forte
Não teme as tiranias,
Trabalha e acredita na sorte
E reconquista melhorias.
XX
Canto essa terra celeiro
De múltiplas manifestações
Que alça voo altaneiro
Dentre incontáveis rincões.
Encerrada essa
canção, todos cantores (tenores, barítonos e sopranos) que se exibiram
anteriormente entram lentamente no palco juntamente com os bailarinos e brincantes,
e começam a cantar, em coro:
I
Bem vindo, bem vindo oh! viajante,
Estrangeiro ou retirante.
Tu estás numa cidade moderna,
De população fraterna,
Que veio de lugares distantes,
E daqui tornou-se amante.
II
Pastoril e Boi-de-Reis
Todo dia, todo mês.
Batuques de coco-de-roda
Mestre Elpídio não saiu de moda
O Xaxado tem a cara de Lampião
Patrimônio da nossa região.
III
Tem o espetáculo “As Asas da História”
O seu povo a tudo dá glória
É uma festa o “Beco do Picado”
Não há quem não fique animado.
O Mercado Públicona memória do povo
Renasce de novo.
IV
Cidade próspera, cheia de cores
Rio Pequeno, repleto de amores
Trampolim da Vitória alguns anos
Te chamaram os americanos
Tua feira de mil sabores
Terra de arte e de atores
V
Mesmo rica seu povo é humilde
Já chamada Parnamirim Field
Desde o Engenho Cajupiranga
Do melado às belas pitangas
Great Western a história incide
Com o progresso ela coincide.
VI
A Colônia Pium dos Japoneses
Fez história por muitas vezes
Parnamirim de rica economia
Povo pleno em sabedoria
Dali da estação dos ingleses
Retirantes se tornaram fregueses
VII
Essa é a nossa Parnamirim
Dos campos acanhados do alecrim
A uma terra avançada.
De juventude adiantada
Parnamirim, cidade humana
És um jardim de xananas
Embelezando tuas máquinas
Com a benção da Virgem de Fátima
Fim
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